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O crescimento do sedentarismo e da obesidade entre os adolescentes brasileiros é algo que pode ser evidenciado em diferentes estudos. Conforme apontado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), o Brasil pode se tornar o quinto país com a maior proporção de crianças e adolescentes com excesso de peso até 2030.

Já no HSPE (Hospital do Servidor Público Estadual) em São Paulo, observa-se que 86% dos adolescentes atendidos na instituição são caracterizados como sedentários, sendo que a utilização excessiva de dispositivos eletrônicos, tais como videogames, celulares, computadores, televisões e tablets, é apontada como uma das principais causas desse sedentarismo.

De acordo com informações do Covitel (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), em 2022, 9% dos jovens brasileiros com idade entre 18 e 24 anos apresentavam IMC (índice de massa corporal) igual ou superior a 30, indicativo de obesidade. No ano subsequente, esse índice aumentou para 17,1%, representando um aumento de 90%.

Além disso, esse grupo de jovens destaca-se por seu baixo consumo regular de frutas, verduras e legumes, com apenas 33,5% e 39,2%, respectivamente, incorporando esses alimentos em sua alimentação em cinco ou mais ocasiões semanais. O estudo foi conduzido em colaboração entre a UFPel (Universidade Federal de Pelotas) e a organização de saúde pública Vital Strategies.

Para o médico ortopedista, Dr. Marco Aurélio S. Neves, o crescimento do sedentarismo está ligado diretamente ao crescimento da obesidade entre os adolescentes brasileiros. Segundo Neves, pesquisas indicam que as mudanças ocorridas nos padrões alimentares nas últimas décadas, como o aumento do consumo de açúcares simples, alimentos industrializados e ingestão insuficiente de frutas e hortaliças, estão diretamente associadas ao ganho de peso dos adolescentes.

“A redução progressiva da prática de atividade física, combinada ao maior tempo dedicado às atividades de baixa intensidade, como assistir televisão, usar computador e jogar videogame, também tem contribuído para o aumento de peso dos jovens”, disse, acrescentando que as variáveis relacionadas ao padrão alimentar e de atividade física devem ser priorizadas nas intervenções voltadas para a prevenção da obesidade entre adolescentes.

O médico explica que o excesso de gordura no organismo pode ser nocivo para as articulações. “Isso ocorre porque a gordura agride a cartilagem que reveste as juntas e o excesso de peso sobrecarrega as articulações. Os membros inferiores são os mais afetados, como quadril, tornozelo e joelho”, esclarece.

De acordo com o Dr. Marco Aurélio S. Neves, em geral as pessoas com sobrepeso correm um risco muito maior de sofrer de dores nas costas e quaisquer problemas musculares ou articulares. “Basicamente, o excesso de peso carregado por uma pessoa obesa coloca pressão e tensão adicionais na coluna, assim, aumentando o potencial de lesão na coluna e nas costas”, disse o ortopedista, destacando que uma alimentação saudável e a prática de exercícios físicos é a receita para que as lesões nas articulações e coluna diminuam.

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