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Diante de temperaturas de -30ªC, Fernanda Maciel percorre Monte Vinson no menor tempo já registrado na história

Maior montanha da Antártida, temperaturas abaixo de -30ºC, fuga de avalanche durante treinos, homenagem póstuma à lenda da escalada, subidas superíngremes e equipamentos congelados.

Em uma das mais remotas regiões do planeta, a brasileira Fernanda Maciel superou as mais diversas condições climáticas e entrou para história ao concluir a subida e descida do Monte Vinson no menor tempo já registrado no mundo.

A ultramaratonista precisou de apenas 9h41m para subir e descer o ponto mais alto da Antártida – situado a quase 5 mil metros acima do nível do mar, que, geralmente, leva de cinco a sete dias para ser concluída – e conquistou o recorde mundial pela Sky Running e o Fastest Known Time.

“Estava super feliz por estar naquele lugar selvagem e remoto e também assustada com as temperaturas frias, pois não queria sofrer congelamentos nos dedos das mãos ou pés. Tive que confiar no meu material e também saber que não poderia parar nenhum minuto durante minha corrida no percurso ao topo do Monte Vinson. Sei que é uma experiência de corrida bem louca e difícil, mas adoro a ideia de poder realizar essa tentativa brutal de correr esta alta montanha”, comentou Fernanda.

Antes de enfrentar o desafio no Polo Sul, Maciel realizou uma série de treinamentos na França e ainda escapou de uma avalanche na reta final de preparação, na montanha Manaslu, Himalaia. Na Antártida pela primeira vez, a ultramaratonista teve de encarar temperaturas extremamente baixas, e ainda teve seus óculos congelados e crampons (espécie de grampos de metal) da bota quebrados.

“Coloquei minhas luvas e óculos para proteger meus olhos. Meus óculos congelaram, mas de alguma forma consegui ver o caminho para o topo”, diz a mineira, que ainda correu sem nenhum suporte de oxigênio extra.

No Monte Vinson, Fernanda Maciel quebrou dois recordes, sendo um na subida, ao completar a rota clássica em 6h40m, e outro englobando tanto a ida quanto a volta, ao fechar toda a corrida em 9h41m. Seguindo as regras de segurança locais, a ultramaratonista correu conectada por uma corda ao guia de montanha e corredor Sam Hennessey, e ainda aproveitou o grande feito para homenagear Hilaree Nelson, colega alpinista que faleceu após sofrer uma queda durante expedição na montanha Manaslu (Himalaia), em setembro de 2022.

“Ela tem me inspirado muito e me dado forças nos projetos em altas montanhas. Estou feliz por viver emoções e sensações incríveis que experiências como esta me oferecem. Eu amo a sensação de conquista e contemplação que só as montanhas tão altas me oferecem”, completa.

Entenda o percurso até o recorde mundial

Fernanda Maciel iniciou a corrida às 11h30 (horário local), em um acampamento na base do Monte Vinson, a 2.100m acima do nível do mar. No momento, os termômetros indicavam -25ºC e ela carregava comida, água e algumas jaquetas às costas. Vale lembrar que nenhuma parte do corpo poderia ficar em contato direto com o vento, pois poderia congelar.

A primeira etapa do percurso contou com 9km e 650m de desnível positivo em direção ao ‘Acampamento Baixo’. Na sequência, trocou o tênis de corrida pela bota de alpinismo com crampons, pegou o material de escalada e partiu para a parte mais íngreme do projeto, por mais de 1.200m. Depois, em trecho de angulação menor, mas tão complicado quanto o anterior, foi sprint final ao cume da montanha.

Fernanda conquistou o recorde mundial pela Sky Running e o Fastest Known Time na subida e na subida e descida combinados.

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