Uma partida digna do desafio ao galo, ausência de sistema tático, ataques desequilibrados e uma enxurrada de oportunidades perdidas
Jogos que acontecem, mas não entendemos o porquê. Assim pode ser definido o confronto entre Venezuela e Canadá. Um jogo assustadoramente feio, apesar da grande mídia pintar como um jogo ofensivo, aberto, de tática diferenciada.
Ofensividade não deve ser confundida com irresponsabilidade tática ou falta de talento. São coisas bem distintas. E ao assistir o jogo pelo streaming e TV ouvir comentaristas querendo pintar um pavão onde há somente um franguinho soa como chamar o torcedor de burro.
Se o Canadá fosse eliminado pela Venezuela, é provável que Crépeau fosse alvo de críticas canadenses. Isso porque o goleiro estava fora de sua meta quando Rondón marcou um golaço empatando o jogo por 1 a 1 no segundo tempo e forçando a disputa de pênaltis. Porém, o goleiro se redimiu na disputa, defendendo duas cobranças e levando o Canadá à semifinal do torneio contra a Argentina (4 a 3 nos pênaltis).
Crédito: Conmebol/X
Nos pênaltis, as duas equipes desperdiçaram boas chances e passou quem errou menos: Herrera, Savarino e Ángel perderam para a Venezuela, enquanto só Millar e Eustaquio desperdiçaram para os canadenses. O destaque foi o goleiro Crépeau, que pegou duas cobranças. Sendo assim, o Canadá venceu por 4 a 3 e agora, a encara a Argentina, que nos pênaltis, após empate por 1 a 1 no tempo normal, eliminou o Equador e se garantiu entre os quatro melhores da Copa América.
A semifinal
Canadá e Argentina se enfrentam nesta terça-feira, às 21h (de Brasília), em Nova Jersey. Quem passar estará na decisão da Copa América. Os outros dois semifinalistas saem das quartas de final que serão realizadas neste sábado: às 19h, Colômbia x Panamá; às 22h, Uruguai x Brasil.
Arbitragem desastrosa
Wilton Pereira Sampaio
Wilton Pereira Sampaio necessita de uma reciclagem. É triste ver um árbitro FIFA que não aplica a regra. Um jogo fácil como Canadá e Venezuela, ele complica, não aplica cartões, inverte faltas, não pune o antijogo. Foi realmente desastroso, uma pena.
Triunfo deixa seleção do Leste Europeu na liderança do Grupo F
Atual vice-campeã, a Croácia, enfim, desencantou na Copa do Mundo do Catar. Neste domingo (27), a seleção do Leste Europeu goleou o Canadá por 4 a 1, de virada, no Estádio Internacional Khalifa, em Doha, pelo Grupo F.
O triunfo levou os croatas aos mesmos quatro pontos de Marrocos, com quem empataram na estreia, por 0 a 0, ficando à frente dos africanos no saldo de gols (três a um), na liderança da chave. Os norte-americanos, zerados, vão à última partida sem chances de chegar às oitavas de final. Na primeira rodada, eles foram superados pela Bélgica, por 1 a 0.
Apesar do tropeço canadense, Alphonso Davies fez história. Filho de pais liberianos e nascido em um campo de refugiados em Gana, ele chegou ao Canadá aos cinco anos. Coube ao lateral do Bayern de Munique (Alemanha), de 22 anos, fazer o primeiro gol da seleção em uma Copa do Mundo masculina.
Os jogos da última rodada do Grupo F estão marcados para quinta-feira (1º), às 12h (horário de Brasília). A Croácia terá um confronto direto pela classificação com a Bélgica, no Estádio Ahmad bin Ali, em Al Rayyan. O Canadá medirá forças com Marrocos no Estádio Al Thumama, em Doha.
Gol relâmpago não segura resultado
Os treinadores foram a campo com apenas uma mudança cada em relação à estreia. Na Croácia, Zlatko Dalic escalou o atacante Marko Livaja no lugar do meia Nikola Vlasic. Do lado canadense, John Herdman fez troca semelhante, abrindo mão de um meio-campista (Junior Hoillet) para reforçar o ataque com Cyle Larin.
Com a bola rolando, o Canadá precisou de 67 segundos para fazer história. O atacante Tajon Buchanan avançou pela direita e cruzou na cabeça de Davies, que mandou para as redes, anotando o gol mais rápido da Copa do Catar até agora. Os norte-americanos tentaram se manter no ataque, repetindo o que fizeram contra os belgas, mas a Croácia se recuperou do baque inicial e fez valer a maior qualidade para ocupar o campo canadense.
Se a insistência na bola aérea não deu certo, a mudança de estratégia para o toque de pé em pé se mostrou eficiente para os croatas. O gol anulado de Andrej Kramaric, por impedimento, aos 25 minutos, após lançamento de Livaja, era indício da melhora dos europeus. Dez minutos depois, o também atacante Ivan Perisic recebeu na área e esticou para Kramaric, que apareceu pela esquerda e bateu cruzado para empatar a partida. A virada foi questão de tempo. Aos 43, o lateral Josip Juranovic encontrou Livaja na meia-lua. O camisa 14 dominou e chutou rasteiro, no canto do goleiro Milan Borjan.
Kramaric e Perisic comandam goleada
O Canadá voltou do intervalo querendo repetir a pressão do início do primeiro tempo. Aos três minutos, o volante Jonathan Osorio limpou a marcação na entrada da área e bateu a meia altura, rente à trave direita. Aos dez, o atacante Jonathan David recebeu de Buchanan quase na meia-lua e chutou colocado, obrigando o goleiro Dominik Livakovic a se esticar e desviar a bola por cima do travessão.
Desta vez, porém, a Croácia não se acuou e respondeu rapidamente. Aos oito minutos, o meia Luka Modric dominou pela direita e cruzou rasteiro para Kramaric finalizar quase na marca do pênalti, parando em Borjan. Aos 24, Kramaric não perdoou. Ele recebeu de Perisic pela esquerda, driblou o zagueiro Kamal Miller na área e mandou no cantinho do goleiro, fazendo o terceiro dos croatas.
Precisando ao menos de um empate para chegar à última rodada com algumas chance de classificação, o Canadá se lançou à frente, dando espaços – principalmente pelos lados – aos contra-ataques europeus. Em um deles, aos 32 minutos, Perisic invadiu a área pela esquerda e arrematou cruzado, para defesa com os pés de Borjan. Na sobra, o meia Mateo Kovacic rolou para o volante Marcelo Brozovic finalizar, parando novamente no goleiro
Com o duelo sob controle, Zlatko Dalic aproveitou para descansar três dos principais titulares (Modric, Kovacic e Perisic), pensando na decisão contra a Bélgica. Ainda assim, a Croácia chegou ao quarto gol, justamente com dois dos atletas que foram a campo na reta final. Nos acréscimos, o atacante Mislav Orsic aproveitou um erro de Miller, correu em direção à meta pela esquerda e rolou, na saída de Borjan, para o meia Lovro Majer dar números finais à partida.
Nossa seleção começa a realizar um trabalho decente e com perspectiva. Tropeço diante do Canadá foi por conta de mal desempenho e não o eterno embate de falta de estrutura
O futebol feminino sofre com uma lacuna enorme em relação ao masculino, sim, fato, sem discussão ou debate sobre o tema. Assim como a diferença financeira e estrutural é um dos grandes pilares a evoluir.
Agora, colocar na conta disto a perda da vaga à próxima fase das Olimpíadas de Tóquio 2020 é no mínimo papo de quem quer tapar o Sol com a peneira.
O Brasil esta em um nível muito, muito melhor que a seleção canadense, poderia ter vencido sim no tempo normal, sem modéstia alguma.
Então porque não ganhou? Oras perguntam outros, porque jogou mal, simples assim.
Taticamente a seleção brasileira não teve uma postura boa, principalmente no meio campo e tecnicamente a seleção não se impôs, não mostrou seu melhor jogo.
É fácil criticar Pia por um jogo, falhas acontecem, até para uma treinadora de tanto sucesso, mas o conjunto de falhas desta partida, destruiu pela primeira vez, uma chance real de medalha para o futebol feminino do Brasil.
Da orgulho ver Ludmila, Tamires, Debinha, Andressa, Bia e tantas outras representando a seleção e mostrando que há futuro no futebol feminino.
Pela primeira vez, em tantos anos, conseguimos ver uma pequena luz de esperança na tortuosa estrada do preconceito e do desdém social que envolve a modalidade em terras tupiniquins.
Não, não comecemos uma caça as bruxas, apenas vamos reconhecer os erros, deixemos de lado o papo sexisista e de síndrome de cachorro vira lata que nos cerca.
Sabemos dos problemas, eu os senti por décadas, trabalhando com o futsal e futebol feminino, mas vamos separar as coisas: a luta pelo respeito e igualdade é uma questão, ampla, gigante que não podemos deixar de lado jamais, a outra é saber efetuar uma leitura coerente e correta do que é o jogo e neste dia 30 de julho de 2021, o Brasil ficou abaixo do potencial de um grupo que pode sim, ir mais aquém do que foi.