Francês Diakhaby deixa jogo do Valencia após acusar espanhol Juan Cala, do Cádiz, de racismo
A vitória do Cádiz sobre o Valência neste domingo pelo Campeonato Espanhol ficou em segundo plano.
O destaque infelizmente ficou por conta de mais uma acusação de racismo feita pelo zagueiro francês Mouctar Diakhaby, do Valencia, contra o rival Juan Cala, ainda no primeiro tempo.
O jogo ficou cerca de 20 minutos paralisado, e Diakhaby decidiu não retornar a campo, mas pediu aos companheiros de time que continuassem a partida.
O árbitro da partida, David Medié, relatou na súmula que Diakhaby afirmou ter sido chamado de “negro de merda” por Juan Cala (veja a imagem da súmula mais abaixo). Em comunicado, o Cádiz reiterou que é contra o racismo e xenofobia, mas que não duvida da integridade do seu elenco.
Cala fez o primeiro gol do Cádiz, e Marcos Mauro, que o substituiu no segundo tempo, marcou o gol da vitória, aos 42 minutos do segundo tempo. Gameiro marcou para o Valencia, na primeira etapa.
O episódio que marcou a partida aconteceu aos 29 minutos, quando Diakhaby se desentendeu com Cala no meio do campo, fora da disputa da bola.
O francês, que partiu para tirar satisfações com o rival, recebeu cartão amarelo, mas logo procurou o árbitro, acusando Cala de ter feito uma ofensa racial. O zagueiro brasileiro Gabriel Paulista, do Valencia, estava próximo e também se revoltou.
O time do Valencia deixou imediatamente o campo. Depois de quase 20 minutos de deliberação, os jogadores retornaram, sem Diakhaby, substituído por Hugo Guillamón.
No Twitter, o Valencia informou que o zagueiro francês se recusou a seguir em campo, mas pediu aos companheiros que voltassem para o jogo. Cala continuou no time do Cádiz no reinício da partida, mas foi substituído por Marcos Mauro no intervalo.
Veja o comunicado do Cádiz
O Cádiz Futebol Clube, face aos acontecimentos ocorridos no jogo com o Valencia Futebol Clube, quer fazer as seguintes considerações:
- Somos contra qualquer situação de racismo ou xenofobia, seja quem for o seu autor, e trabalhamos para a sua erradicação. Todos os autores desses crimes, sejam ou não da nossa equipe, devem pagar por isso.
- Não duvidamos da honestidade de todos os integrantes do nosso plantel, que são firmes defensores da luta contra o racismo, cuja atitude sempre foi exemplar em todas as partidas que disputamos.
- A entidade não pode avaliar as questões do jogo entre os jogadores, e sempre exigimos uma atitude de respeito e responsabilidade para com os adversários.
- Trabalhamos e seguiremos trabalhando para que no nosso futebol não haja comportamentos xenófobos, com um ‘NÃO AO RACISMO’ com toda a sua contundência.
Conheça mais sobre o combate ao racismo no futebol com o Observatório do Racismo no Futebol