Desde ontem estou procurando entender determinadas coisas que apesar de eu ser uma pessoa experiente, com a vida ao longo dos meus 60 anos me situando e permitindo ser chamado de um ” cara vivido ” percebi o quão frágil somos não sabendo lidar com perdas.
Talvez um impacto muito forte tenha sido causado, derrubando uma estrutura que imaginava eu ser sólida, onde a força foi testada me fazendo crer que por mais que queiramos, pouco somos quando perdemos alguém que tanto admiramos.
Foi um domingo ” estranho ” onde o silêncio calou minha alma e o dia frio conspirou contribuindo para que não fosse como devem ser todos os domingos tal qual Propaganda de Margarina onde a família feliz numa mesa de café da manhã com o canto dos pássaros e o Sol indicando que será ” aquele dia magnífico ” ficasse marcado como um dia perfeito.
Bastou apenas um telefonema para tudo se transformar no que era para ser um dia lindo, em um dos dias mais tristes para mim que muito pouco tempo ( quase 5 meses ) tive que sentir a dor da perda da minha sogra que cortou meu Coração ao ver minha Esposa chorar um choro tão sentido que jamais houvera visto antes em alguém.
Ontem, um filme muito rápido passou na minha cabeça onde consegui em poucos segundos rever todos os momentos com detalhes impressionantes de cada palavra, conselho, risadas e até ” broncas ” nas inúmeras vezes que aquele experiente e vivido senhor e um baita Profissional me dava desde o primeiro contato que tivemos no Pacaembu pela primeira vez no distante ano de 2001 quando conversamos pela primeira vez sentados no saguão reservado aos Jornalistas e Repórteres quando me pediu para pegar um café que acabara de me servir, e ele em tom de brincadeira disse : Me paga um desse ??? Claro que sorri e o servi sem contestar com o Finado Luizão que acabara de trazer 3 garrafas disse : Nada que 10 ” Contos ” não resolva e caímos os 3 na risada.
Dali me apresentei, sentei-me ao seu lado e iniciamos uma grande amizade.
E foram longos anos de muito aprendizado me enriquecendo de conhecimento através de histórias maravilhosas que só quem as tem e viveu, pode contá-las.
Quando me disse no Allianz Parque que estava prestes a terminar um livro que conta sua história no Rádio Esportivo, brinquei dizendo que teria mais páginas que a Bíblia e ele disse: Não é para tanto e mais uma vez rimos muito.
Certa vez no Morumbi, caiu uma forte e rápida chuva e lá estava ele com aquele enorme guarda chuva me chamando: Corre Garoto, senão vai molhar todas as suas anotações.
Sempre pegava o material de Imprensa do clube visitante e o entregava em mãos e ele agradecia me chamando de seu Secretário.
Prestes a me aposentar agora em Dezembro, perdi totalmente a vontade até de ir aos estádios onde não o encontrarei mais para aquelas deliciosas resenhas que ultimamente fazíamos ao celular por conta de nosso afastamento devido a Pandemia.
Marcamos um jantar em casa pois apreciava as culinárias que eu colocava nas redes sociais e ele disse que viria com o máximo prazer.
Não virá mais infelizmente pois o destino quis assim e respeitosamente os desígnios de Deus foram atendidos onde o SENHOR DO RÁDIO foi contar sua fantástica história no plano superior.
OBRIGADO MESTRE, valeu cada segundo ao seu lado.
Até um dia Amigo Roberto Carmona… até um dia SENHOR DO RÁDIO.