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Além dos gols, brasileira deu assistência para triunfo na estreia

Não há dúvidas sobre quem foi o principal nome do Brasil na estreia na Copa do Mundo de futebol feminino nesta segunda-feira (24), com goleada por 4 a 0 sobre o Panamá, pelo Grupo F.

A meio-campo Ary Borges marcou três vezes e ainda deu a assistência no outro gol brasileiro e, por consequência, respondeu muitas perguntas sobre a performance de gala em sua primeira partida em uma Copa.

Na entrevista coletiva após o jogo, a jogadora assumiu que o que viveu no estádio Hindmarsh, em Adelaide (Austrália) superou qualquer expectativa que ela poderia ter criado.

“Hoje é um dos dias mais felizes da minha vida. Nem nos meus melhores sonhos eu imaginei uma estreia assim. Se alguém me dissesse isso antes de eu entrar em campo, eu daria risada da cara da pessoa. Foi muito emocionante”, destacou a atleta.

Ary, de 23 anos, jogadora do Racing Louisville (Estados Unidos), observou que todos os seus gols nasceram de jogadas bem trabalhadas pela equipe e se definiu apenas como uma “felizarda” por ter concluído para as redes o trabalho das companheiras. Ainda emocionada, ela disse que a atuação a fez lembrar da trajetória que construiu desde que começou a sonhar em ser jogadora, referindo-se a si própria pelo nome de batismo, Ariadina.

“Antes de entrar em campo, eu lembrei da Ariadina, que fez muitos sacrifícios para que a Ary Borges existisse. Lembrei também da minha família, das pessoas que viveram esse sonho comigo. Queria dar orgulho para todas elas e hoje eu consegui. Hoje a Ary Borges está realizando todos os sonhos da Ariadna”, disse a jogadora.

Pia destaca estilo brasileiro em jogada do terceiro gol

A técnica sueca Pia Sundhage falou sobre a boa atuação da seleção na primeira partida, superando o compreensível nervosismo naquela que foi também a estreia para algumas atletas em um Mundial, caso da própria Ary Borges. Segundo a comandante, ao longo dos quatro anos de trabalho ela se preocupou mais em passar conhecimentos principalmente na parte defensiva, já que ofensivamente o Brasil tem muito talento, como visto na bela jogada do terceiro gol da seleção, marcado por Bia Zaneratto.

“Quando se fala de ataque, tivemos muitas soluções diferentes. O terceiro gol foi lindo. Não foi um gol que ensinamos. Foi um gol típico do Brasil”, analisou Pia.

Segundo ela, o resultado e a exibição deram confiança para o time para o próximo duelo, diante da França, no sábado (29). Pia Sundhage deu a entender que a craque Marta, que começou do banco, terá um papel maior neste jogo.

“Ela estava há muito tempo sem jogar e queríamos prepará-la para os próximos jogos que estão por vir”, justificou a treinadora.

Marta entrou no lugar justamente de Ary, aos 30 do segundo tempo. De acordo com a camisa 17 (escolhida a melhor em campo na estreia), Marta exerce um papel fundamental no grupo da seleção.

“Depois que você conhece a Marta como ser humano, começa a admirá-la ainda mais e a entender porque a tratam como rainha. Ela é um exemplo dentro e fora de campo. Sair para que ela entrasse com certeza foi uma honra. Fiz questão de receber o troféu de melhor jogadora da partida das mãos dela justamente por isso. Ela é uma pessoa muito querida dentro do grupo, nossa principal referência e ela precisa entender esse papel que ela tem”, expôs Ary Borges.

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