Ayrton nos deixou há 29 anos e é impossível não reverenciar este ícone
O dia 1° de maio de 1994 é uma das poucas datas que me recordo de tudo o que aconteceu comigo com detalhes absurdos.
Um dia que chorei por alguém que nunca vi, ou tão pouco cumprimentei.
Um dia onde vi um grande atleta perder sua vida.
Um dia vi uma nação com uma chaga difícil de cicatrizar.
Cicatrizes que permanecem e dia a dia nos recordam deste dia dolorido.
E no dia do trabalho sempre nos recordamos deste trabalhador, que sabia da dor do povo brasileiro e tentava, de alguma forma, com suas vitórias, amenizar a dor do dia a dia.
Senna, sonhamos com suas aceleradas, em suas ultrapassagens.
Sua dedicação à carreira, sua obstinação em melhorar nos faz acreditar que podemos sim conquistar o que desejamos.
Obrigado Senna, que aí do plano que você esteja possa ainda acelerar por nós aqui neste plano.
Este colunista pode até não ser “sennista”, mas não posso negar ser seu fã eterno.
Ex-piloto, Williams se consagrou com sua equipe de Fórmula 1
A Williams anunciou na manhã deste domingo (28) o falecimento de Sir Frank Williams.
Fundador da equipe que leva seu sobrenome, Frank foi um dos nomes mais icônicos da história do automobilismo mundial.
Nascido em 1942, o inglês tentou a carreira de piloto antes de virar dirigente.
Fundou a Frank Williams Racing Cars em 1966 e, três anos depois, comprou um chassis Brabham para entrar na Fórmula 1 com o amigo (e piloto) Piers Courage.
Em 1970, mudou para um chassis De Tomaso, mas a morte de Courage em Zandvoort no mesmo ano abalou Frank, que passou a ter graves problemas financeiros.
Em 1973, Frank Williams se associou ao construtor italiano Iso para, enfim, competir na Fórmula 1.
Construiu seu próprio carro em 1975 e, dois anos depois, fundou a Williams Grand Prix Engeneering, por meio de uma sociedade com Patrick Head.
Desde então, a Williams conquistou nove vezes o Mundial de Construtores (1980, 1981, 1986, 1987, 1992, 1993, 1994, 1996 e 1997) e foi sete vezes campeã do Mundial de Pilotos: 1980 (Alan Jones), 1982 (Keke Rosberg), 1987 (Nelson Piquet), 1992 (Nigel Mansell), 1993 (Alain Prost), 1996 (Damon Hill) e 1997 (Jacques Villeneuve).
Os engenheiros nos anos 70 e 80 perceberam brechas no regulamento da Fórmula 1 e soltaram a imaginação, confira
Fernando Alves Firmino
Williams FW07E e FW08D Six Wheeler
No início da década de 80, a vedete do momento eram os motores turbo e a Cosworth não desenvolvera um motor turbo que fizesse frente aos Renault e os Ferrari na Fórmula 1.
Head até chegou a conversar coma Ferrari para usarem o V6 turbo da equipe italiana, mas a Ferrari disse não. restava a Williams se contentar com os Ford V8 e evoluir seus carros na aerodinâmica. Foi ai a grande sacada da Williams.
A Williams, no final de 81, jogou certo quando resolveu fazer um carro de seis rodas baseado no carro da March e não no da Tyrrell, assim, a Williams ganharia em tração nas saídas de curva, pois a área de contato dos pneus com o solo era maior, e velocidade nas retas, pois seu desenho privilegiaria um fluxo de ar com menos obstáculos.
O carro contava também com um efeito solo quase perfeito, pois, as saias para canalizar o ar eram restritas ao espaço entre eixos, isso era uma vantagem para a Williams, pois o carro tinha grande entre eixos, e com a ajuda da Hewland, a transmissão foi significativamente melhorada, pois ela trabalhou junto com Roy Lane nas subidas de montanha e evoluiu bem o projeto.
O primeiro a testar o carro foi Alan Jones, o teste foi no final da temporada de 81, logo depois de sua vitória no GP de Las Vegas.
Mesmo vendo que o carro era um foguete e que ele não “patinava” nas curvas, Jones não voltou atrás, e anunciou sua primeira aposentadoria para o fim do ano. Este foi o único teste de Jones no FW07E.
O projeto só foi bem evoluído depois que Keke Rosberg, oriundo da Fittipaldi, se juntou a equipe no fim do ano. Já no começo dos testes notou-se como era rápido essa Williams, em alguns dias de teste o FW07E já abaixou o recorde da pista que era de Prost com sua Renault Turbo ultra rápida.
Jonathan Palmer também testou o carro, primeiro foi em Silverstone com o piso molhado, depois foi para a França testar na pista, curta e estreita, de Croix-en-Ternois.
Mesmo sendo um carro adaptado, a Williams FW07E mostrou muito resultado. Patrick Head e Frank Williams seguiram com o projeto e lançaram um carro especialmente feiro para andar com seis rodas, era o FW08 (posteriormente iria-se introduzir a denominação “D”).
Este carro sim, foi um verdadeiro estouro, logo nos primeiros teste, ele aniquilou o recorde da pista de Donnington com Rosberg ao volante. A equipe chegou até a anunciar Jacques Laffite para pilotar o carro, mas a FIA, vendo tamanha superioridade, baniu os carros de 6 rodas a partir de 83. Foi o fim deste super carro na Fórmula 1.
Mais de 10 anos depois, o FW08D deu de novo suas caras, foi em na edição de 94 do Goodwood Festival of Speed, com Jonathan Palmer ao volante, esse Williams bateu o recorde do circuito e foi direto para o museu do festival, onde se encontra até hoje.
Ferrari 312T6 “Six Wheeler”
A mais misteriosa e difícil de se conseguir imagens, a lendária Ferrari com 6 rodas, ai estão amantes do esporte.
Era a pré temporada de 77 da Fórmula 1 e a Ferrari queria dar um passo a frente de seus concorrentes criando um inovador carro de 6 rodas, se é que se pode se chamar assim.
O projeto era nada mais do que a Ferrari 312T2, que a Ferrari usou em 76, com a troca dos pneus traseiros por um par dos dianteiros, bem no estilo caminhão. Tudo isso para reduzir o arrasto aerodinâmico provocado pelos grandes pneus, afirmava Mauro Forghieri, designer do 312. Com esses novos pneus, a Ferrari precisou de novas suspensões traseiras, mas foi aí o grande problema da equipe.
Já nos primeiros testes com a Ferrari 312T6, Carlos Reutemann, depois de dar cerca de 10 voltas com o carro para aclimatização, partiu para algumas Flying laps no circuito de Fiorano, mas na volta seguinte, subitamente seu carro dá uma guinada à esquerda e bate no muro do circuito, tendo um principio de incêndio.
Uma semana mais tarde, os mecânicos da Ferrari conseguiram arrumar o carro para Lole testar outra vez, mas novamente sente algo estranho no carro logo nas primeiras voltas, ele traz o carro de volta aos boxes bem lentamente e a equipe constata uma quebra de suspensão, o mesmo defeito que outrora o deixou no muro. Lole pediu para não mais andar no carro, e foi assim que este projeto chegou ao fim.
Giorgio Enrico, tester pra toda obra da Ferrari, também andou dando umas voltas no carro.
Mesmo sem a equipe ter declarado esse carro como oficial, ele não iria poder correr em nenhum GP, pois sua largura excedia o limite máximo permitido.
March 2-4-0
O 2-4-0 foi um projeto da equipe March para lançar um carro com seis rodas na Fórmula 1.
Na época, a categoria já tinha um carro assim, era o Tyrrell P34, mas esses projetos eram bem diferentes: enquanto o Tyrrell tinha duas pequenas rodas dianteiras e uma grande traseira, o March 2-4-0 tinha 6 rodas do mesmo tamanho e 2 eixos traseiros, tudo isso para privilegiar a tração sem perder eficiência aerodinâmica.
Este carro começou a ser desenvolvido em 76 pelo projetista Robin Herd e foi apoiado por Max Mosley, parceiro de Herd no projeto, que notava como a Tyrrell tinha ganhado em publicidade desde a criação do P34, e esperava-se o mesmo para a March.
Inicialmente, o carro era para ter as quatro rodas traseiras motrizes, mas um grande problema surgiu: era a concepção do cambio, algo extremamente complicado e que demandaria altos custos, coisa que a March não esbanjava muito.
No final de 76, a March apresenta o 2-4-0 à imprensa, trata-se do chassi 761 com profundas alterações. Ainda no final do ano, faz seu primeiro teste, o carro seria pilotado por Howden Ganley que foi ao circuito de Silverstone repleto de jornalistas que queriam ver a vedete do momento.
O 2-4-0 começa mal, anda meia volta antes que o cambio quebre. Para não perder o teste e fazer feio diante da imprensa, os mecânicos prontamente fizeram uma adaptação e o March voltou a pista somente com um eixo motriz.
Os jornalistas presentes que cobriam a Fórmula 1 nem perceberam a mudança, já que o dia era de chuva e o carro sequer tinha dado uma volta com tração nas quatro rodas traseiras.
Ganley voltou a fazer mais alguns testes enquanto uma nova caixa de cambio era feita pela March, mas sem expressivas melhoras.
O carro chegou a ir a Interlagos no final de Janeiro, mas sequer entrou na pista. Nas duas primeiras provas do ano, a March usou os chassis de 76 evoluídos.
Em Fevereiro, o carro voltou a Silverstone com tração nas quatro rodas traseiras, desta vez a equipe também contava com Ian Scheckter.
Scheckter e Ganley elogiaram muito o carro e disseram que ele tinha muita aderência e parecia andar sobre trilhos tamanha a tração.
Sem dinheiro e sem tempo o projeto 2-4-0 foi sumariamente cancelado, pois a March já havia gastado uma fortuna em um carro sem nenhuma confiabilidade, apesar de ser muito rápido.
Depois do fato, a March voltou a ter seu carro normal com quatro rodas.
Engana-se quem pensa que o carro parou nestes testes, em 79, o piloto inglês Roy Lane, exímio “montanhista”, pegou a transmissão do 2-4-0 e a adaptou num March 771 e o usou em provas de subida de montanhas na Inglaterra. O carro pilotodo por Lane tinha tração nas seis rodas e levava incrível vantagem sobre seus concorrentes, mas sucessivas quebras de cambio, fizeram Lane abandonar o projeto depois de muitas vitórias.
Tyrrell P34
Sem dúvida o mais famoso e bem sucedido modelo de seis rodas da Fórmula 1 e do automobilismo, tornando-se um ícone histórico: O lendário Tyrrell P34
O P34 foi o modelo de Fórmula 1 da Tyrrell em parte da temporada de 1976 e em toda a temporada de 1977 da Fórmula 1. Foi guiado por Jody Scheckter, Patrick Depaillere Ronnie Peterson.
A inédita configuração de quatro rodas na dianteira, todas elas estressantes, foi uma tentativa do engenheiro Derek Gardner de reduzir a área frontal do carro, com o uso de pneus menores, e assim obter uma melhor penetração aerodinâmica. A fábrica de pneus Goodyear teve que produzir, especialmente para o modelo, pneus com 10 polegadas de diâmetro.
O Tyrrell P34 não chegou a ser um fracasso e até conseguiu alguns bons resultados, mas apresentou um desempenho prático bem aquém do esperado pela equipe: embora a área frontal realmente diminuísse, a aerodinâmica proporcionada pelo rombudo bico do carro não era das melhores e, principalmente, as rodas traseiras continuaram com as mesmas dimensões dos outros Fórmula 1 da época — o que acabava deixando a área frontal praticamente igual.
O mecanismo desuspensão e de direção necessário para fazer as quatro rodas esterçarem mostrou-se complexo e de difíceis acerto e manutenção. E os pneus menores, apesar de não mostrarem uma piora perceptível de desempenho ou maior desgaste, tinham um custo muito alto, devido à baixíssima escala de produção.
Para a temporada de 1978 a Tyrrell apresentou o modelo 008, que retomou a configuração convencional de quatro rodas. Alguns anos depois, quando algumas equipes começaram a cogitar a possibilidade de usar quatro rodas motrizes na traseira — principalmente a Williams, que chegou a produzir um protótipo —, a Federação Internacional de Automobilismo alterou o regulamento da Fórmula 1 para proibir a participação de carros com mais de quatro rodas na categoria.
Britânico da Williams preenche o lugar do heptacampeão, diagnosticado com a COVID-19 na última terça-feira
Agora é oficial. Nesta quarta feira, a Mercedes confirmou George Russell para a vaga de Lewis Hamilton no GP de Sakhir de Fórmula 1, que acontece no próximo domingo (7). Hamilton, diagnosticado com a COVID-19 na última terça, ficará de fora de uma corrida da categoria pela primeira vez desde a sua estreia, na Austrália, em 2007, e isso acaba permitindo ao jovem Russell, piloto formado pela própria Mercedes, a promoção.
A Williams, equipe onde o britânico é titular desde o início de 2019, terá seu piloto reserva no carro para a corrida: o também britânico Jack Aitken, ex-integrante da academia de pilotos da Renault e piloto da espanhola Campos Racing na F2, que fará sua primeira corrida na categoria máxima do automobilismo. Quem fica de fora acaba sendo mesmo Stoffel Vandoorne, piloto de desenvolvimento da Mercedes, e que se encontrava na Espanha, participando dos testes coletivos da Fórmula E em Valência.
Além da dupla, outra novidade no grid deste domingo será brasileira: Pietro Fittipaldi, neto do bicampeão mundial Emerson Fittipaldi também fará o seu debut na F1, pilotando a Haas do francês Romain Grosjean, que se recupera das queimaduras decorrentes do grave acidente que sofreu no último domingo no Bahrein. A equipe americana aproveitou a semana agitada para confirmar também sua dupla titular para 2021, com as subidas de Mick Schumacher e Nikita Mazepin, líder e terceiro colocados no campeonato deste ano da F2, respectivamente.
Já o campeão Hamilton, que teve sintomas leves do novo coronavirus e se mantém saudável, cumprirá isolamento de dez dias – período exigido pelo governo barenita em casos de COVID – antes de fazer novo teste, já na semana que vem. Se este novo teste tiver resultado negativo, Lewis estará liberado para a corrida final do ano, em Abu Dhabi. Do contrário, a tendência é que Russell e Aitken ganhem mais uma chance. Pietro vive mesma expectativa, mas observa a recuperação das mãos de Grosjean, para saber se disputará o encerramento da temporada 2020.