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  • Flamengo segue a preparação para o Campeonato Carioca Feminino de 2021

    Flamengo segue a preparação para o Campeonato Carioca Feminino de 2021

    Titular da equipe rubro negra, Sorriso é um dos destaques para a competição

    Visando a disputa do Campeonato Carioca Feminino, que inicia no dia 2 de outubro, o Flamengo segue preparando o elenco para a busca de mais um título estadual.

    A lateral esquerda Sorriso se mostra como uma das principais peças para o elenco flamenguista na busca pelo sexto título carioca.

    Consistente na defesa, Sorriso também aparece muito bem na criação ofensiva.

    Desde que chegou ao Flamengo, em 2018, já são oito assistências em 33 jogos, média de quase uma a cada três partidas, além de ter anotado um gol na última edição do estadual. Em seu currículo, soma dois títulos cariocas pelo atual clube.

    Demonstrando confiança e com expectativas positivas, Sorriso comentou sobre o papel do Flamengo na disputa do Carioca de 2021:

    “Estamos nos preparando forte para poder fazer uma estreia com o pé direito, nossos treinos estão intensos, estamos buscando nossa melhor forma física para impor nosso ritmo de jogo. Nossas expectativas para o Carioca são as melhores, estamos focadas e vamos buscar esse Hexa pra Nação e fechar o ano com êxito!”

    Outra com muita experiência e tempo de casa no Flamengo, a goleira Gabi Croco está desde 2019 no clube carioca.

    Junto com Sorriso, conquistou o título estadual de 2019, e sonha em adicionar uma nova taça ao seu currículo. A goleira vem se preparando muito forte para a nova competição.

    Croco, Sorriso e suas companheiras estreiam no dia 2 de outubro, às 15h. O Flamengo recebe o Duque de Caxias e sonha em começar o torneio com uma vitória para brigar pelo hexacampeonato.

    A Taça Guanabara, fase inicial da competição, será disputada em turno único, no qual todas as equipes se enfrentam ao longo de 11 rodadas.

    Ao fim da etapa classificatória, os quatro melhores colocados estarão garantidos na semifinal do Carioca.

  • No futebol, saúde mental é sinônimo de rendimento

    No futebol, saúde mental é sinônimo de rendimento

    Quando os clubes e a sociedade entenderão isso?

    Reconhecido como o País do Futebol, o Brasil peca por ter, segundo especialistas da área, um dos piores calendários de campeonatos do mundo, o que gera um desgaste gigantesco aos jogadores, pois os jogos acontecem uns após os outros. Os campeonatos são praticamente emendados e sem intervalo para recuperação física e mental dos atletas – que passam mais tempo dentro de aviões e hotéis, em trânsito, do que em casa, descansando da rotina pesada de treinamentos e com as suas famílias. Isso tudo aliado a outros fatores como a exigência por vitórias e alto desempenho.  

    Agora imaginem toda essa pressão em um cenário de pandemia. Todos podemos ter acesso a artigos e matérias na imprensa que mostram que a saúde mental de muitos brasileiros está comprometida em razão de tudo o que estamos vivendo. No mundo do futebol não é diferente. Os jogadores também estão impactados e querem proteger as suas famílias, mas, enquanto isso, seus dirigentes brigam pela volta das torcidas aos estádios.  

    Em janeiro, o Corinthians foi o primeiro time do ano a anunciar que dez de seus jogadores testaram positivo para Covid-19. Na última rodada do Campeonato Brasileiro, o Palmeiras ficou sem 18 jogadores – pelo mesmo motivo, e o Atlético Mineiro, sem dez. Vasco, Fluminense, Coritiba, todos com o time comprometido também. Um pouco antes, em dezembro, o futebol nacional perdeu nada menos que quatro dirigentes de clubes, entre eles Paulo Magro, presidente do Chapecoense. Esta é a realidade dos jogadores profissionais do Brasil: pandemia, saúde física, mental e rendimento físico comprometidos, patrocinadores querendo reverter em lucro seus investimentos. E o Brasil sem vacina suficiente para atender a toda a população.  

    Estudos comprovam que para que o futebol profissional funcione efetivamente, o atleta depende do equilíbrio de quatro importantes capacidades:  a física, a técnica, a tática e a emocional. Capacidades que são interdependentes e muitas vezes ainda são tratadas de forma independentes, principalmente quando falamos da questão emocional.   

    A visão moderna de jogo diz que nunca se deve separar o físico do técnico, do tático e do emocional. Isso é psicologia do esporte, é o que forma o indivíduo atleta, e o indivíduo é aquele que joga o jogo. Quando falamos especificamente em atletas de alto rendimento, entre os quais a margem entre performance e lesão é muito tênue, é fundamental um suporte multidisciplinar de profissionais de saúde habilitados como médico, psicólogo, nutricionista e preparador físico. Além de aumentar as chances de lesão, é consenso na literatura que um estresse elevado altera o rendimento do esportista porque também gera alterações neurofisiológicas e metabólicas, que acabam impactando no sistema endocrinológico. Infelizmente, o que vemos hoje em dia é que muitos clubes e confederações menosprezam esses cuidados fundamentais no que diz respeito à saúde global do jogador de futebol.  

    Recentemente, o técnico do Barcelona, Ronald Koeman, afirmou que “estamos matando nossos jogadores”. Isso é uma verdade indiscutível, que transcende o simples rendimento em qualquer lugar do mundo, pois independentemente da nacionalidade, jogadores de futebol são seres humanos, não máquinas.Aumentos abusivos na carga de treinamento e a alta frequência de jogos, negligenciando-se a recuperação com os intervalos de descanso obrigatórios, podem acarretar inúmeras alterações físicas e mentais como a diminuição do desempenho atlético, lesões contínuas, principalmente musculares, fadiga, além de transtornos comportamentais, distúrbios do sono, alterações endócrinas, anorexia e alterações no sistema imunológico que geram maior suscetibilidade a doenças infecciosas.  

    Outros distúrbios de longo prazo incluem alteração da concentração, aumento da ansiedade, instabilidade emocional e enxaqueca. A manifestação mais temível entre os atletas com síndrome do excesso de treinamento é a rabdomiólise, doença causada por lesões musculares graves que evoluem com insuficiência renal e podem ser fatais em alguns casos. 

    Já passou da hora de se investir na saúde mental dos jogadores, pois sem ela o físico não aguenta sozinho muito tempo. Nossa atual realidade, em que estrelas simplesmente perdem o brilho, novos talentos têm dificuldade de ganhar destaque no esporte e potenciais campeões se perdem pelo caminho por não conseguirem lidar com a pressão são resultado de falta de apreço à saúde mental dos atletas. Se quisermos voltar a ser quem fomos há algumas décadas, uma referência sem paralelos no futebol mundial, isso precisa mudar. 

    Autor: Fábio Anauate Nicolao é Médico do Esporte, Mestre e Doutor em Ortopedia e professor do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro – Unisa