Nossa seleção começa a realizar um trabalho decente e com perspectiva. Tropeço diante do Canadá foi por conta de mal desempenho e não o eterno embate de falta de estrutura
O futebol feminino sofre com uma lacuna enorme em relação ao masculino, sim, fato, sem discussão ou debate sobre o tema. Assim como a diferença financeira e estrutural é um dos grandes pilares a evoluir.
Agora, colocar na conta disto a perda da vaga à próxima fase das Olimpíadas de Tóquio 2020 é no mínimo papo de quem quer tapar o Sol com a peneira.
O Brasil esta em um nível muito, muito melhor que a seleção canadense, poderia ter vencido sim no tempo normal, sem modéstia alguma.
Então porque não ganhou? Oras perguntam outros, porque jogou mal, simples assim.
Taticamente a seleção brasileira não teve uma postura boa, principalmente no meio campo e tecnicamente a seleção não se impôs, não mostrou seu melhor jogo.
É fácil criticar Pia por um jogo, falhas acontecem, até para uma treinadora de tanto sucesso, mas o conjunto de falhas desta partida, destruiu pela primeira vez, uma chance real de medalha para o futebol feminino do Brasil.
Da orgulho ver Ludmila, Tamires, Debinha, Andressa, Bia e tantas outras representando a seleção e mostrando que há futuro no futebol feminino.
Pela primeira vez, em tantos anos, conseguimos ver uma pequena luz de esperança na tortuosa estrada do preconceito e do desdém social que envolve a modalidade em terras tupiniquins.
Não, não comecemos uma caça as bruxas, apenas vamos reconhecer os erros, deixemos de lado o papo sexisista e de síndrome de cachorro vira lata que nos cerca.
Sabemos dos problemas, eu os senti por décadas, trabalhando com o futsal e futebol feminino, mas vamos separar as coisas: a luta pelo respeito e igualdade é uma questão, ampla, gigante que não podemos deixar de lado jamais, a outra é saber efetuar uma leitura coerente e correta do que é o jogo e neste dia 30 de julho de 2021, o Brasil ficou abaixo do potencial de um grupo que pode sim, ir mais aquém do que foi.