Jornalista do ESPORTESNET fala sobre seleção, Neymar e um pouco mais
Confira o que o Prof. Fernando Alves Firmino falou sobre a seleção brasileira, Neymar e CBF.
A Seleção Brasileira se prepara para um duelo crucial contra o Paraguai pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Após um desempenho aquém do esperado no setor ofensivo contra o Equador, o técnico Carlo Ancelotti promoveu mudanças significativas no treinamento deste domingo (8), no CT Joaquim Grava, em São Paulo. As novidades no ataque são Matheus Cunha e Raphinha, que treinaram ao lado de Vini Jr., indicando uma nova estratégia para o time.
O retorno de Raphinha, atacante do Barcelona, após cumprir suspensão, já era aguardado, ocupando a vaga do jovem Estêvão. Contudo, a observação de Matheus Cunha, o novo contratado do Manchester United, no lugar de Richarlison, surpreendeu e gerou discussões táticas. Essa formação visa proporcionar maior mobilidade ao ataque brasileiro, explorando a versatilidade dos jogadores para criar mais oportunidades de gol.
Ancelotti já havia sinalizado a diferença de características entre Matheus Cunha e Richarlison em entrevistas anteriores. Enquanto o atacante do Tottenham atua mais como referência na área, Cunha tem um perfil de jogador que circula mais, abrindo espaços para que Vini Jr. e Raphinha possam atacar o gol com mais liberdade. Essa dinâmica tática pode ser um trunfo para o Brasil furar a defesa paraguaia.
Durante o sábado, Ancelotti conversou individualmente com os jogadores, explicando as mudanças e orientando sobre os novos movimentos em campo. A escalação oficial, entretanto, só será confirmada no treino desta segunda-feira, na Neo Química Arena, palco do confronto. A cautela do treinador demonstra a importância da partida e o desejo de ter a equipe ideal em campo.
A base da equipe testada, sem alterações no restante, foi com: Alisson no gol, Vanderson, Marquinhos, Alex e Alex Sandro na defesa; Casemiro, Bruno Guimarães e Gerson no meio-campo; e o trio Raphinha, Matheus Cunha e Vini Jr. no ataque.
Além disso, Ancelotti explorou variações táticas durante o treino, incluindo a possibilidade de atuar com quatro atacantes. Nesse cenário, um meio-campista (inicialmente Gerson, depois Bruno Guimarães) seria substituído pela entrada de Gabriel Martinelli e, posteriormente, Richarlison. Essa alternativa mais ofensiva pode ser utilizada ao longo da partida, dependendo do andamento do jogo e da necessidade de buscar o resultado.
Atualmente na quarta colocação das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, com 22 pontos, o Brasil está logo atrás de Paraguai, Equador e Argentina. A partida contra o Paraguai, pela 16ª rodada, terá início às 21h45 (de Brasília) na Neo Química Arena, em São Paulo.
A vitória neste confronto é fundamental para as aspirações brasileiras. Caso o Brasil vença o Paraguai e o Uruguai supere a Venezuela em partida que acontecerá em Montevidéu, a Seleção Brasileira garantirá sua classificação antecipada para a Copa do Mundo de 2026. A expectativa é alta entre os torcedores paulistas, que aguardam ansiosamente o desempenho da equipe em Itaquera. A partida promete ser um espetáculo de futebol, com o Brasil buscando selar sua vaga no próximo Mundial.
Os destaques foram as dobradinhas de Júlia Coutinho, que foi ouro, e Gabriela Barbosa que ficou com a prata, na final do solo feminino. Lucas Bitencourt foi ouro, e Patrick Correa com a prata, na barra fixa. Imagem / CBG
Na trave feminina, ainda teve um bronze para Gabriela Bouças.Dona da melhor nota das eliminatórias do solo feminino, realizadas na sexta-feira (16), Júlia fez jus ao favoritismo e brilhou na final, com nota 13.100, ao som de Maria, Maria, música de Milton Nascimento e Fernando Brant. A carioca, de 15 anos, que iniciou na ginástica inspirada pela Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, está em sua primeira temporada na categoria adulta.
Já Gabriela Barbosa, paulistana de 17 anos, obteve 12,733 de pontuação. A britânica Abigail Roper, com 12.666, completou o pódio.A prata de Gabi Barbosa foi a segunda medalha dela em Koper. No sábado (17), ela participou de outra dobradinha, na final das barras assimétricas, que teve o bronze da fluminense Gabriela Bouças. Neste domingo, a “xará” repetiu a dose, ficando em terceiro na decisão da trave. Gabi Bouças obteve 12.633 de nota, superada pela eslovena Lucija Hribar (prata) e a britânica Georgia-Mae Fenton.
No masculino, Lucas Bitencourt conseguiu 13.500 de performance na barra fixa. O paulista de 31 anos – medalhista de prata por equipes nos Jogos Pan-Americanos de 2015, em Toronto, no Canadá levou a melhor sobre Patrick Correa. Já o fluminense, de 23 anos, obteve 13.466, ficando pouco atrás de Bisteca (como Lucas é conhecido), mas assegurando a primeira medalha dele em Copas do Mundo. O pódio ainda teve o italiano Manuel Berettera, com nota 13.400.A próxima etapa da Copa do Mundo de ginástica artística está marcada para os dias 18 a 21 de junho, em Tashkent, no Uzbequistão.
Um dia após empatar por 1 a 1 com a Venezuela pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026, a seleção brasileira desembarcou nesta sexta-feira (15) em Salvador, onde mede forças com o Uruguai na próxima terça-feira (19).
Após pousarem na capital baiana, os jogadores comandados pelo técnico Dorival Júnior receberam folga, e só terão que se reapresentar no próximo sábado (16), quando realizarão um treino no estádio do Barradão a partir das 17h (horário de Brasília).
Também nesta sexta-feira os, laterais Dodô, da Fiorentina (Itália), e Alex Telles, do Botafogo, foram convocados pelo técnico Dorival Júnior. Eles substituirão, respectivamente, Vanderson, suspenso por acúmulo de cartões amarelos, e Arana, que sofreu uma entorse no tornozelo direito.
O Brasil mede forças com o Uruguai a partir das 21h45 da próxima terça na Arena Fonte Nova, em Salvador.
A Fifa (Federação Internacional de Futebol) encerrou nesta sexta-feira (11) a primeira rodada de inspeção das 12 cidades candidatas a sediarem jogos da próxima edição da Copa do Mundo de futebol feminino, que será disputada no Brasil em 2027.
A série de visitas começou no dia 25 de setembro no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Nesta sexta a inspeção foi na Arena Fonte Nova, em Salvador, uma das cidades que esperam chegar à lista final mínima de oito sedes.
A equipe da Fifa visitou Belém, Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Nas inspeções realizadas pela entidade máxima do futebol foram avaliados os estádios e sua administração, tecnologia, bilheteria e hospitalidade, infraestrutura técnica, transportes e aeroportos, bem como o compromisso dos candidatos de gerarem um impacto positivo no desenvolvimento do futebol feminino.
“Nas últimas semanas, o Brasil apresentou um total de 12 estádios em 12 cidades, todos competindo para sediar a Copa do Mundo de futebol feminino de 2027. Estou feliz em saber que as inspeções correram tranquilamente”, declarou o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, que também é membro do conselho da Fifa.
Em novembro será realizada uma nova rodada de inspeções, nas quais serão avaliadas instalações de treinamento e acomodações das equipes. O anúncio final, que confirmará as cidades-sede para a Copa do Mundo de 2027, está programado para o início de 2025.
O Brasil goleou a Tailândia por 9 a 1, nesta sexta-feira (20) no Uzbequistão, para fechar a primeira fase da Copa do Mundo de futsal com 100% de aproveitamento. Com isso a seleção brasileira garantiu a liderança do Grupo B, que também conta com Cuba e Croácia.
O triunfo da equipe comandada pelo técnico Marquinhos Xavier diante da Tailândia foi garantido com gols de Marcel (três), Felipe Valério, Pito (dois), Marlon, Rafa e Ferrão. Nas três partidas iniciais da competição a seleção brasileira marcou 27 gols e sofreu apenas 2.
“Foi uma primeira fase bem-feita. Trabalhamos muito para chegarmos aqui bem preparados. É um esporte difícil, de muita imprevisibilidade, e às vezes você faz tudo certo e às vezes não acontece também”, declarou Marquinhos Xavier sobre a participação do Brasil na primeira fase da Copa do Mundo.
O time brasileiro volta a entrar em ação a partir das 9h30 (horário de Brasília) da próxima terça-feira (24) em Bukhara (Uzbequistão), pelas oitavas de final. O adversário ainda não foi definido.
A partida de abertura do Brasil na Copa do Mundo de futsal, neste sábado (14), não poderia ter sido melhor. A seleção não tomou conhecimento de Cuba e aplicou uma goleada por 10 a 0 em Bucara, no Uzbequistão.
Com o resultado, alcançado com gols de Marcel (3), Marlon (3), Neguinho, Felipe Valério, Pito e Arthur, a equipe pula para a ponta do grupo B, com três pontos, mesma pontuação da Tailândia, que derrotou a Croácia por 2 a 1. Os croatas, aliás, serão adversários do Brasil na sequência, na terça-feira (17), a partir de 12h, no horário de Brasília.
O time comandado por Marquinhos Xavier mostrou sua superioridade logo de cara, abrindo 4 a 0 no primeiro tempo. No segundo, Marcel e Marlon, que já haviam marcado uma vez cada na primeira etapa, adicionaram mais dois gols cada e estenderam a vitória brasileira. O pivô Pito, recém-eleito o melhor do mundo na modalidade em 2023, também deixou o dele.
A seleção manteve uma escrita de nunca ter sofrido um gol de Cuba e sempre sair com placares elásticos nos duelos contra este adversário. O Brasil venceu os cubanos por 18 a 0 em 1996 e por 9 a 0 em 2008. Curiosamente, nestas duas edições o Brasil saiu como campeão mundial.
No Uzbequistão, o país busca sua sexta conquista depois de ficar sem o troféu nas duas últimas Copas, quando caiu eliminado para a Argentina, nas oitavas em 2016 e na semifinal em 2021. O Brasil foi campeão em 1989, 1992, 1996, 2008 e 2012 e é o maior vencedor da competição.
Na Copa do Mundo, 24 seleções são divididas em seis grupos com quatro países cada. Classificam-se ao mata-mata as duas melhores campanhas de cada chave, além dos quatro melhores terceiros colocados.
A Seleção Brasileira voltou a vencer nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026 ao derrotar o Equador por 1 a 0 nesta sexta-feira, no Estádio Couto Pereira, em Curitiba. O gol da vitória foi marcado por Rodrygo, garantindo os três pontos e encerrando uma sequência de quatro partidas sem vitórias na competição. Esta foi a primeira partida da seleção sob o comando de Dorival Júnior.
Com o resultado, o Brasil subiu para a quarta posição na tabela, somando dez pontos em sete rodadas, ultrapassando Venezuela e Equador. Já a equipe equatoriana caiu para o sexto lugar, com oito pontos. A liderança das Eliminatórias permanece com a Argentina, que acumula 18 pontos em 21 possíveis.
O Brasil encontrou dificuldades diante de uma bem postada defesa equatoriana, que utilizou uma linha de cinco jogadores para se proteger. A primeira grande chance brasileira veio aos 25 minutos, em um passe preciso de André para Vini Jr, mas a finalização acabou bloqueada pela defesa adversária.
Aos 29 minutos, o gol finalmente saiu. Rodrygo, em jogada individual, driblou a marcação e arriscou de fora da área, acertando um belo chute e abrindo o placar no Couto Pereira.
Após o gol, o Brasil conseguiu segurar o resultado, mesmo com a pressão do Equador no segundo tempo. A vitória dá novo ânimo à Seleção para seguir na disputa por uma vaga na Copa do Mundo de 2026.
“Brasil campeão tem 13 letras”. Escutar essa frase é lembrar de Mário Jorge Lobo Zagallo. Uma das razões é o apego dele ao número 13, que surgiu com a esposa Alcina, devota de Santo Antônio (cuja data é comemorada em um dia 13). A outra é a história vitoriosa, de mais de meio século, dedicada à seleção brasileira – dentro ou fora de campo.
Simplesmente quatro dos cinco títulos mundiais da seleção amarelinha tiveram participação do Velho Lobo: dois como atleta, um como técnico e um como coordenador técnico.
Mário Jorge Lobo Zagallo morreu às 23:41 desta sexta-feira (5). O velho Lobo, tetracampeão mundial como jogador, técnico e auxiliar técnico com a Seleção Brasileira, tinha 92 anos. O Hospital Barra D’Or, onde o ídolo estava internado desde o final do ano passado, comunicou que ele não resistiu a uma falência múltipla de órgãos resultante de progressão de múltiplas comorbidades previamente existentes.
A Confederação Brasileira de Futebol decretou também luto de sete dias em homenagem à memória do seu eterno campeão. Em nota, o presidente da CBF Ednaldo Rodrigues lamentou a morte da “lenda”:
“A CBF e o futebol brasileiro lamentam a morte de uma das suas maiores lendas, Mário Jorge Lobo Zagallo. A CBF presta solidariedade aos seus familiares e fãs neste momento de pesar pela partida deste ídolo do nosso futebol.”
O velório será na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, a partir das 9h30 deste domingo. A solenidade será aberta ao público. O sepultamento ocorrerá às 16h do mesmo domingo no Cemitério São João Batista.
Zagallo era alagoano de Atalaia, nascido em 8 de agosto de 1931. Antes de completar um ano, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. O talento com a bola nos pés chamou atenção na peneira em que foi aprovado para o time infantil do América-RJ, na Tijuca, bairro da zona norte carioca onde morava. Pelo Mecão, foi campeão carioca de Amadores em 1949, como juvenil, antes de se transferir para o Flamengo.
Antes de brilhar no Rubro-Negro, onde foi tricampeão carioca (1953 a 1955), ele foi recrutado pelo Exército. Em 1950, trabalhando como segurança no Maracanã, viu de perto o uruguaio Alcides Ghiggia silenciar o Maior do Mundo e adiar o sonho do então inédito título mundial brasileiro. História que o então soldado Zagallo ajudaria a mudar anos depois.
A conquista da Taça Oswaldo Cruz (disputada pelas seleções de Brasil e Paraguai) em 1958 foi o começo da trajetória de Zagallo na seleção. Ele vestiu a amarelinha em 36 ocasiões e marcou seis gols. Um na final da Copa do Mundo daquele ano, na vitória por 5 a 2 sobre a anfitriã Suécia, estampando a primeira estrela no peito brasileiro. E o ponta-esquerda deixou clara a importância tática – defensiva e ofensiva – que lhe rendeu o apelido “formiguinha”.
Foi também em 1958 que a passagem de Zagallo pelo Flamengo chegou ao fim, com a mudança para o Botafogo. Foram sete anos na Estrela Solitária, ao lado de Nilton Santos, Didi e Garrincha, com dois títulos cariocas (1961 e 1962) e dois Torneios Rio-São Paulo (1962 e 1964). Foi também vestindo a camisa alvinegra que o ponta-esquerda ajudou o Brasil a erguer a taça Jules Rimet pela segunda vez, em 1962, no Chile.
Zagallo deixou os gramados aos 34 anos, iniciando a carreira como treinador. Em 1966, assumiu justamente o Botafogo, sendo bicampeão carioca (1967 e 1968) e conduzindo o Glorioso ao primeiro título brasileiro, em 1968.
Às vésperas da Copa do Mundo de 1970, o Velho Lobo foi chamado para comandar o Brasil no México. Ele teria menos de cem dias para trabalhar. Ainda assim, decidiu mexer no time que era de João Saldanha. Uma das alterações mais marcantes foi a escolha dos cinco jogadores mais avançados. Com Gérson, Rivellino, Tostão, Pelé e Jairzinho, todos camisas 10 nos respectivos clubes, a seleção conquistou o tri.
Após dirigir o Brasil na Copa de 1974, Zagallo passou por diferentes clubes e países (Kuwait, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos), até retornar à seleção em 1991, como coordenador técnico. Ao lado de Carlos Alberto Parreira, fez parte da comissão do tetracampeonato mundial, sendo escolhido para suceder o treinador campeão.
A nova passagem à frente da amarelinha teve momentos amargos, como a eliminação na semifinal da Olimpíada de Atlanta (Estados Unidos) para a Nigéria, mas também de conquistas, como a da Copa das Confederações e da Copa América, ambos em 1997. Esta última foi especial, por ser a primeira do Brasil longe de casa. Após derrotar a anfitriã Bolívia na final, por 3 a 1, na altitude de La Paz, o Velho Lobo disparou contra os críticos a famosa frase: “Vocês vão ter que me engolir!”.
O vice-campeonato mundial na França, em 1998, deu fim à segunda passagem de Zagallo no comando da seleção brasileira.
Ele dirigiu Portuguesa e Flamengo (onde venceu o Carioca e a Copa dos Campeões de 2001) antes de, depois do penta, em 2002, reeditar a parceria com Parreira, novamente como coordenador técnico. A dupla levantou as taças das Copas América de 2004 e das Confederações de 2005. O adeus nas quartas de final da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, foi também o último trabalho do Velho Lobo, aos 75 anos.
Foram 135 partidas à frente do Brasil, com 79,7% de aproveitamento, sendo o treinador com mais jogos no comando da seleção. Como coordenador, ele participou de outros 72 jogos (65,7% de aproveitamento). Pois é, “Zagallo craque” não tem 13 letras à toa.
O clássico Brasil × Argentina, que culminou na derrota da Seleção Canarinho por 1 a 0 em pleno Maracanã na última terça-feira (21), promete ter novos desdobramentos mesmo após o apito final. Isso porque, antes ainda do jogo começar, torcedores das duas seleções entraram em confronto, resultando em briga, invasão de campo e até um suposto caso de racismo. Com esse incidente, não só a CBF, mas a AFA (Asociación del Fútbol Argentino) vai receber processo disciplinar. Nesta sexta-feira (24), o Comitê de Disciplina da FIFA abriu investigação para apurar o que, de fato, ocorreu na briga que antecedeu a partida.
Do ponto de vista prático, conforme explica Felipe Crisafulli, advogado especializado em Direito Desportivo do Ambiel Advogados, a FIFA, enquanto organizadora da competição, deu o início a um processo disciplinar após a entrega da súmula da partida pelo árbitro, a fim de apurar as responsabilidades e definir eventuais sanções contra a CBF, entidade máxima do futebol brasileiro. “Entre as penalidades cabíveis, estão a aplicação de multa de 10 mil francos suíços (cerca de R$ 55 mil) e partidas sem público ou em campo neutro até, em casos mais graves, a dedução de pontos ou exclusão da competição”, explicou.
Vale lembrar que o Código Disciplinar da FIFA prevê, em seu art. 17, ser de responsabilidade da associação nacional mandante da partida – no caso, a CBF – garantir a segurança dos torcedores no estádio antes, durante e após o evento. Nesse sentido, as federações nacionais são responsáveis por eventuais comportamentos inapropriados de seus torcedores e incidentes de qualquer tipo, ficando sujeitos a punições disciplinares.
“Assim, era obrigação da CBF, por exemplo, avaliar o grau de risco da partida; tomar todas as medidas de segurança existentes nos regulamentos da própria FIFA e na legislação brasileira, tanto dentro quanto nos arredores do estádio, antes, durante e após o jogo; garantir que a lei e a ordem fossem seguidas dentro e no entorno do Maracanã. Diante do que se viu pela televisão e do que se tem de notícia a respeito do caso, esses itens parecem não ter sido devidamente cumpridos pela CBF na ocasião”, destaca o advogado.
Ainda que não seja mandante da partida, a Argentina, representada pela AFA, também não está isenta de eventuais punições pelos confrontos ocorridos na noite da última terça-feira (21), de acordo com Crisafulli. “Ela está sujeita a sofrer processo disciplinar e ser condenada pelas infrações porventura praticadas por seus torcedores que estiveram presentes no Maracanã, podendo incorrer nesse mesmo tipo de penas, dado que o § 2º do art. 17 do Código Disciplinar da FIFA estabelece que todas as associações nacionais são responsáveis pelos comportamentos inadequados de seus torcedores, entre os quais desordens ou indisciplinas cometidas dentro ou ao redor do estádio”.
Em relação ao caso da torcedora argentina, que supostamente proferiu ofensas de cunho racial a uma prestadora de serviços do Estádio do Maracanã, Crisafulli pontua que a FIFA pode aplicar o que disposto no art. 15 do seu Código Disciplinar.
“Assim, em se tratando de primeira infração, a AFA, em razão do comportamento de sua apoiadora, seria obrigada a disputar uma partida com número limitado de espectadores e a arcar com multa de pelo menos 20 mil francos suíços (cerca de R$ 110 mil). Sendo, porém, reincidente – ou se as circunstâncias do caso o exigirem –, as medidas disciplinares já seriam as seguintes: implementação de um plano de prevenção, multa, redução de pontos, realização de um ou mais jogos sem torcida, proibição de jogar em determinado estádio, desistência de um jogo ou expulsão da competição”.
Do ponto de vista da legislação brasileira, a torcedora argentina, em se comprovando os fatos contra si imputados, também fica sujeita a sanção criminal pela sua conduta. Conforme o § 2º do art. 20 da Lei nº 7.716/1989 (Lei do Crime Racial), se condenada, a sua pena seria de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e proibição de frequentar, por 3 (três) anos, locais destinados a práticas esportivas abertas ao público.
“No mais, dado que, desde outubro de 2021, a injúria racial é considerada pelo STF como equivalente ao crime de racismo, trata-se de delito não só imprescritível, mas também inafiançável, pelo que não poderá ser decretada a sua liberdade provisória mediante o pagamento de determinada quantia pecuniária arbitrada pela autoridade policial ou judicial”, completou o advogado especializado em Direito Desportivo.
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