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O início do ano letivo é um ótimo momento para levar as crianças ao oftalmologista, já que a falta de interesse pelas aulas e problemas de aprendizado podem estar associados à dificuldade de enxergar, que leva a criança a perder a vontade em estudar e socializar. Nessa fase é essencial que pais e professores estejam alertas aos sinais de que algo pode estar errado com a visão da garotada. “Queda do rendimento e/ou desinteresse nas atividades escolares, apertar os olhos para ler ou ver televisão, olhos vermelhos e lacrimejantes e dor de cabeça geralmente no final do dia podem sinalizar que a criança está com problemas de visão. É fundamental fazer um check-up com o oftalmologista, pois quanto mais cedo o diagnóstico, maior a possibilidade de correção ou tratamento”, aponta a oftalmologista Isabela Rita Cunha, especialista em Estrabismo no Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), uma empresa do grupo Opty no Distrito Federal.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), na América Latina, aproximadamente 23 milhões de crianças são portadoras de miopia, astigmatismo e hipermetropia. No Brasil, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) estima que 30% do público infantil em idade escolar tem problemas refrativos- sendo a miopia um dos mais comuns – enquanto 10% das crianças na faixa dos sete aos dez anos precisam usar óculos. Apesar disso, dados do CBO apontam que 80% nunca fizeram uma avaliação visual. “Com a pandemia, este quadro ficou ainda mais acentuado. A não identificação precoce da miopia, hipermetropia e astigmatismo pode agravar a situação, podendo levar ao estrabismo devido ao esforço visual e à progressão da ambliopia, com a diminuição gradativa da acuidade visual em um dos olhos”, ressalta a Dra. Isabela.

De acordo com o artigo Diretrizes brasileiras sobre avaliação oftalmológica de crianças saudáveis menores de 5 anos: exames recomendados e frequência, publicado em 2021, no jornal Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, erros de refração não corrigidos são responsáveis por até 69% de problemas visuais que aparecem na infância. “Dependendo da idade da criança e do grau que ela apresenta, se esses problemas não forem corrigidos podem levar à deficiência visual”, diz a oftalmologista.

A médica afirma que as consultas oftalmológicas regulares são essenciais para prevenir doenças e acometimentos oculares. “Como os menorzinhos não relatam as queixas, só com os exames é possível fazer diagnósticos precoces”, explica. A Dra. Isabela ressalta também que crianças que apresentam comorbidades como, por exemplo, alterações genéticas, estruturais, autoimunes ou patologias correlacionadas à prematuridade ou que apresentem algum histórico familiar de ambliopia, estrabismo, retinoblastoma, catarata e glaucoma congênitos também precisam de cuidados especiais rotineiros. “Levar seu filho regularmente ao oftalmologista é fundamental para evitar o atraso no aprendizado escolar e garantir o desenvolvimento saudável de meninos e meninas”, finaliza a Dra. Isabela Rita.