Modalidade vive momento turbulento, após renúncia de dirigente
O técnico Marcus Tatá convocou a seleção brasileira masculina de handebol para disputa do Campeonato Mundial da modalidade, no Egito. A estreia será em 15 de janeiro, contra a Espanha, na capital Cairo. Tunísia e Polônia também integram a chave do Brasil. Os três melhores se classificam à segunda fase. O torneio segue até 31 de janeiro.
O elenco convocado é experiente, com 11 jogadores que estiveram no Mundial de 2019, na Dinamarca, onde a seleção brasileira realizou a melhor campanha da história, alcançando o nono lugar. Além disso, dos 20 nomes chamados por Tatá, só dois (os armadores Léo Dutra e Gabriel Ceretta) não disputaram o Torneio Sul-Centro-Americano, em janeiro deste ano, em Maringá (PR), no qual o Brasil foi vice-campeão. A campanha garantiu aos brasileiros vaga na competição em solo egípcio.
Os jogadores festejaram a convocação nas redes sociais. “Estou muito feliz por retornar à seleção brasileira e espero contribuir novamente com os guerreiros”, publicou no Instagram o goleiro Maik Santos, que atua no Taubaté-SP e defendeu o Brasil nas Olimpíadas de Pequim (China, em 2008) e do Rio de Janeiro (2016). “Muito feliz com a oportunidade de representar meu país”, escreveu o goleiro Rangel Rosa, atleta do Logroño (Espanha), também no Instagram.
Turbulência
Segundo Tatá, a equipe se apresenta no próximo dia 27 de dezembro no centro de treinamento da cidade portuguesa de Rio Maior, base do Comitê Olímpico do Brasil (COB) na Missão Europa. De lá, a delegação segue para o Egito entre 6 e 8 de janeiro. Conforme o técnico, a definição da ida a Portugal se deu na sexta-feira (11). “É um local que conheço bem. Estive lá duas vezes, a última em outubro do ano passado. É uma baita estrutura”, detalha.
No dia anterior, quinta-feira (10), Ricardo Luiz de Souza, conhecido como Ricardinho, renunciou ao cargo de presidente em exercício da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb). Ele estava suspenso por dois anos pelo conselho de ética do COB por causa de uma acusação de assédio moral e sexual durante os Jogos Pan-Americanos de Lima (Peru), em 2019, mas seguia no posto, apesar da pressão pela saída. O Comitê se recusou a liberar recursos à CBHb enquanto o dirigente não se afastasse. Em meio ao entrave, um período de treinos da seleção masculina em Rio Maior, pela Missão Europa, marcado para outubro, chegou a ser cancelado.
Apesar da crise de bastidor na confederação, Tatá afirma que não temeu uma eventual ausência do Brasil do Mundial. O que preocupa o técnico, no momento, é a busca por amistosos de preparação, o que a pandemia do novo coronavírus (covid-19) tem dificultado.
Confira a convocação
Goleiros: Maik Santos (Taubaté), Leonardo Ferrugem (Benidorm, da Espanha) e Rangel Rosa (Logroño, da Espanha).
Pontas: Fábio Chiuffa (Dobrogea, da Romênia), Rudolph Hackbarth (Logroño, da Espanha), Felipe Borges (Créteil, da França) e Cléber Andrade (Taubaté).
Laterais: Thiagus Petrus (Barcelona, da Espanha), Haniel Langaro (Barcelona, da Espanha), Léo Dutra (Wisla Plock, da Polônia), Thiago Ponciano (Cuenca, da Espanha), José Toledo (Baía Mare, da Romênia), Gustavo Rodrigues (Pontault Combault, da França) e Gabriel Ceretta (Logroño, da Espanha).
Centrais: Pedro Pacheco (Tatran Presov, da Eslováquia), Henrique Teixeira (CSM Bucaresti, da Romênia) e João Silva (Puente Genil, da Espanha).
Pivôs: Rogério Moraes (Veszprém, da Hungria), Vinicius Teixeira (Taubaté) e Matheus Silva (Bidasoa, da Espanha).
Edição: Fábio Lisboa