Autor: Redação

  • Musa fitness aponta quatro exercícios para quem ainda não se sente seguro na academia

    Apesar da reabertura das academias em diversos estados do país, há quem continue optando por modalidades alternativas 

    Assim como boa parte do comércio, as academias entraram para o grupo de locais com autorização para funcionar. Porém, mesmo com as medidas de proteção aplicadas pelos estabelecimentos, uma boa parcela dos alunos não se sente seguro em voltar aos ambientes de treino compartilhado.  

    A relutância não quer dizer que as pessoas pararam de se exercitar, muitas procuraram outras alternativas, principalmente devido a importância da atividade física no cenário pandêmico. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), se manter ativo é uma das formas de fortalecer o sistema imunológico. A instituição recomenda que durante a pandemia, as pessoas optem por passeios a pé ou de bicicleta, com respeito ao distanciamento de segurança para evitar contaminação.    

    Atleta e musa fitness, Sue Lasmar tem a atividade física não apenas como um fator de saúde, mas também de trabalho. Na pandemia, ela manteve a rotina e a intensidade dos treinos mesmo longe das salas de musculação. Ela conta que tem se exercitado em casa ou áreas verdes e mesmo com a reabertura das academias, não pretende voltar enquanto o vírus não estiver controlado no país. 

    De acordo com a musa fitness, é possível fazer treinos eficientes em casa, desde que haja a motivação correta.

    “Para os que querem fazer controle de peso, as atividades aeróbicas são as mais recomendadas. Por outro lado, quem busca a hipertrofia, precisa trabalhar exercícios que sejam capazes de romper as fibras musculares, pois é na recuperação delas que há ganho músculos”

    explica

    Mesmo em casa, a musa alerta que é preciso respeitar os limites do corpo e trabalhar os exercícios de maneira progressiva.

    “Muitas pessoas estão malhando sozinhas, por isso o cuidado com lesões deve ser redobrado. Fazer o aquecimento, cumprir as fases de treinamento e aumentar a intensidade de treino de forma gradual é essencial para que a pessoa não acabe se lesionando” 

    comenta

    Para quem não se sente seguro para retornar academia, a atleta aponta quatro modalidades de treino para não deixar o sedentarismo se instalar. 

    Exercícios aeróbicos

    Ideais para o controle de peso, atividades como corrida, caminhada e bicicleta são bastante democráticas e atendem tanto iniciantes quanto veteranos nos treinos. Os benefícios da prática vão desde de aumento na qualidade de sono e autoestima a melhora no nível de colesterol e capacidade cardiorrespiratória. 

    HIT

    O treino intercalado de alta intensidade é caracteristicamente uma atividade de tempo reduzido. Isso porque, nesse treinamento, a pessoa atinge picos de alta intensidade com intervalos de descanso. Essa é uma modalidade que queima calorias não apenas durante o exercício, mas também depois dele, já que o HIT se mostra um inibidor de apetite. Além disso, há aumento na resistência anaeróbica e na produção de ácido lático. 

    Calistenia

    O corpo é a academia. Voltado para quem deseja ganho de massa corporal, a modalidade tem como princípio utilizar apenas o peso do próprio corpo para realizar a atividade física. Com os exercícios certos, a pessoa consegue definir músculos, perder gordura e ganhar força. Alguns movimentos básicos da prática são flexão, prancha e agachamento. Durante esse tipo de treino, há ainda estímulo a produção de testosterona, hormônio importante para o ganho de massa e emagrecimento. 

    Dança

    Além de uma ótima atividade para se divertir, a dança, nas suas mais variadas modalidades, pode ajudar no controle de peso, definição de músculos e melhora na sensação de bem-estar.

    “Pode ser zumba, balé, o importante é fazer um treino que dure pelo menos uma hora por dia, dessa forma todos os benefícios da prática vão acontecer”

    comenta Sue

    Além de um alto gasto calórico, o exercício trabalha os músculos inferiores e fortalece o sistema cardiorrespiratório. 

  • OFICIAL! Gustavo Villani é o narrador do FIFA 21.

    (Foto: A Hora do Play)

    O narrador Gustavo Villani do Grupo Globo é o novo contratado do game de futebol FIFA 21 da EA SPORTS.

    O anúncio foi divulgado nesta terça feira nas redes sociais. O locutor será o substituto de Tiago Leifert que desde 2012 comandava as narrações. Villani vai atuar ao lado de Caio Ribeiro que fica nos comentários.

    Em fala ao ge.globo.com, o profissional diz:

    “Isso é muito louco na minha cabeça, porque eu treinava narração quando garoto, jogando videogame, narrando futebol de botão, e o Aldir Blanc um gênio da nossa música que nos deixou agora, ao longo da pandemia, disse numa música assim: “Sabor antigo pela primeira vez” é assim que eu me sinto, é uma volta ao passado, narrando pra valer pela primeira vez o game”

    Com o famoso bordão “gol de vídeo-game”, o agora locutor do game, vai transmitir através do jogo todas as suas emoções e falas ao seu consumidor.

    (Twitter: EA SPORTS FIFA BRASIL)

    O game será lançado em 6 de outubro deste ano e vai ser rodado para PC, PS4, Xbox One e Switch em versão Legacy. Também estará disponível para PS5 e Xbox Series X.

  • Nostalgia: Senna em entrevista a revista Playboy em 1990

    Senna fala sobre vida e carreira

     

    Reproduzimos aqui alguns trechos da entrevista de Ayrton Senna a revista PLAYBOY em Agosto de 1990, por Mônica Bergamo


     

    PLAYBOY: O Nelson Piquet alimentou a discussão ao declarar que você não gosta de mulher. Como isso o afetou?

    SENNA: Fiquei… muito triste. Foi uma campanha altamente destrutiva. Não me anularam na pista, quiseram me derrotar pelo lado pessoal. Falharam mais uma vez.

    PLAYBOY: Essas insinuações acabaram envolvendo Américo Jacoto Júnior, assessor que o acompanhava em quase todas as corridas. E você o demitiu, não foi?

    SENNA: O Júnior… ele era um amigo de infância, era como um irmão para mim. Foi muito triste usarem um argumento tão absurdo, tão mentiroso, para me destruir e atingir alguém de quem eu gosto. Mas não foi uma demissão. Na verdade, o Júnior era mais um amigo do que um assessor. Tinha acabado a faculdade, estava à toa, e eu o convidei para viajar. Foi ótimo, porque ele conheceu o exterior, aprendeu idiomas, e era uma companhia excepcional…

    PLAYBOY: Vocês não se afastaram por causa da polêmica criada pelo Piquet?

    SENNA: É, existiu um afastamento, a amizade nunca mais voltou a ser a mesma. Foi uma destruição muito grande… [Senna fica tenso e faz um longo silêncio.] É melhor ficar quieto. Eu ia falar uma coisa aqui… não quero falar.

    PLAYBOY: O quê?

    SENNA: Não, não… nada.

    PLAYBOY: Alguma coisa sobre esse assunto?

    [Senna desliga o gravador e faz um desabafo emocionado sobre Piquet. Pede para que se mude de assunto.]

    PLAYBOY: Por que você não aproveita e esclarece o episódio de uma vez?

    SENNA: [Silêncio.]

    PLAYBOY: Você o processou por isso. A retratação dele na Justiça foi suficiente?

    SENNA: Irrelevante. Ele negou que tinha dito. Foi tudo um jogo baixo, sujo.

    PLAYBOY: Você namorou a Katherine, atual mulher dele, antes de os dois casarem, não é?

    SENNA: Não namorei. Mas… eu a conheci.

    PLAYBOY: Conheceu como?

    SENNA: [Emocionado.] Eu a conheci como mulher. É curto e grosso. Eu a conheci como mulher.

    PLAYBOY: Você nunca havia dito isso. Não seria um motivo suficiente para que Piquet não lançasse dúvidas a seu respeito?

    SENNA: Não há nada que sustente o argumento de que eu não gosto de mulher.

    PLAYBOY: Você acha que…

    [Senna desliga o gravador, negando-se a responder qualquer outra pergunta sobre o assunto.]

    PLAYBOY: Sua paixão pelas corridas dá a impressão, às vezes, de que você não pensa em nenhuma outra coisa. Só em carros.

    SENNA: Quando estou trabalhando, meu compromisso com a vitória é total. Não tenho tempo de falar com a imprensa sobre o que eu acho ou deixo de achar. Isso só acontece em momentos especiais. Como nesta entrevista. São oportunidades raras, mas tão ricas em qualidade que mesmo quem me acha frio, sem perceber, acaba gostando de mim.

    PLAYBOY: Você é uma pessoa solitária?

    SENNA: A solidão me toca em muitos momentos. Mas tenho fé de que vou encontrar a pessoa ideal para dividir minha vida. Sou inquieto, faço com que as coisas aconteçam. No campo emocional, porém, assumi uma paz interior, reforçada pela ideia de que na hora certa essa pessoa vai chegar. Cabe a mim ter paciência. Por outro lado, não vivo sozinho. Estou em contato diário com aqueles que amo no Brasil. Telefono para meus pais, para meus irmãos, Viviane e Leonardo, mais de uma vez por dia. Nunca estou só. Nunca estive só.

    PLAYBOY: O segundo casamento está em seus planos?

    SENNA: Por que não? Só que pretendo acertar em cheio desta vez. Quero ter filhos — um casal seria muito bom. Mas não podemos escolher, não é? Depende da vontade de Deus.

    PLAYBOY: Quando seu filho fizer 4 anos, você vai dar a ele um carrinho de kart, como seu pai fez com você?

    SENNA: Se ele demonstrar aptidão guiando carros no colo do pai, como aconteceu comigo, tudo bem. Mas não incentivaria. Mostraria outros caminhos e o apoiaria naquilo que ele sentisse amor. A identificação com carros, com corridas, teria que nascer nele. Eu não despertaria.

    PLAYBOY: Onde está aquele carrinho?

    SENNA: Virou sucata em algum ferro velho. Brinquei com ele alguns anos, até meu pai me comprar um kart verdadeiro. O antigo ficou para meu irmão mais novo, o Leo. Um dia, ele estava brincando na metalúrgica do meu pai. Dirigia rápido, mas era distraído. Começamos a chamar, o Leo olhou para trás e continuou acelerando. Escorregou na pista, bateu num muro e por pouco não parou embaixo de um caminhão. Meu pai ficou tão desgostoso que jogou o brinquedo fora.

    PLAYBOY: Você lembra de sua primeira corrida?

    SENNA: Da primeira, da segunda, da primeira vitória… Lembro de tudo. Competi pela primeira vez aos 8 anos, num balneário em São Paulo. Meu pai não queria, porque só tinha marmanjo de 18 anos. Mas entrei e curti adoidado. Me deram uma colher de chá, e fui o primeiro a sortear posição, num capacete cheio de papeizinhos. Peguei o número 1 — minha primeira pole! Eu era tão pequeno, tão leve, que meu carro andava mais que todos, e fiquei na ponta um montão de voltas. Os grandes se pegavam nas curvas, mas nas retas eu mandava ver, sumia. Faltavam três voltas quando um deles deu uma pancada atrás do kart. Capotei e fiquei fora. Mas quase venci.

    PLAYBOY: Quem eram seus ídolos naquela epóca?

    SENNA: O fackie Stewart, o Gilles Villeneuve, o Niki Lauda e, sem dúvida, o Émerson Fittipaldi. Ele era o maior.

    PLAYBOY: Parece que você não acelerava muito na escola, não é? Ficava em recuperação, passava por conselho de classe…

    SENNA: No ginásio até que ia bem, sentava nas primeiras carteiras da classe. Perdi o pique no colegial. Já construía meus castelinhos, sonhava em me dedicar de corpo e alma ao automobilismo. Comecei a sentar no meio, no fundão, a colar nas provas. Certa vez, um amigo chegou a fazer exame por mim. Valeu pelo menos, passei de ano! Mas foi o cúmulo. Depois, por inércia, entrei na faculdade de Administração de Empresas da FAAP, em São Paulo. Minha cabeça, porém, estava em outra: cursei um mês, tranquei matrícula e pouco depois fui para a Europa. Aí começou tudo.

    PLAYBOY: E como foi sentar em um carro de F-1 pela primeira vez?

    SENNA: Uma experiência incrível. Foi em julho de 1983, em Donnington Park, um dia depois do GP da Inglaterra [Senna, que corria na Europa desde 1981, em categorias inferiores, estreou profissionalmente na Fórmula 1 em 1984, quando assinou contraio com a Toleman]. O Frank Williams, dono da Williams, me convidou para andar no carro. Parecia um sonho ver de perto aquela tremenda máquina, altamente sofisticada, campeã do mundo, um privilégio permitido a apenas dois pilotos. Era gostoso saber que eu ia fazer o motor funcionar, colocar a marcha e sair pelo boxe. Aquele dia não era da Williams, não era de ninguém. Era só meu. Liguei o carro, e bati o recorde da pista. É uma grande recordação. Lembro que cheguei perto da máquina, fiquei olhando, fiz carinho, dei uns tapinhas e falei para ela: “É hoje! É hoje!”

    PLAYBOY: Você conversou com o carro?

    SENNA: É… pode crer!

    PLAYBOY: Esse diálogo é constante?

    SENNA: Não, só aconteceu naquele dia. Meu papo é com outra pessoa — é com Ele, lá em cima. E isto vem se acentuando nos últimos dois anos. Tenho tido experiências fantásticas. Uma nova vida se abriu diante de mim.

    PLAYBOY: Esse seu, digamos, diálogo com Deus começou em 1988, em Mônaco, quando você liderava a prova com quase 1 minuto de vantagem sobre o Alain Prost e bateu o carro sozinho no guard-rail?

    SENNA: Exatamente. Aquilo não era apenas um erro de pilotagem. Era a consequência de uma luta interna que me paralisava e tornava vulnerável. Eu tinha uma abertura para Deus e outra para o diabo. O acidente foi um sinal de que Deus estava ali me esperando, para me dar a mão. Bastava eu dizer que queria. Foi uma experiência incrível. Ouvir falar de Deus é uma coisa. Mas eu experimentei, diante dos meus olhos, dos meus sentidos — o que é bem diferente. Não existe equívoco, não existe dúvida, não existe mal entendido. É uma verdade.

    PLAYBOY: Que outras experiências você teve?

    SENNA: Se conversar sobre minha vida amorosa é algo extraordinário, falar sobre Deus é ainda mais fora do comum. É muito, muito especial. É meu mundo. Aos olhos das pessoas comuns, que não têm fé, tudo é loucura, bobagem. Por isso, fica uma situação incômoda para mim. Ao mesmo tempo, por que não dividir experiências com as pessoas que, como aconteceu comigo, procuram a vida nova?

    PLAYBOY: E como são os sinais que você recebe?

    SENNA: Depois do acidente de 1988, Ele começou a falar comigo através da Bíblia. Eu pegava o livro orando, expondo meus sentimentos, pedindo luz. E abria exatamente onde estavam as respostas de coragem, determinação e força.

    PLAYBOY: Já lhe aconteceu algo mais concreto?

    SENNA: Vou contar uma experiência recente. No Grande Prêmio de Mônaco deste ano, em maio, percebi nos treinos de sábado que meu carro estava desequilibrado, sem possibilidade real de vitórias na corrida de domingo. A McLaren do Gerhard Berger, meu companheiro de equipe, apresentava os mesmos problemas. Bem, vencer em Montecarlo era muito importante, e expliquei isso a Deus. Ele sabe de tudo o que se passa em nosso coração. Mas é necessário se entregar através da oração. Foi o que eu fiz. Quando chegou o domingo, ainda no warm-up [o aquecimento que os pilotos fazem nos carros pela manhã], tive uma sensação e uma visão. Consegui me enxergar de fora do carro. Em volta da máquina e do meu corpo, existia uma linha branca, uma espécie de onda, que se traduziu para mim como força e proteção.

    PLAYBOY: Você conseguiu se ver?

    SENNA: Hã-hã.

    PLAYBOY: Saiu do seu corpo?

    SENNA: Hã-hã. Entrei em outra dimensão. Tive uma paz incrível, e a certeza de que estava equilibrado, de corpo e alma, inteiro. Não tinha canto sobrando, estava tudo redondo, em harmonia. Geralmente, antes de largar, fico na minha, quietão. Dessa vez, até sorri. Saí do boxe, com aquele mesmo carro que um dia antes apresentou problemas, e os defeitos… pã! Desapareceram! Estavam lá, mas não me incomodavam. Depois da corrida, o Berger veio conversar comigo, e disse que o carro dele continuou trepidando. Eu apenas sorri, não entrei em detalhe. Só que, comigo, não aconteceu nada.

    PLAYBOY: Você lê a Bíblia diariamente?

    SENNA: Não. Mas, às vezes, mais do que uma vez por dia. É nela que aprendo pouco a pouco sobre o Deus poderoso, que criou o céu, a Terra, o universo.

    PLAYBOY: E à igreja, você vai?

    SENNA: Gosto quando ela está vazia, tranquila, em paz. Sou católico, mas não curto missa. Não tem nada de especial nem de gostoso nesse culto.

    PLAYBOY: Principalmente se alguém o reconhece e vem rogar um autógrafo, não é?

    SENNA: Não é isso. Acontece que o ritual não tem nada a ver, é muito superficial. Não é o meu culto, com certeza.

    PLAYBOY: Quando venceu o GP do Japão. em 1988 e conquistou o primeiro título mundial, você declarou que chegou a ver Deus nas duas últimas curvas da prova. Como foi isso?

    SENNA: Eu estava agradecendo a Ele pela vitória. Deus me deu um campeonato de luta, conquistado na penúltima prova do ano, como todo piloto sonha. Era um presente enorme. Mesmo orando, eu estava superconcentrado, me preparando para uma curva longa, de 180 graus, quando vi a imagem de Jesus. Ele era tão grande, tão grande… Não estava no chão. Estava suspenso, com a roupa de sempre, a cor de sempre, e uma luz em volta. Seu corpo inteirinho subia para o céu, alto, alto, alto, ocupando todo o espaço. Ao mesmo tempo em que tinha essa imagem incrível, eu guiava um carro de corrida. Guiava com precisão, com força, com… [comovido] com tudo… É de enlouquecer, não é? É de enlouquecer!

    PLAYBOY: Você não enxergava mais nada?

    SENNA: Exato. Não dá para descrever. Eu falava com Deus, e Ele pintou. Simplesmente se mostrou diante de mim.

    PLAYBOY: Em que mais você pensava nesta hora?

    SENNA: Cruzei a linha de chegada urrando dentro do capacete. Batia na cabeça, não acreditava, comecei a chorar. Dezenas de pessoas da equipe falavam comigo pelo rádio, e eu agradeci especialmente ao Steve Nichols, meu engenheiro. Gritei muita coisa que não posso revelar.

    PLAYBOY: Palavrões?

    SENNA: [Rindo.] É. Entre outras coisas. Foi uma explosão de sentimentos. Aqueles segundos consagravam uma vida inteira de trabalho, desejo, sonho e vitória. Foi uma conquista real, um campeonato indiscutível, de vitórias tremendas, e não um campeonato ganho por pontinhos.

    PLAYBOY: Por vitórias ou por pontinhos, não dá na mesma?

    SENNA: Todos os anos tem um campeão, em todos os esportes. Mas nem sempre é o campeão de verdade, respeitado. admirado, indiscutível. Pelo contrário. muitas vezes é um vencedor sem vitória. sem mérito, sem conquista. Veja: num ano em que uma equipe como a McLaren domina totalmente o campeonato, existem dois pilotos com possibilidades de vencer. Entre aquele que tem vitórias e é o melhor, e o que vence pela desgraça dos outros, porque os adversários quebram o carro, coisas assim, o primeiro tem muito mais valor. E eu conquistei o título assim. Da maneira que julgo verdadeira.

    PLAYBOY: Você está querendo dizer que o Alain Prost, que venceu o campeonato no ano seguinte, por pontos, foi um campeão…

    SENNA: [Interrompendo.] … Sem valor, sem crédito. Tudo foi tão desacreditado por ele — a qualidade de nossos carros, o fornecimento do motor — que ele nem comemorou o título. Eu saí do Japão em 1988 como vencedor. Como campeão de fato. O Prost saiu do Japão um ano depois como perdedor. Não ganhou na pista, não conquistou o título através de uma vitória. Na última corrida do ano, na Austrália, que definiu o campeonato, ele estava fora do carro, no boxe, parado, se recusando a correr por causa da chuva. Levou o título por uma questão matemática. Se eu vencesse nessa última prova, será que ele se consideraria, no íntimo, um campeão? O Prost sabia que eu tinha conquistado nove pontos no Japão, uma prova antes, mas que me desclassificaram, me tiraram esses pontos. Com eles, eu seria o campeão. Qual é, então, o valor do título dele?

    PLAYBOY: Nesta prova do Japão, você foi desclassificado por causa de uma manobra irregular para voltar às pistas, depois que seu carro se chocou com o de Prost. Ron Dennis, o dono da McLaren, defendeu você. Ele disse que Prost jogou o carro sobre o seu. Foi isso mesmo?

    SENNA: O Prost virou o carro antes de entrar na curva, isso a gente vê pelos vídeos de televisão. Ele percebeu que eu estava ali e fez de propósito.

    PLAYBOY: É verdade que depois da prova Prost foi procurá-lo e você quase bateu nele?

    SENNA: Cheguei perto. Depois do que ele fez, vem se dizer triste pelo episódio? É algo fora da realidade. Eu disse para ele se afastar e cuidar da própria vida. Era o mínimo que eu poderia fazer.

    PLAYBOY: Depois de desclassificado da prova, você acusou os cartolas de manipularem o campeonato em favor de Prost e acabou ameaçado pelo presidente da Fisa [Federação Internacional de Esportes Automobilísticos], Jean-Marie Balestre, de ser excluído das provas deste ano. A briga se arrastou por três meses. Em todo este tempo, você sempre achou que estava certo?

    SENNA: Cem por cento.

    PLAYBOY: E por que se retratou, como Balestre exigia?

    SENNA: Mais uma vez, foram circunstâncias de uma situação em que a verdade foi colocada de uma maneira… [longo silêncio] que ainda hoje eu não posso responder.

    PLAYBOY: Quando disse que o campeonato foi manipulado, você expressou uma certeza que pelo menos os seus torcedores também tinham?

    SENNA: Hã-hã.

    PLAYBOY: E, na última hora, mudou de opinião?

    SENNA: Não, eu não mudei. Essa é que é a verdade. Eu não mudei. [Emocionado.] Mas, realmente, não posso falar sobre isso hoje. Teria sérias implicações.

    PLAYBOY: Sua vontade de continuar nas pistas está acima de tudo?

    SENNA: Em certos momentos, sim. Neste episódio, não. Quis deixar as corridas, cheguei a tomar esta atitude. Abri mão da minha profissão, totalmente. Mas as coisas se modificaram rapidamente e tomaram outro rumo.

    PLAYBOY: O que aconteceu?

    SENNA: Não entrarei em detalhes.

    PLAYBOY: Mas como você se sentiu tendo que se retratar?

    SENNA: Isso que você está dizendo não faz parte da realidade. E, no entanto, eu não posso falar hoje.

    PLAYBOY: Você teve o apoio de algum no piloto?

    SENNA: Não o suficiente para que colocássemos algo em prática com grande efeito. Existiram contatos e declarações do Maurício Gugelmin, do Michele Alboreto, do Thierry Boutsen.

    PLAYBOY: Qual desses apoios …

    SENNA: [Taxativo.] Este é um assunto sobre o qual não posso falar mais. Infelizmente.

    PLAYBOY: OK. Podemos esclarecer então como as coisas entre você e o Prost chegaram aonde chegaram?

    SENNA: Os problemas surgiram em meados de 1988, quando comecei a alcançá-lo no campeonato, ameaçando sua posição dentro da equipe. A pressão aumentou e ele começou a espernear. Tentou desestabilizar o bom ambiente de trabalho, pois só assim poderia eventualmente me vencer. Em condições de igualdade, não tinha mesmo como.

    PLAYBOY: Seus adversários diziam que ele acertava o carro, e que você vinha na cola, aprendendo. Era assim?

    SENNA: Eu tinha que aprender com ele, que é experiente e conhecia a McLaren há muitos anos. Só junto dos que sabem posso evoluir e superá-los. Foi minha estratégia. Deu certo.

    PLAYBOY: Vocês passaram a temporada de 1988 tentando manter as aparências. Em abril de 1989, em Ímola, a bomba explodiu. Ele o acusou de ser traidor e não cumprir acordos de cavalheiros dentro das pistas. O que houve de verdade?

    SENNA: Como nossos carros eram superiores aos outros, combinamos de poupar a máquina na largada, não ultrapassando na primeira freada da primeira curva. Veio a largada, ele ficou em primeiro. Só que peguei seu vácuo, ganhei velocidade e consegui ultrapassá-lo antes da curva. E fui embora. Ele começou a apertar de tal forma o ritmo que rodou, foi para o outro lado da pista, fez o diabo. Depois da corrida, estava muito ‘pê da vida’. Jogou a culpa da derrota em mim, dizendo que traí o acordo. E começou a maior encrenca.

    PLAYBOY: Como foi isso?

    SENNA: Ímola foi a gota d’água de uma situação que vinha desde 1988, quando ele perdeu o campeonato para mim. Prost ficou numa pior. Tanto é que tínhamos um treino na Inglaterra e ele ficou na França, ameaçando parar de correr. Isso seria terrível para a McLaren, que não teria como substituí-lo naquele momento. O Ron Dennis, desesperado, me pressionou para uma solução. Nós dois combinamos que eu daria ao Prost uma válvula de escape, para ele se recuperar. Sentamos depois os três e eu assumi a culpa. Abri uma via de fuga para ele emergir um pouco.

    PLAYBOY: A versão do Prost é diferente. Ele diz que você traiu o acordo e, pressionado pelo Ron Dennis, confessou e até chorou.

    SENNA: É verdade. Chorei. O estado dele me impressionou. O Prost estava desestruturado, não tinha condições de continuar correndo. Simplesmente não existia mais.

    PLAYBOY: Você quer dizer que chorou de pena?

    SENNA: Exatamente. Mas ele nunca foi capaz de entender. Na semana seguinte, em Mônaco, soltou outra versão para a imprensa francesa. Não respondi. Segurei firmão e aguentei mais uma vez. Quis provar na pista que era maior do que ele. Por coincidência, tive uma sorte incrível: geralmente estou sozinho, mas naquela corrida a Xuxa estava no meu apartamento, em Montecarlo. Eu fazia o trabalho na pista e voltava correndo para junto dela. Não dava espaço para comentário sobre a briga. Mas, para mim, ele já não existia.

    PLAYBOY: E o Ron Dennis, nessa história toda?

    SENNA: Na prova seguinte, no México, o Prost foi reclamar com o Ron que eu não falava mais com ele. “Depois do que você fez, quer que o Ayrton continue seu amigo?” Foi a resposta que ouviu. A carreira dele estava encerrada na McLaren. O Ron não queria mais o Prost na equipe. Não tinha como falar, mas o francês percebeu e foi para a Ferrari.

    PLAYBOY: Antes de ser campeão, você não dizia que ele era o melhor piloto do mundo?

    SENNA: Sem dúvida. De todos os corredores que estão na F-1, Prost é um dos mais completos.

    PLAYBOY: E o professor, como os franceses o chamam?

    SENNA: Não. É um grande piloto.

    PLAYBOY: Depois de vencê-lo, você não se considera melhor do que ele?

    SENNA: Palavras não se aplicam. Das cinco primeiras corridas deste ano, liderei todas, venci três e consegui quatro pole positions. Os resultados falam. É lógico que tenho minha opinião, e ela é clara. Mas não devo revelar.

    PLAYBOY: Ron Dennis garante que você é o melhor.

    SENNA: Ele já trabalhou com muitos campeões, e tem a visão não só do resultado final mas de como se chegou àquele resultado. Vindo do Ron, é um complemento realmente muito especial.

    PLAYBOY: Você então é “obrigado” a concordar quando ele diz: Senna é o melhor?

    SENNA: [Sorrindo.] Não posso discordar.

    PLAYBOY: Antes da briga, o Prost disse que, se fosse dono de uma escuderia, iria contratá-lo como piloto. Piquet já fez declaração idêntica. E você, quem colocaria em sua equipe?

    SENNA: Esta hipótese não existe.

    PLAYBOY: E só uma maneira de falar quem são, na sua opinião, os melhores pilotos.

    SENNA: Não vão ter isso de mim. Se o Mansell é o melhor, ou o Berger, ou o Piquet, ou o Prost… São todos grandes pilotos.

    PLAYBOY: Você não dá o braço a torcer, hein? Ayrton Senna é mesmo a pessoa difícil que parece?

    SENNA: Tenho personalidade forte e ideias muito claras. Talvez por isso encontre tantas dificuldades e faça alguns inimigos na F-1. Além disso, incomodo muita gente.

    PLAYBOY: As pessoas sentem inveja?

    SENNA: Este sentimento faz parte.

    PLAYBOY: Piquet também pensa assim. Ele declarou a PLAYBOY que você o invejava.

    SENNA: É a opinião dele.

    PLAYBOY: Na ocasião, fez também uma acusação: lendo seu contrato na Lotus, ele descobriu que você recebia metade do valor que declarava à imprensa.

    SENNA: [Irônico.] Talvez seja uma declaração infeliz, um engano. Ele aceitou o contrato que deixei. Aliás, entrou ganhando menos do que eu ganharia se continuasse na equipe.

    PLAYBOY: Quando a Lotus anunciou a contratação de Piquet no final de 1987, você ainda não acertara com a McLaren. Para todos os efeitos, não teria sido uma demissão? Como você se sentiu integrando o time dos “descamisados”?

    SENNA: Eu decidi sair, essa é a verdade. Tinha propostas da Ferrari e da McLaren, e falei para o Peter Warr, chefe da Lotus, que não continuaria na equipe. Ele tentou me segurar de todas as maneiras possíveis, inclusive financeiras. Até o dia em que deixei claro que a decisão não tinha volta. Saíram então desesperados atrás de outro piloto. No sufoco, arrumaram o Piquet, e tentaram passar ao mundo que tinham me tirado. Quem não sabe, pensa que saí correndo atrás da McLaren, mas na verdade minhas conversas com os ingleses já estavam bem adiantadas. Só não assinamos o contrato antes porque a negociação era complexa.

    PLAYBOY: De qualquer forma, a Lotus não pegou você de surpresa ao contratar Piquet?

    SENNA: O que me pegou de surpre-sa foi apenas eles tornarem o fato público sem me comunicarem oficialmente antes.

    PLAYBOY: Mas você nem sequer sabia que negociavam com outro piloto…

    SENNA: Eu sabia! Tinha contatos na Reynolds, patrocinadora da Lotus, e na Honda, que fornecia o motor. Me chegavam informações de todos os lados, confidenciais, importantíssimas, a respeito de tudo. Eles estavam em uma sala de Londres, no escritório da Reynolds, negociando “secretamente” com o Piquet — e eu sabia de tudo. Soube cada passo do acordo e até o minuto exato em que assinaram o contrato.

    PLAYBOY: Como?

    SENNA: Estava dentro do meu carro de passeio, uma Mercedes com telefone, e recebia vários chamados da Reynolds. Eles estavam reunidos com Piquet e com a Lotus, mas ainda indecisos de fechar negócio. Dependiam da minha posição. Na última hora, um executivo saiu da sala, me telefonou, e eu confirmei que estava mesmo fora da equipe. Só depois disso, finalmente assinaram o contrato com ele. Piquet deu risada, mas eu já estava me divertindo bem antes. Quem gosta de mim ficou ‘pê da vida’, achando que me passaram a perna. Mas a verdade sempre vem à tona — como veio agora.

    PLAYBOY: Por essas e outras, você vive repetindo que “o circo da F-1 é nojento”. Você se refere à briga entre os pilotos, aos cartolas, ou aos interesses econômicos das escuderias e dos patrocinadores?

    SENNA: Talvez tenha sido um pouco agressivo e me expressado mal. A F-1 é um grande espetáculo. Mas, como toda atividade de grande penetração, tem problemas que tiram muito do sabor do esporte.

    PLAYBOY: Você estaria falando da Marlene Mattos, empresária da Xuxa?

    SENNA: Não vou citar nomes. Mas, quando a coisa começou a escapar para a imprensa, me incomodou. Eu sabia que aquilo só daria mais lenha para quem dizia que tudo era promoção. Não era, eu garanto. Foi uma fase muito especial da minha vida.

    PLAYBOY: Você se dava bem com a Marlene?

    SENNA: É uma personalidade… complicada.

    PLAYBOY: É verdade que você pediu a Xuxa em namoro para ela?

    SENNA: [Rindo.] Entrei em contato com a Xuxa através da Marlene, a quem pedi o telefone dela. Mas nunca a pedi em namoro para ninguém.

    PLAYBOY: Quando vocês desmancharam?

    SENNA: Em março. Por coincidência, assisti outro dia a uma entrevista dela no Fantástico, falando da vida íntima, falando de mim.

    PLAYBOY: Naquela ocasião, Xuxa disse que não tinha muito tempo para o namoro, e que você não entendia, pegava no pé…

    SENNA: Sem dúvida, eu tinha mais tempo. Mesmo assim, ficávamos juntos duas semanas, e separados quatro. O grande problema é que a Xuxa delira pela profissão, e simplesmente se fecha no seu mundo. Acho que fui um dos únicos que conseguiram entrar nele. Conheci coisas muito, muito particulares cio interior da Xuxa. Como ela, eu também sou especial. Apesar disso, era difícil. A Xuxa não dá condições para o relacionamento. Não tem tempo de pensar para valer em uma família, em ter seu baixinho, sua baixinha. Essas coisas não caem do céu. Ela sonha, mas não trabalha para mudar sua vida.

    PLAYBOY: Você queria algo mais firme?

    SENNA: Tanto é que investi para isso.

    PLAYBOY: Não foi correspondido?

    SENNA: Não. E eu já tive diversos relacionamentos para saber o que desejo. Não quero o aqui e o agora. Busco o futuro. Da maneira como estava indo, a Xuxa seria apenas mais uma. Eu não queria isso, de forma alguma. Resolvi que não era por aí.

    PLAYBOY: Quem tomou a iniciativa de terminar o namoro?

    SENNA: Tanta gente está se mordendo para saber, não? Com certeza, não vai sair da minha boca. Pode sair de pessoas próximas a ela, que sabem de tudo.

    PLAYBOY: Mas, afinal, a Marlene Mattos atrapalhou o namoro?

    SENNA: Ela não ajudou nem um pouco.

    PLAYBOY: Você já amou profundamente uma mulher?

    SENNA: [Depois de refletir.] Me conhecendo como eu me conheço, tendo passado por várias separações dolorosas nos últimos doze anos [longo silêncio], posso dizer que uma única vez, em toda a minha vida, senti lá dentro o desejo de ter uma nova família. Uma única vez, em toda a minha vida, sonhei em ter uma criança. Foi… com ela. Com a Xuxa.

    PLAYBOY: Você já foi casado, mas não gosta de falar sobre o assunto. Por quê?

    SENNA: Tem coisas que pertencem só a gente, e não se comenta toda hora. Mas talvez seja o momento de conversar sobre isso. Casei em fevereiro de 1981, com uma amiga de infância [Lílian Vasconcelos Sousa]. Eu estava começando a correr na Europa, e nos mudamos para lá. Ela cozinhava muito bem, por sinal. Uma série de coisas aconteceram, e voltei ao Brasil, oito meses depois, para trabalhar nos negócios do meu pai e deixar as pistas. Não deu certo e, em março de 1982, decidi mudar de novo a minha vida, voltar para a Europa, para as pistas, e me separar.

    PLAYBOY: A Lílian não cabia nos seus planos?

    SENNA: O casamento foi um erro. Éramos muito jovens. Não dava para insistir em um equívoco que se transformaria em um problema ainda maior caso viessem crianças, por exemplo. Não me arrependo, principalmente porque tudo aconteceu sem mágoas. Não temos contato, mas sei que ela formou uma nova família e é feliz.

    PLAYBOY: Vocês não chegaram a se amar?

    SENNA: Não vou entrar nesse detalhe. Mas não me arrependo de nada.

    PLAYBOY: Durante um tempo, correu o boato de que seu casamento teria sido anulado. Havia fundamento nisso? [No Brasil, um casamento só pode ser anulado, na maioria dos casos, quando é comprovado o chamado erro essencial em relação ao cônjuge.]

    SENNA: Nunca abro minha vida amorosa e não apareço em público com mulheres. Como foi impossível me destruir nas pistas, usaram o meu jeito de agir para inventar essas histórias, questionando o quanto homem eu sou, o quanto deixo de ser. É outra experiência muito triste na minha vida. A moral de uma pessoa é intocável. Esta conversa de anulação foi outra invenção absurda. Não existiu absolutamente nada. Foi um processo normal, com desquite e divórcio. Jamais coloquei um fim nisso porque não tinha nada a temer ou a provar. Mas não há mentira que resista ao tempo. Entra mês, sai mês, fatos normais da minha vida vão pouco a pouco derrubando esse assunto desagradável.

    PLAYBOY: Uma associação de pilotos atuante não poderia ao menos equilibrar esses interesses? No caso de sua briga com Balestre, por exemplo, ela não teria um papel importante?

    SENNA: A união entre os pilotos funcionou em alguns períodos, mas hoje é completamente inviável. Os interesses colidem. Existe alguns que, pela posição que ocupam, têm muita força — mas estão do outro lado da cerca. Há os que, em equipes menores ou posições secundárias, têm pouco poder de fogo. Nem perco meu tempo pensando em um movimento desses.

    PLAYBOY: Quando usou a palavra “nojento”, você certamente não estava se referindo às belíssimas mulheres que circulam nos bastidores do circo. É difícil não cair em tentação?

    SENNA: É difícil, lógico. já resisti a esse assédio, já deixei de resistir, já me aconteceu de tudo.

    PLAYBOY: Seu treinador físico no Brasil, Nuno Cobra, garante que você é um campeão não apenas com a McLaren, mas também com outras “máquinas”…

    SENNA: [Tímido, toma um copo de suco antes de responder.] Não me lembro de reclamações. Sou muito carinhoso.

    PLAYBOY: Você já falhou?

    SENNA: Já — uma única vez, em 1982. Eu era meio garoto, estava começando no automobilismo, na Inglaterra. Ela era superatraente. E aconteceu, né? Não é que falhei, mas fui obrigado a me empenhar para manter a… performance.

    PLAYBOY: Teve que acionar o turbo?

    SENNA: [Risos.] Na época não existia turbo. Tampouco meu condicionamento era bom, como diz o Nuno Cobra. Mas foi ótimo que tenha acontecido isso. Até os 20 anos, mantive relacionamento com mulheres apenas pela atração física. Nesta ocasião, tive um sinal de que já não funcionava da mesma maneira. Começava a tomar conta de mim o lado astral, de dar importância à personalidade e a certos detalhes especiais. Foi um marco, o início de uma grande mudança.

    PLAYBOY: E a primeira vez, como foi?

    SENNA: Primeira vez? Bem, eu tinha 13 anos. Lembro que saí com um primo mais velho, de 20, e fomos a uma boate no centro de São Paulo. Eu era um catatauzinho naquela idade, e não consegui entrar. Fiquei na porta, dentro do carro, olhando as pessoas que entravam no lugar. De repente, vi chegar uma mulher enorme, enorme mesmo. Dali a pouco sai meu primo da boate com aquele mulherão. E foi minha primeira vez.

    PLAYBOY: Era loura ou morena?

    SENNA: [Rindo muito.] Não vem ao caso.

    PLAYBOY: Por quê?

    SENNA: Porque não.

    PLAYBOY: Por que tanto mistério?

    SENNA: Era loura. Foi um barato. Mais tarde percebi que não tinha nada a ver, mas na época foi bom. Aos 13 anos, é difícil para o homem encontrar uma namoradinha para transar. Mesmo as meninas de 15 anos, que têm uma cabeça aberta e já curtem, procuram garotos de 18 anos. Não tive a menor chance.

    PLAYBOY: Só uma dúvida: a primeira vez foi no carro?

    SENNA: [Risos.] Não. Foi no apartamento dela. Tudo muito bem realizado.

    PLAYBOY: Quanto tempo, nessa vida agitada, de piloto, você já ficou sem transar?

    SENNA: Perdi a conta, para dizer a verdade… Puxa, é uma coisa tão pessoal! [Silêncio.] Acho que foi quando me separei. Fiquei seis meses sem encostar a mão em uma mulher.

    PLAYBOY: Por quê?

    SENNA: Não estava a fim. É uma situação difícil, mas as coisas se passaram dessa maneira. Pintavam oportunidades, mas não estava preparado, não tinha cabeça para isso. Não encontrava alguém interessante, que me motivasse. Eu tenho um padrão muito elevado.

    PLAYBOY: Você leva cantada de fãs?

    SENNA: Levo. Uma vez, na Itália, uma maluca bateu na porta do meu quarto no hotel. Eu abri e ela foi me empurrando para dentro.

    PLAYBOY: E aí?

    SENNA: Empurrei de volta para fora. [Risos.] Foi engraçado.

    PLAYBOY: Você nunca retribuiu?

    SENNA: Já aconteceu. Em 1988, depois do GP do Canadá, uma inglesa me pediu um beijo, usando inclusive um termo — hug — que eu não conhecia. E perguntou: “Can you have a hug?” [Posso ter um abraço?] Me assustei, e a Lisa, mulher do Ron Dennis, que é americana, me explicou o significado. Imediatamente respondi: “Why not?”

    PLAYBOY: Sexo antes das corridas atrapalha?

    SENNA: Pelo contrário. Me sinto bem. Dá um grande equilíbrio na hora de encarar a prova.

    PLAYBOY: Você já sentiu dor de barriga no meio de uma corrida?

    SENNA: Só antes da largada — várias vezes, por sinal. Durante uma prova, já me aconteceu coisa pior. Tive espasmo muscular por todo o corpo, a ponto de não poder respirar de tanta dor. Foi na minha segunda corrida de F-1, 1984. Não estava preparado fisicamente para correr durante 2 horas, naquele calor, perdendo líquido. Fui até o final pela ânsia de chegar e marcar o primeiro ponto.

    PLAYBOY: Quantos quilos você emagrece em cada prova?

    SENNA: Dois quilos, em média. Se faz calor, três. Mas é algo que se repõe rapidamente, bebendo água.

    PLAYBOY: Como é seu preparo, antes e depois das corridas?

    SENNA: Desde 1984, sigo um programa de condicionamento físico. De dezembro a março, quando não há provas, fico no Brasil e corro cinco dias por semana, de 8 a 10 km, no centro esportivo da USP. Depois viajo e procuro manter o ritmo. Na McLaren tem também uma pessoa que me acompanha, faz massagem, cuida da alimentação na época dos treinos. Como muita verdura, carboidratos, peixe, frango e massa e evito carne vermelha. No café da manhã, costumo comer cereais, fibras e frutas. Na época da corrida, de quinta a domingo, a alimentação é muito mais controlada.

    PLAYBOY: O que mais muda no seu dia a dia?

    SENNA: Tudo. Tenho horário para tomar café, chegar à pista, entrar no carro, sair, almoçar, voltar para o carro. Cada passo é cronometrado, segundo a segundo, e o trabalho é duro, non stop. Na noite anterior à corrida, procuro dormir cedo, pois levanto entre 7 e 8 da manhã. Essas regras variam de país para país, mas a rotina é quase sempre a mesma. O objetivo é chegar na hora da corrida com o maior equilíbrio possível.

    PLAYBOY: E como fica seu coração na hora da prova?

    SENNA: Pior que o de muito torcedor! Minha frequência cardíaca, em dias normais, é de 60 batimentos por minuto. Na largada, eles chegam a 150. Nos picos da corrida, a 190.

    PLAYBOY: Tudo isso é medo?

    SENNA: E tensão, preocupação em não errar na troca de marchas ou na ultrapassagem. O medo vem antes da corrida, quando estou só, comigo mesmo. O risco de acidentes é uma constante em minha vida. Tenho muito receio, não só de morrer como de me machucar. O que é bom, pois é um sentimento de preservação da vida, que não me deixa passar de certos limites.

    PLAYBOY: Qual foi o pior acidente em que você já se envolveu?

    SENNA: Graças a Deus, até hoje só quebrei um dedo, numa batidazinha boba de kart em Interlagos, em 1974.Dez anos depois, tive uma batida mais feia no circuito de Hockenheim, na Alemanha, uma pista superveloz. O aerofólio da minha Toleman quebrou e dei seis voltas de 360 graus, a 280 quilômetros por hora. Não deu tempo nem de fechar o olho. A única coisa em que consegui pensar foi na frente do carro. Me firmei no cockpit e rodei para bater de traseira. É a melhor posição para se tomar uma pancada. De frente, pode ser fatal, e de lado também é perigoso. Este foi meu acidente mais grave. Mas já passei por uma situação de risco muito maior.

    PLAYBOY: Como foi?

    SENNA: Na tomada de tempo para a corrida de Mônaco de 1988. Eu já tinha conseguido a pole, mas continuei na pista. A cada nova volta, aumentava a diferença para os outros pilotos, até que cheguei a ficar 2 segundos na frente — o que é uma eternidade numa corrida. Eu estava me superando a cada volta, e simplesmente entrei em outra dimensão. Por causa da velocidade, as referências de espaço e de tempo se modificaram. Não via a pista, ela tinha virado um túnel. A distinção entre o homem e a máquina deixou de existir: me fundi com o carro, viramos a mesma coisa. Depois de cinco voltas, tive um estalo, uma agulhada, e acordei para a situação de extremo perigo em que estava. Meu corpo começou a tremer, e fui para os boxes.

    PLAYBOY: Levou um tremendo susto?

    SENNA: Lógico. Fiquei morrendo de medo. Eu conseguia controlar o carro, mas estava entrando no inconsciente. E por aí não conheço, não sei o que pode acontecer.

    PLAYBOY: Muitas pessoas acham que, para passar a vida dando voltas numa pista e se arriscando, só sendo meio pirado. O que você pensa disso?

    SENNA: Quem não tem equilíbrio não sobrevive nesse esporte.

    PLAYBOY: Você faz terapia?

    SENNA: Já fiz duas vezes — uma há dois anos, e a outra no final de 1988. Me conheci melhor, foi muito bom. Se tivesse tempo, voltaria às consultas, sem dúvida.

    PLAYBOY: Sua vida fora das pistas também é uma corrida contra o relógio?

    SENNA: Em termos. Poderia ter dezenas de atividades, inclusive promocionais, que me trariam muito dinheiro. Mas recuso, porque as corridas consomem quase toda a energia. Na Europa, procuro descansar o máximo possível. Deito cedo, durmo até meio dia e quase não saio de meu apartamento em Montecarlo. Nem para almoçar ou jantar. A Isabel, uma portuguesa que trabalha comigo, cozinha muito bem. No final da tarde, faço cooper. Mas procuro ficar o menor tempo possível na Europa. Se tenho uma semana livre, volto ao Brasil.

    PLAYBOY: E aqui, o que você faz?

    SENNA: Fico o mais longe possível de meu escritório, senão eles me arrumam trabalho [risos]. Gosto de ficar em casa, com meus três sobrinhos. Viajo também para minha fazenda, em Tatuí, no interior de São Paulo. Lá tem dois lagos enormes, onde brinco de jet-ski, esqui aquático, barco de radiocontrole. Tem também uma pista de kart, onde aposto corrida com Bruno, meu sobrinho de 5 anos. Ando de moto, bicicleta, faço cooper. Enfim, curto tudo o que amo, e que fica longe de mim tanto tempo.

    PLAYBOY: Você lê muito?

    SENNA: Bem pouco. Não tenho paciência. É um grande defeito.

    PLAYBOY: Nem o que publicam a seu respeito?

    SENNA: Muito pouco.

    PLAYBOY: E cinema?

    SENNA: Gosto de filmes que não sejam parados.

    PLAYBOY: De música você gosta bastante, não é?

    SENNA: Adoro. Viajo sozinho a maior parte do tempo, então levo meu walkman, com duas caixinhas de som. Chego ao hotel e ligo a TV, mas a programação do exterior não tem nada a ver com minha cabeça. Então, fico ouvindo som — qualquer tipo de música, que meu irmão grava para mim. Gosto muito de Gal, Gil… [coça a cabeça] Gilberto… Gilberto Gil, é isso mesmo? Também curto Simone, Elba Ramalho e Caetano.

    PLAYBOY: Você vai a shows?

    SENNA: Difícil. No exterior, mais por falta de companhia. No Brasil, prefiro ficar em casa.

    PLAYBOY: Mas, em São Paulo, você dá suas escapadas noturnas, não?

    SENNA: Vou a alguns restaurantes com amigos e já fui em boates. Frequentava o Gallery, mas isso há muito tempo.

    PLAYBOY: Até já tomou alguns drinques a mais por lá, não é?

    SENNA: [Risos.] Já peguei algum fogo. Mas não bebo muito. Se pinta vinho ou champanhe — Moêt et Chandon, por exemplo —, eu encaro. Depois do GP de Mônaco, recebi amigos no meu apartamento e tomei um cálice de vinho, coisa que não acontecia há muitos anos. Uísque e cerveja, por exemplo, nem pensar.

    PLAYBOY: Já experimentou alguma droga?

    SENNA: Lança-perfume é droga? Eu já cheirei. Na primeira vez, gostei: mas na segunda, não curti, e parei por aí. Não preciso disso. Mesmo cigarro normal, experimentei e não gostei.

    PLAYBOY: E como você se sente sendo patrocinado pela Marlboro?

    SENNA: A marca está ali no carro, mas não forço ninguém a fumar. A Philip Morris deu uma contribuição inestimável ao automobilismo. Foi ela que financiou a divulgação do esporte e deu a tanta gente a possibilidade de curtir uma corrida. Vejo por esse lado, e não pelo lado negativo que os outros enxergam, de que o cigarro é ruim, faz mal para a saúde.

    PLAYBOY: Mas é ruim, ou não?

    SENNA: É indiscutível que não traz muitos benefícios à saúde. Por outro lado, você vê gente que para de fumar e engorda.

    PLAYBOY: Quem nunca consumiu cigarro não enfrenta esse problema. Então sua campanha seria: “Nem comece..?

    SENNA: Eu admito que… nunca poderia participar de uma campanha desse tipo. Por razões óbvias.

    PLAYBOY: já que estamos falando de patrocínio: quanto você tinha guardado no Banco Nacional quando o Plano Collor resolveu fechar as torneiras do país?

    SENNA: O suficiente para sentir a paulada. Mas foi uma medida necessária. O presidente Collor é um grande líder, e há muito tempo o Brasil precisava de alguém assim. Acho que ele é muito bom.

    PLAYBOY: Você votou nele?

    SENNA: Votei, mas só no segundo turno. No primeiro, estava viajando.

    PLAYBOY: Enquanto construía Interlagos, a prefeita de São Paulo, Luiza Erundina, do PT, não tentou ganhar seu voto para o Lula?

    SENNA: Não tem nada a ver. Fui procurado por quase todos os candidatos, que queriam apoio. Mas não sou político, não entendo e nem quero. Sou livre e optei por quem buscava o melhor para todos.

    PLAYBOY: Os carros brasileiros são mesmo carroças, como disse Collor?

    SENNA: Não. O único problema é que têm um custo alto se comparados ao carro europeu e, sobretudo, ao japonês. A restrição à importação de tecnologia dificultou a evolução do produto brasileiro. Com a maior abertura que se está anunciando, a qualidade deve melhorar.

    PLAYBOY: Quais são os melhores carros de passeio do mundo?

    SENNA: Eu importaria qualquer um da Mercedes, na Europa, e da Honda, no Japão — uma fábrica jovem no mercado, mas que tem um produto incrível. A Toyota e a GM também têm bons carros. Isso porque a competitividade nos países deles é grande. E isto que o presidente Collor pretende trazer para o Brasil.

    PLAYBOY: O que você achou de o Arnon, filho dele, pedir a ajuda do primeiro-ministro francês para resolver o impasse de sua briga com o Balestre?

    SENNA: Muita gente ficou brava com aquilo. Foi uma coisa pura do garoto, algo bem especial. Eu o conheci no GP do Brasil, mas nem pudemos conversar com aquela confusão tremenda. Dei um broche do meu capacete de presente para ele e para seu irmão também. Eles devem ter guardado.

    PLAYBOY: Até o final do campeonato, os brasileiros esperam que você suba ao pódio muitas vezes. Se, em uma delas, Balestre confundí-lo com o Jean Alesi e vier lhe dar um beijo, como fez com o piloto francês em Mônaco, como você vai reagir?

    SENNA: Não existe a menor possibilidade de ele se enganar [risos]. Algum dia vou poder falar sobre esse assunto com mais clareza.

  • Derby Paulista, uma rivalidade ‘pra lá’ de clássica

    O clássico que desperta maior rivalidade e interesse no estado de São Paulo selará o retorno do futebol paulista, na próxima quarta-feira, 22, após mais de quatro meses de paralisação. O Derby paulista, Corinthians x Palmeiras ou Palmeiras x Corinthians é, independentemente da ordem ou mando de campo, um dos maiores confrontos do futebol no Brasil. E nada melhor que um grande clássico para o futebol paulista voltar a todo vapor. Mas a rivalidade entre o Alvinegro do Parque São Jorge e o Alviverde da Barra Funda é muito maior do que apenas um jogo. 

    A rivalidade é tão centenária quanto os clubes. Há histórias de que no início do século XX, a dupla se uniu contra a elite dominante no futebol. As rixas, no entanto, não demoraram a aparecer. Em toda a história, os clubes já se enfrentaram 363 vezes, e um equilíbrio maior seria impossível: são 127 vitórias para cada lado, além dos 109 empates. Desde 1917, 1.001 gols foram marcados. A última vez que os clubes se encontraram foi em novembro de 2019, pelo Campeonato Brasileiro.

    Origem do nome

    Derby Paulista, apelido dado pelo jornalista Tomás Mazzoni em referência a uma das mais importantes corridas de cavalos do mundo, na qual haviam grande rivalidade entre dois cavalos e dois jockey. O nome transforma qualquer partida em algo muito maior que a disputa dentro das quatro linhas ou nos gritos das arquibancadas. Os times mais antigos da capital em atividade já protagonizaram momentos históricos, eternizados na memória dos torcedores.

    Relembre as partidas mais marcantes da história desse confronto:

    O primeiro confronto

    1917, no Parque Antártica, Palmeiras e Corinthians se enfrentam pela primeira vez. A vitória foi dos donos da casa, à época, ainda conhecidos como Palestra Itália, por 3×0. O atacante Caetano Izzo marcou os três gols alviverdes.

    A primeira disputa de título do Derby

    Uma das partidas mais importantes da história do confronto, foi em 1955. A decisão do Campeonato Paulista de 1954 – realizada no ano seguinte como parte das comemorações pelo IV Centenário da cidade de São Paulo, terminou com comemoração alvinegra. O empate garantiu ao Corinthians a taça, que só voltaria para o Parque São Jorge em 1977, 23 anos depois.

    1993, o alívio Alviverde

    O Palmeiras estava há 16 anos sem ganhar um título, e nada como uma final como a de 1993 para encerrar um tabu. No jogo de ida, 1 a 0 para o Corinthians, com direito a provocação de Viola, que imitou um porco. O corintiano ficou só na provocação. Segundo o regulamento vigente no ano, o alviverde precisava de uma vitória simples para levar a decisão para a prorrogação, mas conseguiu aplicar uma goleada por 4 a 0 no rival, com direito a dois gols do ídolo Evair. Festa no Palestra!

    Viola imitando um porco contra o Palmeiras – Reprodução

    1999, o ano mais emocionante da história do clássico 

    Os times se encontraram mais uma vez em uma decisão, desta vez, nas quartas de final da Libertadores. Com os placares dos jogos de ida e volta iguais, 2 a 0 para cada lado, a decisão foi para os pênaltis. Brilhou a estrela do ainda jovem e apelidado “São Marcos”, que defendeu uma das cobranças e garantiu a ida do Verdão para a fase seguinte da competição. Um mês depois, os rivais voltaram a se enfrentar em uma decisão, dessa vez na final do paulista de 1999. Dias após a conquista da libertadores, o Palmeiras acabou empatando com o Corinthians por 2 a 2 e perdeu o título, após a derrota por 3 a 0 no jogo de ida. Mas o confronto se tornou histórico pela famosa embaixadinha de Edilson. Paulo Nunes e Júnior partiram para cima do corintiano, dando início a uma confusão generalizada.

    Marcos comemorando classificação nas penalidades em 1999 – Reprodução

    Semifinal da libertadores de 2000

    A semifinal da Libertadores reservou mais um encontro dramático para os dois times. Depois de muitas viradas de placar, a decisão foi para os pênaltis, e o Corinthians parou novamente nas mãos do goleiro Marcos, que defendeu a cobrança de Marcelinho Carioca, em um dos momentos mais marcantes da história do clássico.

    O ‘paulistinha’

    Em 2018 o Palmeiras fazia uma bela campanha no paulista daquele ano, era disparado o time que melhor jogava futebol no Estado. Favorito para o título, o verdão recebeu o Corinthians no Allianz Parque, com a vantagem de ter ganho a primeira partida por 1 a 0 na casa corintiana. Com um gol de de Rodriguinho logo no início do confronto, o Corinthians abriu o placar e empatou a série, levando o jogo para os pênaltis, oportunidade na qual sagrou-se campeão. Mas a final ficou marcada reclamações sobre o árbitro fizeram com que o Palmeiras rompesse relações com a Federação Paulista de Futebol (FPF). Após a partida, o presidente do alviverde, Maurício Galiotte, disse a famosa frase chamando o campeonato de “paulistinha” e acusando a arbitragem de interferência externa.

  • Porsche Cup: Enzo Elias preparado para vencer e se consolidar na liderança da Carrera Cup 4.0

    A Porsche Carrera Cup retorna às pistas neste fim de semana em Interlagos. Empatado em pontos com Miguel Paludo na liderança do campeonato (Carrera Cup 4.0), o piloto brasiliense Enzo Elias volta a São Paulo (SP) mirando a vitória para se consolidar no topo da tabela de classificação

    Após cinco meses de paralisação devido à pandemia do novo coronavírus, a Porsche Carrera Cup vai retomar o campeonato de 2020, neste fim de semana, dias 14 e 15 de agosto, com a realização da segunda etapa do certame dos carros de competição mais produzidos no mundo.

    Vale lembrar que a atual temporada começou em meados de março no lendário Autódromo de Interlagos, em São Paulo (SP), e o icônico circuito paulistano foi novamente escolhido para abrilhantar ainda mais esse tão esperado retorno da categoria às pistas.

    Enzo Elias, empatado em pontos com Miguel Paludo na liderança da classe 4.0 da Carrera Cup – ambos com 38 pontos –, se manteve física e mentalmente preparado durante o período de isolamento social, o que faz com que o jovem atleta brasiliense desembarque na capital paulista confiante para lutar pela vitória e se consolidar no topo da tabela de classificação.

    “Durante esse período de isolamento social, eu fiz tudo o que estava ao meu alcance para me manter preparado para o retorno às pistas. Respeitando sempre os protocolos de segurança, consegui realizar alguns treinos de kart e atividades físicas, além de treinos no simulador”

    “Esta etapa será cheia de novos desafios por conta do momento em que vivemos. Quero me adaptar rapidamente a tudo isso. Minha meta é vencer e terminar o fim de semana como líder do campeonato. Estou focado, me sinto muito bem e pronto para alcançar esse objetivo”

    finalizou Elias

    As provas terão transmissão ao vivo pelos canais Sportv e pela internet. O streaming será realizado pelo site oficial da categoria e seus canais no Facebook e Youtube.

    Enzo Elias no pódio na primeira etapa do ano (Luca Bassani)
    Confira a programação do fim de semana (Porsche Carrera Cup 4.0):
    Sexta-feira, 14 de agosto
    • 13h: Treino livre 1
    • 15h35: Classificação
    • 16h02: Classificação (top 10)
    Sábado, 15 de agosto
    • 12h28: Corrida 1 (25 min + 1 volta)
    • 15h28: Corrida 2 (25 min + 1 volta)

    Obs.: horário de Brasília.

    Enzo Elias compete na Porsche Carrera Cup 4.0 com o bólido de número #73 e é patrocinado pelas empresas Deutsch Sport Cars, Hospital Albert Sabin, Bom Jesus Sementes e KBank.

     

  • Na festa dos 70 anos da Fórmula 1 quem comemora é Verstappen

    Holandês vence a 1ª em 2020. Hamilton chega em 2°; Bottas, em 3°

    Neste domingo (9), em Silverstone, na Inglaterra, Max Verstappen, holandês da RBR, venceu o GP dos 70 anos da Fórmula 1. Ele foi o único piloto entre os primeiros do grid a apostar nos pneus duros na largada. E se deu bem.

    “Tivemos muito ritmo no carro. Continuamos presionando. Tivemos um grande dia… tivemos a estratégia certa. Tentei colocar pressão nas Mercedes e eles tiveram de parar”

    Comentou Verstappen

    A dupla da Mercedes (Valtteri Bottas, na pole position, e Lewis Hamilton, logo atrás) foi ultrapassada depois das trocas de pneus. Na segunda ida aos boxes, Max Verstappen foi ao mesmo tempo de Valtteri Bottas, e Lewis Hamilton seguiu na pista até a volta 41. Depois, caiu para 4°.

    Mas ultrapassou Charles Leclerc, passou o companheiro de equipe, Bottas, e fechou o Grande Prêmio em 2°. Bottas completou o pódio. Esta foi a 1° vez que a Mercedes não saiu vencedora de uma prova em 2020.

    Assim, o inglês Hamilton chegou a 155 pódios e igualou o recorde de Schumacher. Na tabela de classificação do Mundial, ele tem 107 pontos. Max Verstappen, 77. E Valtteri Bottas, 73. Já no próximo fim de semana, a temporada continua com o GP da Espanha, em Barcelona.

    – Tenho certeza de que a equipe vai trabalhar o máximo que puder, porque não tivemos isso antes. Imagino que provavelmente a Pirelli estava sofrendo com falhas de pneus na semana passada. Então, de um fim de semana a outro, eles apenas aumentaram a pressão e aumentaram e aumentaram. Eles agora são balões, são as pressões mais altas que nós já tivemos numa pista como essa. Não ficaria surpreso se isso fosse algum problema para nós, mas eu não sei se alguém mais sofreu com bolhas como nós, então é algo que iremos investigar

    Disse Hamilton após a prova
  • Verstappen na cola da Mercedes.

    (Foto: Globo Esporte)

    O GP de 70º aniversário da Fórmula 1, acontece neste domingo (9) no circuito de Silverstone. Local da primeira corrida de sua história realizada em 1950, vencida pelo italiano Nino Farina.

    Nesta etapa, o britânico Lewis Hamilton da Mercedes é o principal favorito para vencer novamente o circuito. Vale lembrar, que o atual líder da competição com 88 pontos, ficou em primeiro no pódio no domingo passado (2) na mesma pista.

    Além disso, seu carro teve um problema no pneu dianteiro esquerdo durante a última volta e, o piloto, soube levar com tranquilidade até a bandeirada final.

    Porém, além de Valtteri Bottas seu companheiro de equipe que pode interferir em mais um êxito de Hamilton. Tem outra ameaça, holandês Max Verstappen da RBR, que nas últimas duas corridas (Hungaroring e Silverstone) chegou em segundo lugar.

    Inclusive, devido ao problema de Hamilton no pneu, o piloto quase ultrapassou o britânico. Tanto que, com pneus trocados, tirou uma vantagem de 30s para 5s na fase decisiva da corrida. De quebra, fez a volta mais rápida. Mas, o atual hexacampeão venceu o circuito.

    O jovem piloto de 22 anos, que está em terceiro na classificação com 52 pontos. Ganhou moral e confiança para as próximas etapas. Com o objetivo de alcançar a sonhada vitória que ainda não veio nesta temporada. E, quase aconteceu no último domingo.

    Verstappen desde o ano passado, mostra-se competidor de enorme talento e persistência na Fórmula 1. Apesar de ainda está atrás dos pilotos da Mercedes na tabela. Vai dar muito trabalho durante a sequência do ano.

    Além disso, têm um carro de ótimo nível e que junto com seu companheiro Alexander Albon pode atrapalhar os planos de Bottas e Hamilton ainda em 2020.

    Os treinos oficiais serão realizados neste sábado (8). O primeiro às 7:00 horas (Horário de Brasília) e o segundo que irá decidir o grid, às 10:00 (Horário de Brasília).   

    A corrida do GP 70º aniversário em Silverstone será neste domingo (9) às 10:10 da manhã (Horário de Brasília).

     

  • Racing Point é punida por copiar sistema de freios da Mercedes na F1

    Equipe perde 15 pontos e recebe multa após protesto da Renault à FIA

    A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) sacou 15 pontos da Racing Point na classificação do Mundial de Construtores da temporada 2020 da Fórmula 1. A entidade acatou o protesto da Renault, que alegou que o sistema de freios da rival era copiado do carro da Mercedes, do ano passado.

    A equipe também recebeu uma multa de 400 mil euros, o equivalente a R$ 2,5 milhões. Apesar disso, o mexicano Sergio Pérez e o canadense Lance Stroll, pilotos da escuderia, não perderam pontos no Mundial de Pilotos e a construtora poderá manter o mesmo sistema na sequência da temporada. A FIA entende não ser uma uma ideia “realista” que a Racing Point reconstrua o projeto a tempo.

    Os 15 pontos perdidos pela escuderia são referentes ao Grande Prêmio da Estíria, uma das três etapas contestadas pela Renault. Quanto às outras duas corridas – Hungria e Inglaterra – a Racing Point recebeu apenas advertências. O chefe da equipe punida, Otmar Szafnaue, considerou a decisão injusta.

    Com a punição, a Racing Point caiu do quinto para o sexto lugar na classificação de construtores, ficando com 27 pontos. A própria Renault, com 32 pontos, passou à frente da rival. A Mercedes lidera com tranquilidade, com 146 pontos, seguida por Red Bull (78), McLaren (51) e Ferrari (43).

    O que chamou atenção no sistema de freios da Racing Point foram os dutos, que ajudam na aerodinâmica do carro e na regulação da temperatura do freio. A equipe adquiriu os dutos da Mercedes no ano passado, quando ainda era permitido utilizar o equipamento comprado de outra escuderia.

    No entanto, essa possibilidade deixou de existir na temporada 2020. Na decisão, a FIA entendeu que “embora o atual projeto do duto de freio dianteiro [da Racing Point] fosse aceitável, uma vez que era uma evolução do projeto de 2019, os dutos de freio traseiro da equipe para 2020 devem ser considerados os designs da Mercedes”.

    Fórmula 1 – quinta etapa

    A temporada da Fórmula 1 segue no domingo (9), às 10h10 (horário de Brasília), com o Grande Prêmio que homenageia os 70 anos da categoria, no circuito de Silverstone, onde no último domingo (2)  foi realizado o GP da Inglaterra. O treino oficial, que define o grid de largada, será amanhã (8), às 10h.

    Assim como no último fim de semana, a Racing Point terá o alemão Nico Hülkenberg como companheiro de equipe de Stroll. Pérez testou positivo para o novo coronavírus (covid-19) mais uma vez, após uma semana de isolamento. Ele já havia perdido a corrida anterior em Silverstone por estar infectado.

     

     

    Por Agência Brasil

  • Fórmula E: Di Grassi assume a vice-liderança após chegar ao 32º pódio na categoria

    Lucas di Grassi, Audi e-tron FE06 #11

    Brasileiro largou em sexto e após intensas batalhas durante a prova terminou em terceiro em Tempelhoff

    Ao chegar em terceiro e conquistar o 32º pódio de sua carreira no Mundial de Fórmula E, Lucas Di Grassi também saltou do oitavo lugar para a vice-liderança da classificação da temporada 2020, encerrando assim a primeira das três rodadas duplas previstas para o mês de agosto na pista do aeroporto alemão de Tempelhoff, no sul de Berlim.

    Di Grassi largou em sexto e, como é sua característica, veio construindo o resultado com muita calma e precisão ao longo da sétima etapa da competição, que voltará à mesma pista no próximo sábado para retomar a disputa. A vitória couber ao português António Félix da Costa, da equipe campeã DS Techeetah, que completou as 36 voltas em 46min19s412.

    “Foi uma corrida bastante cansativa, especialmente na parte final, na qual tivemos briga o tempo todo pelo terceiro lugar”, resume o piloto da equipe Audi Sport Abt Schaeffler, lembrando os intensos duelos com o holandês Robin Frijns (Envision Virgin Racing), o belga Stoffel Vandoorne (Mercedes-Benz) e os britânicos Sam Bird (Envision Virgin Racing) e Oliver Rowland (Nissan E.DAMS), que terminaram a corrida nessa ordem, atrás do brasileiro. Com o resultado Di Grassi manteve o incrível índice de 49% dos pódios nas 65 provas que disputou na categoria, um recorde absoluto.

    “Em certa altura achei que poderia terminar em segundo e de fato passei o Buemi, mas ele ainda tinha um modo ataque e com isso não deu para defender a posição”,

    completou Lucas, citando também a briga com o piloto suíço da equipe Nissan E.DAMS, segundo colocado em Tempelhoff.

    A Fórmula E faz uma pausa nesta sexta-feira e, no sábado, volta para Tempelhoff para a realização da rodada dupla que será completada uma prova no dia seguinte. Dessa vez, será utilizado o traçado tradicional que costumeiramente é montado no antigo aeroporto, mas utilizando o sentido normal – ontem e hoje as corridas aconteceram no sentido inverso.

    Lucas di Grassi, Audi e-tron FE06 #11
    Lucas di Grassi, Audi e-tron FE06 #11

    “É uma pausa mas ninguém vai descansar. Nosso foco é tentar ganhar performance e nos aproximarmos dos carros da DS Techeetah, que no momento estão em outro nível. Se queremos pensar em vitória em qualquer uma das quatro provas finais, precisamos dar esse passo à frente. Tempos pouco tempo, mas vamos trabalhar os dados colhidos nesta quinta e sexta-feira e tentar avançar no desenvolvimento do carro”

    conclui o brasileiro

    Resultado da sétima etapa da Fórmula E, em Berlim:

    • 1) António Félix da Costa (Portugal, DS Techeetah), 46min19s412;
    • 2) Sébastien Buemi (Suíça, Nissan E.DAMS), a 3s090;
    • 3) Lucas Di Grassi (Brasil, Audi Sport Abt Schaeffler), a 8s296;
    • 4) Robin Frijns (Holanda, Envision Virgin Racing), a 9s239;
    • 5) Stoffel Vandoorne (Bélgica, Mercedes-Benz), a 9s695;
    • 6) Sam Bird (Inglaterra, Envision Virgin Racing), a 10s081;
    • 7) Oliver Rowland (Inglaterra, Nissan E.DAMS), a 13s897;
    • 8) Edoardo Mortara (Suíça, Rokit Venturi), a 16s367;
    • 9) André Lotterer (Alemanha, Porsche), a 16s893;
    • 10) Jean Eric Vergne  (França, DS Techeetah), a 20s919.

    Classificação do campeonato após sete etapas:

    • 1) António Félix da Costa (Portugal, DS Techeetah), 125 pontos;
    • 2) Lucas Di Grassi (Brasil, Audi Sport Abt Schaeffler), 57;
    • 3) Stoffel Vandoorne (Bélgica, Mercedes-Benz EQ), 57;
    • 4) Mitch Evans (Nova Zelândia, Panasonic Jaguar), 56;
    • 5) Sam Bird (Inglaterra, Envision Virgin Racint), 52;
    • 6) Sébastien Buemi (Suíça, Nissan E.DAMS), 52;
    • 7) Alexander Sims (Inglaterra, BMW Andretti), 48;
    • 8) André Lotterer (Alemanha, Porsche), 45;
    • 9) Maximilian Guenther (Alemanha, BMW Andretti), 44
    • 10) Oliver Rowland (Inglaterra, Nissan E.DAMS), 36.
  • Fórmula E define campeão no estilo flash mob

    Audi e-tron FE06 #11 (Audi Sport ABT Schaeffler), Lucas di Grassi

    Com Di Grassi lutando pelo bicampeonato, daqui exatos dez dias a categoria terá acumulado mais seis etapas, em uma maratona inédita

    O Campeonato Mundial de Fórmula E inicia nesta quarta-feira (5) uma maratona marcada pela rapidez na organização e concentração de ações em um curto período de tempo – características que lembram os flash mobs, encontros que mobilizam as pessoas para realizar eventos relâmpago.

    Visando se adaptar às exigências ditadas pelo coronavírus, a categoria disputará seis corridas em apenas nove dias, finalizando a temporada já em 13 de agosto – na mais rápida sequência da história do mundial. Quinto colocado na pontuação, o brasileiro Lucas Di Grassi é candidato ao bicampeonato.

    Tradicionalmente, a Fórmula E já realizava os treinos, classificação e corrida de suas etapas em um único dia – o que se configurou em uma inovação no automobilismo, acostumado a eventos de três dias. Mas a categoria nunca havia concentrado tantas provas em um período tão curto.

    As três rodadas duplas da Alemanha contarão com três diferentes layouts de traçado, todos na pista de pouso do antigo aeroporto de Tempelhof, ao sul de Berlim, na Alemanha. O país é também a sede de quatro das dez fábricas envolvidas na competição: Audi, BMW, Mercedes e Porsche.

    As demais são Jaguar (Inglaterra), Nissan (Japão), NIO (China), DS Citroen (França), Mahindra (Índia) e Venturi (França). Até o momento, a Fórmula E já realizou etapas na Arábia Saudita (1ª e 2ª, rodada dupla), Chile (3ª), México (4ª) e Marrocos (5ª). As provas na Alemanha completarão o calendário de 11 etapas.

    Audi e-tron FE06 #11 (Audi Sport ABT Schaeffler), Lucas di Grassi

    Lucas Di Grassi soma 38 pontos na quinta posição e está a 29 do líder, o português António Félix da Costa, da equipe campeã DS Techeetah.

    “Nessas seis corridas haverá um máximo de 180 pontos em jogo, mais do que os 150 pontos correspondentes às cinco etapas realizadas até agora”, observa Di Grassi. “Então tudo é possível e vamos pra cima tentar os melhores resultados que estiverem ao nosso alcance. Apenas 38 pontos separam o primeiro do décimo colocado, então realmente está tudo em aberto”

    aponta o brasileiro da equipe Audi Sport Abt Schaeffler, que é o mais bem sucedido piloto da Fórmula E, com 31 pódios, sendo cinco deles em Berlim

    Bom retrospecto 

    As três rodadas duplas serão disputadas nos dias 5 e 6, 8 e 9, e 12 e 13 de agosto. Mas apenas a segunda rodada, dias 8 e 9, utilizará o traçado normal de Tempelhof. Na rodada dupla de abertura, na quarta e quinta-feira que vem, o desenho será o mesmo mas o sentido utilizado será o oposto – o que muda completamente a configuração necessária para os carros. Já a rodada dupla final terá a pista montada em Tempelhof com um desenho inédito.

    “Nosso retrospecto é bom em Tempelhof, mas isso não quer dizer nada. O que vai fazer diferença é o trabalho realizado pelas equipes nesse período de interrupção da temporada. E como sempre estou confiante no que fizemos até aqui”, diz Lucas, que venceu a etapa de Berlim em 2019. “O imprevisível faz parte da rotina da Fórmula E. Por isso, e considerando todas as novidades concentradas nestes nove dias, acredito que essa maratona terá corridas sensacionais”

    aposta o campeão mundial de 2017

    Lucas terá como parceiro nestas seis corridas o bicampeão do DTM René Rast. As seis corridas da maratona promovida pela Fórmula E terão largada às 14h (de Brasília), com transmissão ao vivo pelo canal Fox Sports.

    Lucas di Grassi