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Em média, 594 cirurgias de lipoaspiração são feitas por dia no Brasil, indica a mais recente pesquisa da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS, na sigla em inglês). Foram registradas 173.420 ocorrências desse procedimento no país.

A entidade, que é a única a organização a coletar esse tipo de dados em escala global, apontou que o Brasil é o segundo país em número de cirurgias plásticas corporais, com 13,4% do total de procedimentos realizados, ficando atrás apenas dos Estados Unidos (17,8%), mas bem a frente do terceiro colocado, o México (5.8%).

Há diferença, contudo, nas prioridades dos pacientes. Enquanto os procedimentos de aumento de mama são os mais realizados globalmente, no Brasil, as cirurgias de lipoaspiração lideram, mesmo que por uma margem pequena.

No país, os três procedimentos mais realizados são a lipoaspiração (13.4%), o aumento de mamas (13.2%) e a cirurgia das pálpebras (10.9%). Já globalmente, há uma inversão de posições, com o aumento das mamas representando 16% de todos os procedimentos, lipoaspiração 15,1% e cirurgia das pálpebras 12,1%.

A pesquisa demonstra, também, que a lipoaspiração é um procedimento estético muito procurado, independentemente do gênero. No mundo, essa cirurgia é a segunda mais realizada tanto no ranking das mulheres quanto no ranking dos homens.

Cirurgia x Exercícios

Os índices revelam a preocupação dos brasileiros com a questão estética, principalmente sobre as gorduras localizadas. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) indica o procedimento para pacientes que desejam definir o contorno corporal, decorrente de um emagrecimento rápido ou do envelhecimento. A técnica, porém, não é recomendada para o tratamento de sobrepeso, ao contrário do que muitas pessoas pensam.

A lipoaspiração é uma cirurgia que utiliza a sucção para a retirada do excesso de gordura localizada. Por uma incisão, uma cânula fina é inserida na camada subcutânea gordurosa e, com o auxílio de um aparelho, suga o tecido adiposo. O limite de percentual de gordura que pode ser retirado é definido pelo Conselho Federal de Medicina: não pode ultrapassar 7% do peso corporal – com a técnica infiltrativa –  ou 5% – quando feito pela técnica não-infiltrativa.

A SBCP recomenda, ainda, que o procedimento seja realizado apenas em adultos não obesos, que não fumem e que sejam saudáveis – não apresentem doenças com risco à vida ou possuam condições médicas que prejudiquem a cicatrização.

Exercícios físicos podem substituir a lipoaspiração

De acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), adultos precisam de 150 a 300 minutos de atividades físicas por semana. A atividade física regular é fundamental na prevenção e manejo de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), reduzindo o risco de morte prematura em 20-30%.

O educador físico Alexandre Pedroso, formado pela UFPR e especialista em musculação e fisiculturismo, explica que é possível reduzir gorduras localizadas sem a necessidade da intervenção cirúrgica: “Cada corpo é único, mas com uma dieta correta, metodologia e exercícios específicos é possível reduzir medidas de forma não invasiva e alcançar os mesmos objetivos desejados. A metodologia correta traz benefícios até a curto prazo, pois a constância nas atividades e na dieta promove resultados visíveis em pouco tempo.”

Ainda segundo a OMS, a prática regular de exercícios pode prevenir cerca de 7-8% dos casos de doenças cardiovasculares, depressão, demência e aproximadamente 5% dos casos de diabetes tipo 2. Além disso, a atividade física beneficia a saúde mental, prevenindo o declínio cognitivo, sintomas de depressão e ansiedade, e melhora a educação das crianças.

“A promessa sempre é de uma recuperação rápida, mas, na prática, a recuperação é lenta e bem dolorosa. Já trabalhei com vários alunos que se submeteram a procedimentos estéticos pela pressa em obter resultados, e a recuperação sempre é mais lenta do que o esperado.”, afirma o Educador físico.

Após a realização da lipoaspiração, além de um longo período de repouso absoluto, são necessários cuidados específicos para assegurar o resultado desejado. Dentre eles, destaca-se a utilização de cinta elástica, a presença de dreno na primeira semana e uma série de medidas adicionais indispensáveis. Essas precauções são essenciais para o sucesso do procedimento.

“Enquanto a cirurgia requer meses de recuperação com inchaço e manchas roxas temporárias, a prática regular de exercícios traz resultados duradouros, embora não imediatos. Adotar um estilo de vida saudável com atividade física e dieta equilibrada melhora o condicionamento muscular, reduz o percentual de gordura e proporciona benefícios à saúde.”, conclui Alexandre Pedroso.

Mais informações: https://linktr.ee/personal.alexandrepedroso