Jiangsu Suning, grupo que é dono da Inter de Milão, não terá mais o Jiansung FC e deve buscar novas parcerias para se reinventar
A nova geopolítica do futebol mundial tomou uma nova reviravolta. A quebradeira na Superliga Chinesa expõe a tentativa fracassada de um mega financiamento ao desenvolvimento do futebol chinês.
A terra do dragão viu surgir uma liga com valores nunca imagináveis no futebol mundial, tudo muito bem alicerçado nos pilares do governo chinês que acreditava conseguir um crescimento gigantesco de seu futebol local com uma superliga.
Um dos marcos do fim da superliga foi o encerramento das atividades do Jiangsu F.C. Os seus proprietários, a cadeia de shopping centers Suning – também dona da Inter de Milão -, anunciaram o “fim das operações” do clube, que está sobrecarregado por dívidas que podem beirar o equivalente a 535 milhões de reais. O fechamento, um mês antes do início da nova temporada, abalou o futebol chinês. Pode não ser o único caso em uma competição que há cinco anos surpreendeu o mundo com sua compra espetacular de jogadores estrangeiros e que hoje acumula dívidas e falências.
Passaram-se apenas seis anos, mas como parece distante o tempo em que o Jiangsu – então chamado de Jiangsu Suning – dizia adeus às suas origens humildes de segunda divisão graças à chegada da gigante do varejo. Em 2016 pagou 50 milhões de euros (340 milhões de reais) por Alex Texeira e 28 milhões (190 milhões de reais) por Ramires. Sua carteira – ou melhor dizendo, a de seu dono – parecia não ter fim, apesar das dívidas acumuladas pelo time. Em 2019, há menos de dois anos, atribuíam com insistência ao time um grande interesse por Gareth Bale, operação que não deu frutos.
Vale lembrar que em meio a todas estas realizações, o governo chinês despejou incentivos e benefícios. Por falta de conhecimento, acreditavam que a Superliga iria fazer surgir talentos no país, não foi o que aconteceu.
Os infortúnios de Jiangsu não são os únicos. Em maio, o Tianjin Tianhai já havia sido dissolvido. Seu rival, os Tigres de Tianjin, também pode ser abandonado por seu dono, o conglomerado Teda, enquanto alguns de seus ex-jogadores admitem que a situação financeira “não é boa”. Em fevereiro, o Shandong Luneng foi expulso da Liga dos Campeões da Ásia por falta de pagamento aos seus jogadores. No ano passado, faliram 16 times das três primeiras divisões.