google.com, pub-4023032514756267, DIRECT, f08c47fec0942fa0

ESPORTESNET

Desde o ano de 2018, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) orienta as 178.370 escolas de educação básica e os seus 2,2 milhões de educadores sobre os saberes fundamentais que devem ser trabalhados para que o aluno desenvolva seu aprendizado de modo qualitativo e coerente com os seus futuros desafios no mundo do trabalho e, principalmente, como cidadão.

Para que isso ocorra, o documento apresenta uma série de novidades em relação ao ensino tradicional, principalmente pela aplicação pedagógica de competências, que são o conjunto de conhecimentos, habilidades e valores articulados para a realização de tarefas que auxiliam os jovens em diferentes atividades do cotidiano, como realização de cálculos para administração financeira pessoal e a interpretação de diferentes tipos de textos.

No documento, as competências são divididas entre gerais – que servem de estrutura para a educação básica como um todo – e específicas – que atuam de modo relacionado às áreas de conhecimento, como Linguagens, Matemática e Ciências da Natureza.

A Produção de Textos

Nos anos finais Ensino Fundamental (do 6º ao 9º ano, atendendo a jovens de 11 a 14 anos), um dos maiores desafios dos professores é promover atividades em que os 11.981.950 alunos matriculados por todo o Brasil trabalhem, de modo oral ou escrito, temas importantes da sociedade contemporânea, utilizando diferentes linguagens para a defesa consciente de diferentes pontos de vista, tanto no aspecto regional como no socioambiental. Para os professores de português, as práticas de redação relacionadas a outras disciplinas oferecem tantas dificuldades quanto a natural falta de interesse dos alunos no ambiente de sala de aula seguida pelos altos índices de evasão escolar que, segundo a organização Todos pela Educação, registrou um aumento de 171,1% em relação ao ano de 2019.

Mário Fernandes Miskolczi, professor de Língua Portuguesa e Redação do Colégio Delta, localizado em Santana, na cidade de São Paulo, entende que a melhor forma de inserir o aluno no ambiente escolar como protagonista no processo de criação de textos é por meio de metodologias ativas, que colocam o jovem como responsável e principal ator no processo de desenvolvimento de suas habilidades: “com o uso de metodologias ativas, o docente tem, como principal atividade, a apresentação de recursos para que o aluno melhor desenvolva suas habilidades, oferecendo o necessário suporte em prol de seu crescimento com o indivíduo que lê, compreende e produz os mais diversos tipos de textos”. Alguns dos modelos mais usados de metodologias ativas são a gamificação – transformação de conteúdo das aulas em jogos -, a sala de aula invertida – apresentação dos temas trabalhados em aula pelos alunos -, e os trabalhos por projetos, que dão sentido ao conteúdo explicado pelos professores.

Mário ainda ressalta o uso de diferentes recursos tecnológicos para a produção de textos orais ou escritos com o fim expositivo: “Se hoje o aluno dispõe de recursos como as redes sociais e os blogs, por que, em alguns momentos, não podemos usá-los como instrumento em sala de aula? Considero também importante que o grupo de jovens saia da escola aprendendo a fazer pesquisas, apresentações, infográficos ou quaisquer outros instrumentos cognitivos relevantes para uso no seu contexto social”. Em contrapartida à realidade das escolas particulares, docentes de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental em escolas municipais encontram mais dificuldades para a inserção de metodologias específicas que necessitam de recursos tecnológicos, pois, segundo o Censo Escolar de 2021, apenas 27,8% das escolas oferecem acesso à internet para seus alunos.

O uso de metodologias ativas para o desenvolvimento de competências exige, tanto de escolas de ensino básico como também de educadores, novas formas de se compreender o que é um ambiente pedagógico fomentador de conhecimento. O Ministério da Educação, por meio de programas como o Proinfo e o Pró-letramento, oferece uma gama de capacitações que podem auxiliar os educadores de Língua Portuguesa na difícil tarefa de educar alunos para que suas produções textuais orais e escritas sejam condizentes às principais questões da sociedade e às novas demandas oriundas da BNCC.