E-prix de São Paulo foi repleto de acidentes e disputas. Temporada 2024/25 promete disputa até o fim
A era GEN3 Evo e o Campeonato Mundial ABB FIA Fórmula E 2024/25 começaram hoje no Brasil com uma das melhores corridas da história da Fórmula E. Mitch Evans, da Jaguar TCS Racing, fez uma façanha impressionante ao sair da última posição do grid e cruzar a linha de chegada em primeiro lugar.
A corrida no Circuito do Sambódromo Anhembi, em São Paulo, foi repleta de ação, com cinco líderes diferentes e 111 ultrapassagens, marcando a estreia do novo carro de corrida GEN3 Evo. Evans superou desafios como um Safety Car e duas Bandeiras Vermelhas, incluindo um acidente espetacular envolvendo Pascal Wehrlein. O Porsche do atual Campeão Mundial de Pilotos terminou de cabeça para baixo no muro, deixando Wehrlein fora da corrida. Felizmente, ele saiu ileso.
Nenhum piloto havia vencido uma corrida de Fórmula E nas 10 temporadas anteriores partindo de uma posição inferior ao 15º lugar no grid. No entanto, um ATTACK MODE aprimorado, com tração nas quatro rodas e potência adicional de 50 kW, trouxe um novo elemento estratégico que teve grande impacto na corrida.
Os Jaguars de Nick Cassidy e Mitch Evans assumiram a liderança no final da corrida, partindo respectivamente das 10ª e 22ª posições no momento da largada. O líder Oliver Rowland (Nissan) sofreu uma punição de drive-through tardia que o tirou da liderança no último momento, apesar de uma grande performance.
Rowland ultrapassou Wehrlein na largada e liderou em vários momentos, com António Félix da Costa também assumindo a ponta com o Porsche irmão no final da corrida. Contudo, o português não conseguiu superar Evans após a última largada, terminando apenas três décimos atrás do vencedor, que já havia ganhado cinco posições logo na primeira volta.
A dupla da NEOM McLaren, Taylor Barnard e Sam Bird, também fez uma corrida extraordinária, subindo das 17ª e 16ª posições para terminar em terceiro e quarto lugares. Barnard se tornou o piloto mais jovem a subir ao pódio na Fórmula E, com apenas 20 anos e 189 dias, superando o recorde de Daniel Abt, que tinha 22 anos em Miami em 2015.
Edoardo Mortara, da Mahindra Racing, ficou em quinto lugar, seguido por Norman Nato (Nissan) em sexto e Nyck de Vries, também da Mahindra, em sétimo, completando um bom dia para a equipe.
Sébastien Buemi (Envision Racing), Dan Ticktum (CUPRA KIRO) e Jean-Eric Vergne (DS PENSKE) completaram o top 10. Rowland terminou em 14º.
Dessa forma, Evans lidera o campeonato de pilotos, enquanto a NEOM McLaren está à frente na classificação de equipes.
Como tudo aconteceu…
Após um breve atraso causado pelo Envision de Robin Frijns, que ficou parado no grid devido a problemas técnicos, a corrida começou com Oliver Rowland (Nissan) assumindo a liderança na curva 1, ultrapassando o pole position Pascal Wehrlein. Max Günther (DS PENSKE) também pressionou na curva 2, enquanto o grupo se dividiu ao passar pela chicane no meio da volta.
O maior destaque da primeira volta foi Mitch Evans, que ganhou sete posições, subindo da 22ª para a 15ª colocação. Enquanto isso, Jake Hughes (Maserati MSG Racing) e Nico Müller (Andretti) se envolveram em um incidente que causou a entrada do Safety Car.
Após a largada da volta 7, os pilotos começaram a ativar o ATTACK MODE obrigatório, que desbloqueia potência extra e tração nas quatro rodas no GEN3 Evo. Wehrlein recuou para a quinta posição enquanto Cassidy assumiu a liderança.
Com o progresso da corrida, estratégias de ATTACK MODE, punições e manobras ousadas continuaram a mudar a liderança. Na volta 30, após uma penalidade de Rowland, Cassidy assumiu a ponta, mas Evans brilhou ao ultrapassá-lo na curva 1, coroando sua corrida de recuperação histórica.
Um novo acidente envolvendo Wehrlein causou outra bandeira vermelha. Na relargada, Evans conseguiu manter o controle e cruzar a linha de chegada em primeiro lugar, garantindo uma vitória memorável para ele e para a Jaguar.
O E-Prix de São Paulo mostrou mais uma vez por que a Fórmula E é uma das categorias mais emocionantes do automobilismo mundial.