Tag: La Liga

  • Vinicius Júnior pede punições a responsáveis por agressões racistas

    Vinicius Júnior pede punições a responsáveis por agressões racistas

    “O que falta para criminalizarem essas pessoas?”, questiona brasileiro

    Um dia após sofrer agressões racistas durante um jogo do Campeonato Espanhol, o atacante brasileiro Vinicius Júnior pediu punições duras aos responsáveis por tais atos. Em postagem, nesta segunda-feira (22), em seu perfil em uma rede social, o atacante do Real Madrid (Espanha), perguntou: “O que falta para criminalizarem essas pessoas? E punirem esportivamente os clubes? Por que os patrocinadores não cobram a La Liga? As televisões não se incomodam de transmitir essa barbárie a cada fim de semana?”.

    “A cada rodada fora de casa uma surpresa desagradável. E foram muitas nessa temporada. Desejos de morte, boneco enforcado, muitos gritos criminosos. Tudo registrado. Mas o discurso sempre cai em ‘casos isolados’, ‘um torcedor’. Não, não são casos isolados. São episódios contínuos espalhados por várias cidades da Espanha [e até em um programa de televisão]. As provas estão aí no vídeo. Agora pergunto: quantos desses racistas tiveram nomes e fotos expostos em sites? Eu respondo pra facilitar: zero. Nenhum para contar uma história triste ou pedir aquelas falsas desculpas públicas”, declarou o jogador da seleção brasileira

    No final de sua postagem Vinícius Júnior afirma que “o problema é gravíssimo e comunicados não funcionam mais”. Segundo o atacante, estas agressões, que têm se tornado recorrentes, “no es fútbol, es inhumano [não é futebol, é falta de humanidade]”.

    https://twitter.com/vinijr/status/1660743682461519872?s=20

    Agressões racistas no Mestalla

    Vinicius Júnior foi vítima de mais uma ação racista em um estádio espanhol na tarde do último domingo. Durante a derrota do Real Madrid para o Valencia por 1 a 0, no Estádio Mestalla, casa dos adversários, Vini escutou insultos racistas e gritos de “macaco” vindos das arquibancadas. O jogo foi paralisado por cerca de oito minutos e, posteriormente, o jogador foi expulso ao se envolver em confusão.

    O lance que deu origem ao episódio aconteceu aos 29 da segunda etapa. Jogando em ambiente hostil, Vinicius Júnior tentou jogada pela esquerda quando uma segunda bola, que havia sido arremessada no gramado instantes antes, foi chutada por Eray Cömert, atleta do Valencia, de maneira proposital para interromper o lance. Naquele momento Vini se dirigiu para parte da torcida valencianista que estava localizada atrás do gol do time local e apontou para torcedores que o insultavam chamando-o de macaco.

    O árbitro De Burgos Bengoetxea paralisou a partida e o sistema de som avisou que o confronto só seria retomado se as ofensas parassem. Vini sinalizou que estava bem para retornar, e o jogo prosseguiu após cerca de oito minutos de pausa, com a polícia comparecendo ao local das ofensas.

    Nos acréscimos da partida, Vini se envolveu em uma confusão com o goleiro Giorgi Mamardashvili e, após ser contido pelo adversário Hugo Duro com uma gravata, acertou o rosto do atleta do Valencia ao tentar se desvencilhar. No fim, apenas o brasileiro foi punido, sendo expulso.

    https://twitter.com/marca/status/1660762444606627841?s=20

  • Na Espanha, mais um caso de racismo no esporte

    Na Espanha, mais um caso de racismo no esporte

    Francês Diakhaby deixa jogo do Valencia após acusar espanhol Juan Cala, do Cádiz, de racismo

    A vitória do Cádiz sobre o Valência neste domingo pelo Campeonato Espanhol ficou em segundo plano.

    O destaque infelizmente ficou por conta de mais uma acusação de racismo feita pelo zagueiro francês Mouctar Diakhaby, do Valencia, contra o rival Juan Cala, ainda no primeiro tempo.

    O jogo ficou cerca de 20 minutos paralisado, e Diakhaby decidiu não retornar a campo, mas pediu aos companheiros de time que continuassem a partida.

    O árbitro da partida, David Medié, relatou na súmula que Diakhaby afirmou ter sido chamado de “negro de merda” por Juan Cala (veja a imagem da súmula mais abaixo). Em comunicado, o Cádiz reiterou que é contra o racismo e xenofobia, mas que não duvida da integridade do seu elenco.

    Súmula do árbitro de Cádiz x Valencia, David Medié, diz que Diakhaby afirmou ter sido chamado de “negro de merda” por Juan Cala — Foto: Reprodução/La Liga

    Cala fez o primeiro gol do Cádiz, e Marcos Mauro, que o substituiu no segundo tempo, marcou o gol da vitória, aos 42 minutos do segundo tempo. Gameiro marcou para o Valencia, na primeira etapa.

    O episódio que marcou a partida aconteceu aos 29 minutos, quando Diakhaby se desentendeu com Cala no meio do campo, fora da disputa da bola.

    O francês, que partiu para tirar satisfações com o rival, recebeu cartão amarelo, mas logo procurou o árbitro, acusando Cala de ter feito uma ofensa racial. O zagueiro brasileiro Gabriel Paulista, do Valencia, estava próximo e também se revoltou.

    O time do Valencia deixou imediatamente o campo. Depois de quase 20 minutos de deliberação, os jogadores retornaram, sem Diakhaby, substituído por Hugo Guillamón.

    No Twitter, o Valencia informou que o zagueiro francês se recusou a seguir em campo, mas pediu aos companheiros que voltassem para o jogo. Cala continuou no time do Cádiz no reinício da partida, mas foi substituído por Marcos Mauro no intervalo.

    Veja o comunicado do Cádiz

    O Cádiz Futebol Clube, face aos acontecimentos ocorridos no jogo com o Valencia Futebol Clube, quer fazer as seguintes considerações:

    • Somos contra qualquer situação de racismo ou xenofobia, seja quem for o seu autor, e trabalhamos para a sua erradicação. Todos os autores desses crimes, sejam ou não da nossa equipe, devem pagar por isso.
    • Não duvidamos da honestidade de todos os integrantes do nosso plantel, que são firmes defensores da luta contra o racismo, cuja atitude sempre foi exemplar em todas as partidas que disputamos.
    • A entidade não pode avaliar as questões do jogo entre os jogadores, e sempre exigimos uma atitude de respeito e responsabilidade para com os adversários.
    • Trabalhamos e seguiremos trabalhando para que no nosso futebol não haja comportamentos xenófobos, com um ‘NÃO AO RACISMO’ com toda a sua contundência.

    Conheça mais sobre o combate ao racismo no futebol com o Observatório do Racismo no Futebol