Tag: Olimpíadas

  • A eterna rainha das piscinas

    A eterna rainha das piscinas

    Homenagem a Maria Lenk

    Para Maria Emma Hulda Lenk Zigler, 87 anos, o bordão há males que vêm pra bem serve como uma luva. Filha de alemães que imigraram para o Brasil em 1912, a menina contraiu uma pneumonia dupla aos 10 anos, em 1925, quando morava em São Paulo.

    O pai e desportista, Paul Lenk, encontrou na prática da natação a saída para a cura da filha. O que começou como um remédio tornou-se rotina em sua vida, transformando-a na pioneira da natação feminina brasileira, ícone de sua geração e lenda viva para os que se aventuram no esporte.

    Interessante também é que as primeiras braçadas rumo à glória começaram em pleno rio Tietê, na capital paulista, que na década de 1920 tinha águas cristalinas, ao contrário da poluição que carrega hoje. Nadava ao lado dos peixes, lembra a campeã. Hoje, morando no Rio de janeiro, ela ainda treina nas piscinas, com a alma de criança que ganha a liberdade nas águas, e tem saúde pra dar e vender. Maria Lenk fez história na natação brasileira e mundial. Em 1932, aos 17 anos, ela embarcou rumo aos Estados Unidos para disputar os jogos Olímpicos de Los Angeles.

    A primeira prova de fogo, no entanto, começou durante a viagem. A tripulação do navio Itaquecê, formada por 68 atletas, teve que vender cerca de 50 mil sacas de café pelos portos onde passavam. O objetivo do negócio era custear a viagem da delegação e o resultado é que só 45 esportistas desembarcaram no porto de São Pedro, na Califórnia. Destes, 44 eram homens e apenas uma mulher, Maria Lenk. Embora não tenha conquistado a tão sonhada medalha, ela foi a única mulher sul-americana a participar das competições.

    Com um maio emprestado, nadou nos 1OOm livre, 100 costas e chegou às semifinais dos 200m peito. Três anos depois, em 1935, a consagração veio com a conquista de três medalhas de ouro no Campeonato Sul-Americano de natação Maria Lenk, já mais madura e melhor preparada, participou dos jogos olímpicos de Berlim, em 1936, quando entrou para a história ao inventar o nado borboleta e encantar o mundo. Acompanhada de Piedade Coutinho, ScylIa Vanâncio e Sieglind Lenk, ela voltou sem medalhas, mas trouxe como bagagem o respaldo do reconhecimento internacional.

    O sonho do ouro Olímpico, mais uma vez foi adiado para os jogos de Tóquio, em 1940. Mas as bombas da 2a Guerra Mundial cancelaram as competições. Faleceu em 2007, aos 92 anos. 

    Até hoje, Maria Lenk tem admiração e respeito de toda a comunidade aquática, inclusive por aqueles que não a conheceram pessoalmente ou nem a viram dar suas braçadas em alguma piscina deste mundo.

    Quando se fala em natação aqui no Brasil, seu nome logo vem a mente graças a sua carreira exemplar e pioneira dentro da piscina e aos legados deixados para futuras gerações. Tudo isso faz de Maria Lenk uma personagem de suma importância para o esporte olímpico brasileiro. Uma mulher forte que não deixou de nadar até o último dia de sua vida. Reproduzimos aqui uma entrevista dela ao site do Conselho Federal de Educação Física em 2002. Abre Aspas:

    “Qual a opinião da senhora sobre a regulamentação do Profissional de Educação Física?

    Confesso que após me aposentar não tenho acompanhado muito a questão da regulamentação. Li recentemente, por exemplo, que estavam reformando tudo e que a partir de agora a prática de Educação Física seria obrigatória nas escolas de primeiro grau. Nos anos 1960, 1965 por aí, já formávamos Comissões de Diretores de escolas no país, para discutir isto. Nesta época, estabelecemos um monte de regras, inclusive, tornando obrigatória a prática de Educação Física nas escolas superiores. Isto tudo foi morrendo. Fiquei ainda, dois anos depois de me aposentar, na universidade, onde mais de seis mil alunos de todos os cursos praticavam Educação Física diariamente como disciplina obrigatória. De qualquer forma, acho que estão bem intencionados e já era tempo de isto acontecer.

    A senhora acha que a aprovação desta lei foi uma conquista para os Profissionais de Educação Física?

    Em 1938, quando me formei com a primeira turma de Educação Física, existia a obrigatoriedade. Havia cursos para técnicos de futebol. Não era só a pessoa chutar a bola para ser técnico, precisava da formação. Os alunos deste curso faziam um ano de medicina esportiva. Até para ser massagista era preciso ter diploma. A volta da obrigatoriedade é boa, mas deveríamos estar muito mais avançados.

    Como a senhora vê os que exercem a Profissão de Educação Física sem a devida formação?

    Os que exercem a Educação Física sem serem formados são intrusos. Hoje, ainda se vêem em grandes clubes ex-atletas tomando o lugar de profissionais. Isto não é certo, é uma intromissão. Não está certo a pessoa assistir a algumas aulas de natação e virar professor. Além de ilegal, isto é perigoso para o aluno. É como uma farmácia? Que precisa de um profissional para não vender remédios errados. Durante um treinamento, surgem fenômenos que só o profissional de Educação Física identifica. Só ele pode orientar corretamente o aluno.

    Na década de 1930, o regulamento da Federação Internacional de Natação (FINA), que determinava as regras para a natação, exigia, para o nado clássico (peito), que os braços fossem simultaneamente para frente e para trás, mas não especificava se por dentro ou por fora d’água. O norte-americano Higgens fez uso desse lapso do regulamento e levou os braços para frente e por fora d’água.

    Maria Lenk leu sobre isso em revistas especializadas, experimentou o método no Brasil e o aperfeiçoou, deslizando os braços mais à frente, e movimentando as pernas juntas para dentro e fora d’água, ganhando impulso. Resultado: em 1936, nos Jogos Olímpicos de Berlim, ela se tornou a primeira mulher a nadar o estilo borboleta. 

    A glória, porém, não tardou. Dois anos depois, ela fez uma excursão por 20 grandes cidades dos Estados Unidos numa equipe de seis nadadores. A partir de então, o nome de Maria Lenk é registrado na memória dos desportistas aquáticos como uma das maiores nadadoras de todos os tempos. Ainda em 1942, Maria Lenk se aposentou, depois de viver e fazer um curso de Educação Física em Springfield, nos Estados Unidos.

    Quando retornou ao Brasil, fundou o curso de Educação Física na Universidade do Brasil, hoje a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Apesar da aposentadoria, ela não abandonou as piscinas. Em 2000, ela ganhou sete medalhas de ouro e bateu 12 recordes mundiais em Munique, na Alemanha. Além disso, é recordista nos 50m borboleta.

    Saudades do rio Tietê? Talvez. Mas a época, com seus 87 anos, dava suas braçadas na piscina olímpica do Flamengo. Esbelta e se movimentando de um lado para o outro, ela pode ser vista constantemente na piscina da Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro. Talvez, quem a encontre hoje não imagine que ela seja um mito da natação. O maior prêmio de uma vida dedicada ao esporte está, segundo ela em se fazer o que gosta.”

  • Em clima olímpico, Ágatha e Duda levam quinto título do Circuito

    Em clima olímpico, Ágatha e Duda levam quinto título do Circuito

    Elize Maia e Thâmela faturam segundo bronze

    Na manhã deste domingo (21), em uma final envolvendo as duas duplas que vão representar o Brasil nas Olimpíadas de Tóquio, Ágatha e Duda (PR/SE) venceram de virada Ana Patrícia e Rebecca (MG/CE) por 2 sets a 1 (17/21, 21/16 e 15/11) no Centro de Desenvolvimento de Vôlei, em Saquarema-RJ. Esse foi o quinto ouro conquistado por elas na sétima etapa Open do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia 20/21.

    A parceria soma mais 400 pontos no ranking da temporada e lidera com 2720, abrindo um pouco mais de distância na briga pelo título brasileiro. Ana Patrícia/Rebecca aparecem no segundo lugar, com 2360 pontos. “A gente tem um objetivo muito forte, o principal de todos, no meio do ano em Tóquio. Mas resolvemos trazer um pouquinho mais para perto a ideia do Circuito Brasileiro. A gente sempre teve o Circuito Brasileiro como um torneio muito forte em que a gente se prepara para jogar o Mundial, mas esse ano a gente não tem noção de como vai ser o calendário internacional. Então, com um caminho ainda tão incerto até os Jogos, nossa equipe colocou a meta de ser campeã brasileira”, afirmou Ágatha à assessoria da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV).

    O título deste domingo é o 11º da dupla em etapas Open do Circuito Brasileiro. Individualmente, Ágatha tem agora 18 ouros no tour nacional, e Duda chegou a 12 conquistas em etapas do tipo Open.

    Elize Maia e Thâmela conquistam segundo bronze


    Mais cedo, outra partida decidida no tie-break garantiu o segundo pódio da dupla Elize Maia/Thâmela (ES) na temporada. Elas voltaram a conquistar uma medalha de bronze em jogo muito equilibrado contra Andressa/Vitória (PB/RJ): 2 a 1 (23 /21, 18 /21 e 15 /12 ). “Eu estou muito feliz. Quero agradecer à minha equipe, a todo mundo que está comigo diariamente e a todo mundo que torceu. Foi um jogão, né? Parabenizar as meninas que também estão fazendo uma sequência boa”, disse Thâmela à equipe da CBV. 

    Após a disputa do torneio feminino nesta semana, o torneio masculino será disputado na sequência, entre os dias 25 a 28 de fevereiro, mais uma vez em Saquarema.
     

    Fonte: Agência Brasil

  • Jogos de Tóquio: futuro presidente promoverá igualdade de gênero

    Jogos de Tóquio: futuro presidente promoverá igualdade de gênero

    Pré-requisito surge após renúncia de Yoshiro Mori

    Quem quer que se torne o próximo presidente do comitê organizador das Olimpíadas de Tóquio deve ter um profundo conhecimento sobre igualdade de gênero, disseram os organizadores do evento nesta terça-feira (16), após o ex-líder Yoshiro Mori renunciar por conta de comentários sexistas.

    Os preparativos para os já adiados Jogos Olímpicos enfrentaram um novo turbilhão após os comentários feitos neste mês por Mori, que acabou renunciando na última sexta-feira (12).

    Em sua primeira reunião nesta terça-feira, o comitê de seleção de candidatos para chefiar os preparativos para os Jogos de Tóquio concordou em cinco requisitos para eleger o futuro líder, incluindo um profundo entendimento de igualdade e diversidade de gênero e a capacidade de atualizar esses valores durante os Jogos, disseram os membros do comitê em comunicado.

    Entre outras qualidades exigidas estão perfil internacional e experiência no cenário global.

    “O comitê fará sua seleção de candidatos para presidente do comitê organizador dos Jogos de Tóquio de acordo com esses cinco critérios o mais rápido possível”, afirmam os organizadores do megaevento esportivo.

  • Vacinação: OMS diz que prioridade é área de saúde, e não Olimpíada

    Vacinação: OMS diz que prioridade é área de saúde, e não Olimpíada

    Declaração vem em meio as dúvidas sobre a realização das Olímpiadas

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) está prestando consultoria de gerenciamento de risco ao Comitê Olímpico Internacional (COI) e às autoridades japonesas em relação à realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio, mas a principal prioridade é vacinar profissionais de saúde em todo o mundo contra o novo coronavírus (covid-19), disse nesta segunda-feira (25) o principal especialista em emergências da OMS.

    O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, está mantendo o compromisso de seu governo de sediar os Jogos este ano, e autoridades rejeitaram na semana passada uma reportagem do jornal britânico Times que dizia que Tóquio havia abandonado a esperança de realizar o evento em 2021.

    O chefe de emergências da OMS, Mike Ryan, questionado se os atletas deveriam ser vacinados como prioridade, disse em uma coletiva de imprensa:

    “Temos que encarar a realidade do que enfrentamos agora. Não há vacina suficiente no momento para atender aqueles que estão em maior risco”, afirmou. “Enfrentamos agora uma crise em escala global que exige que os profissionais de saúde da linha de frente, os idosos e os mais vulneráveis em nossas sociedades tenham acesso à vacina primeiro”

    acrescentou

    O início dos Jogos está previsto para 23 de julho, após adiamento de um ano por causa da pandemia do novo coronavírus. A OMS trabalhará com o COI, a cidade de Tóquio e o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão como parte de sua força-tarefa para “oferecer conselhos de gestão de risco durante o processo”, disse Ryan.

    “A decisão final sobre as medidas de gerenciamento de risco para a Olimpíada, e a decisão final sobre a própria Olimpíada, é uma decisão do COI e das autoridades japonesas”

    afirmou
  • Após 20 anos de espera, Cláudio Roberto Sousa recebe medalha olímpica

    Após 20 anos de espera, Cláudio Roberto Sousa recebe medalha olímpica

    Velocista participou do revezamento 4×100 metros dos Jogos de Sidney

    Vinte anos após a conquista da prata nos Jogos de Sidney, o velocista piauiense Cláudio Roberto Sousa recebeu neste domingo (13) a tão esperada medalha olímpica em cerimônia realizada no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP), em São Paulo.

    A premiação contou com a presença dos outros componentes do revezamento: Vicente Lenílson, Edson Luciano, André Domingos e Claudinei Quirino.

    Momento de emoção

    “Já vinha curtindo essa expectativa pela medalha há algum tempo, mas agora finalmente ela chegou. Fui atrás dela do meu jeito, sem agredir ninguém, sem criar polêmica. Agradeço muito aos meninos por terem vindo, e ao COB e à CBAt pela linda festa”

    declarou Cláudio Roberto Sousa na premiação

    “Durante todos esses anos, nunca tive coragem de montar um quadro de medalhas. Tenho muitas medalhas, mas faltava uma. Se esta prata olímpica não viesse, nunca faria um quadro. Agora que chegou, vou providenciar um lugarzinho bem especial lá em casa”

    concluiu

    Nos Jogos de Sydney (2000), Cláudio Roberto disputou as eliminatórias do revezamento 4×100 metros no lugar de Claudinei Quirino, mas, por erro da organização do evento, voltou ao Brasil sem a medalha.

  • COI expressa confiança nos Jogos em meio à alta de covid-19 no Japão

    COI expressa confiança nos Jogos em meio à alta de covid-19 no Japão

    Bach defende que todos os envolvidos no evento devam ser imunizados

    O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, expressou nesta segunda-feira (16) a confiança de que os Jogos de Tóquio serão realizados com sucesso no ano que vem, permitindo até a presença da plateia, enquanto o mundo lida com um aumento acentuado de infecções pelo novo coronavírus (covid-19).

    A visita de dois dias de Bach a Tóquio provavelmente impulsionará os esforços do Japão para sediar a Olimpíada, mas não servirá muito para apaziguar os receios de um público profundamente preocupado com a disseminação do vírus.

    O presidente do COI passou o dia com os organizadores de Tóquio 2020 debatendo como realizar o evento esportivo gigantesco durante uma pandemia inédita e garantir a segurança dos mais de 11 mil atletas internacionais. A visita é a primeira de Bach à capital japonesa desde março, quando ele e o então primeiro-ministro Shinzo Abe decidiram adiar os Jogos para o ano que vem.

    Também nesta segunda (16), Bach cumprimentou o novo premiê japonês, Yoshihide Suga, e disse à governadora de Tóquio, Yuriko Koike, que eles podem acreditar que uma vacina estará disponível no próximo verão. O COI vai trabalhar para assegurar que tanto participantes quanto visitantes estejam vacinados antes de chegarem ao Japão, acrescentou.

    “Para proteger o povo japonês, e por respeito pelo povo japonês, o COI fará um grande esforço para que… os participantes e visitantes da Olimpíada cheguem aqui vacinados se, até então, uma vacina estiver disponível”

    disse

    Porém mais tarde, em uma coletiva de imprensa, Bach disse que não fará da vacinação uma exigência para os participantes dos Jogos. A notícia sobre uma vacina possivelmente eficiente da Pfizer aumentou a esperança na realização dos Jogos, mas a opinião pública japonesa continua dividida. Quase 60% dos entrevistados de uma pesquisa feita pela rede de televisão Asahi em novembro disseram que o evento deveria ser adiado novamente ou cancelado.

    Depois de se reunir com Koike, Bach abordou um punhado de manifestantes que portavam cartazes e usavam alto-falantes para enfatizar sua exigência de um cancelamento da Olimpíada.

    “Vocês querem falar ou querem gritar?”, indagou enquanto seguranças se colocavam entre ele e um dos manifestantes, mas estes recusaram sua oferta de dialogo, disse Bach na coletiva de imprensa.

    Reportagem adicional de Mari Saito, Issei Kato e Sakura Murakami