Wendell Belarmino foi o responsável pela medalha de número 50, enquanto os irmãos Matera fizeram dobradinha no pódio da natação; Brasil é representado por 324 atletas até dia 26 de novembro na capital chilena
O Brasil começou o segundo dia de provas dos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, no Chile, passando das 50 medalhas e sendo o líder do quadro geral, com 56 conquistas, sendo 23 de ouro, 16 de prata e 17 de bronze. Só hoje foram 10 medalhas até a metade do dia. A competição reúne cerca de 1.900 esportistas de 31 países até o dia 26 de novembro.
O Parapan de Santiago começou oficialmente nesta sexta-feira, 17, na cerimônia de abertura. Com exceção ao tênis de mesa, que tem jogos desde quinta-feira, 16, as disputas foram iniciadas neste sábado, 18.
Para esta edição, a delegação brasileira conta com 324 atletas, 190 homens e 134 mulheres, oriundos de 23 estados e do DF, em 17 modalidades. Desses competidores, 51 têm até 23 anos, 108 são cadeirantes, 132 são estreantes no evento continental, 72 treinam nos Centros de Referência do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e 11 disputaram o Parapan de Jovens, em Bogotá, Colômbia, no último mês de junho.
Entre os destaques deste domingo está o nadador Wendell Belarmino, que conquistou a 50ª medalha do Brasil no Parapan de Santiago. O atleta ficou com o ouro na prova dos 100m borboleta da classe S11 (para cego total) após fazer um tempo de 1min06s96, batendo o recorde parapan-americano que pertencia a ele mesmo, de 1min08s22, atingido em Lima, Peru, no dia 30 de agosto de 2019. A medalha de prata ficou com o colombiano Leider Lemus, com tempo de 1min10s58, e o bronze foi para o brasileiro José Perdigão, com tempo de 1min11s35.
“Muito feliz de contribuir para essa campanha do Brasil, muito feliz com o tempo que eu fiz, mais um recorde parapan-americano, é o segundo dia e ainda tenho mais cinco provas para nadar, quatro individuais e um revezamento, então vamos pra cima”, disse Wendell Belarmino Pereira, 25, que tem glaucoma congênito.
Além dele, os irmãos cariocas Douglas e Thomaz Matera dividiram o pódio na prova dos 100m borboleta da classe S12 (baixa visão). Douglas, um dos 79 medalhistas mundiais do Brasil nesta temporada, ficou com o ouro após fazer um tempo de 59s98 e bater o recorde parapan-americano que era do irmão, de 1min01s20, conquistado em Lima, Peru, no dia 30 de agosto de 2019. Já Thomaz Matera ficou com a medalha de bronze após registrar um tempo de 1min04s69.
“Consagrando a nossa prova 100m borboleta. Mais uma vez no pódio, graças a Deus. Vamos para cima!”, disse Thomaz Matera, 34, que nasceu com retinose pigmentar, cegueira noturna e perda do campo de visão.
“Muito feliz especialmente agora dividindo o pódio com o meu irmão, sensacional, muito feliz”, disse Douglas Matera, 30, que também nasceu com retinose pigmentar e é um dos 79 brasileiros em Santiago que conquistaram medalhas em Mundiais neste ano.
Mais dois nadadores brasileiros subiram ao pódio nesta manhã no Centro Aquático do Parque Estádio Nacional do Chile. O paulista Ruan Souza conquistou a medalha de prata na prova dos 200m Medley SM10 (comprometimento físico-motor) após um tempo de 2min23s65. O bronze ficou com o pernambucano Phelipe Rodrigues, com um tempo de 2min23s84. O ouro foi para o argentino Santiago Senestro, com 2min22s25.
As provas de natação continuam neste final de tarde e início de noite em Santiago, com 12 atletas brasileiros nas finais. Confira a programação completa:
17h: 100m costas da classe S14 – masculino
Gabriel Bandeira
17h05: 100m costas da classe S14 – feminino
Ana Karolina Soares e Beatriz Carneiro
17h11: 50m costas da classe S5 – masculino
Samuel de Oliveira e Tiago de Oliveira
17h17: Final 50m costas da classe S5 – feminino
Esthefany Rodrigues e Alessandra Oliveira
17h23: 200m Medley da classe SM9
Victor dos Santos, Andrey Madeira e Lucas Mozela
18h24: 100m costas da classe S8
Cecília Araújo
17h48: 100m livre masculino da classe S6
Talisson Glock
Ciclismo
Bianca Garcia conquistou a medalha de ouro depois de registrar um tempo de 33min14s22 na prova feminina do contra relógio. Já Lauro Chaman, classe C4 (deficiência físico-motora e amputados), ficou com a prata na mesma prova, mas masculina, após um tempo de 27min06s06.
“Estou muito emocionada com esta vitória e bastante contente, com a expectativa alta para as próximas competições internacionais. Meu objetivo, agora, é subir ao pódio em um Mundial e nos Jogos Paralímpicos”, afirmou a paulista, 27, que nasceu com retinose pigmentar.
Halterofilismo
No halterofilismo, o Brasil conquistou duas medalhas, sendo um ouro e um bronze. O título da modalidade veio com o paulista Bruno Carra, na categoria até 54kg, após levantar 161 kg. A prata ficou com o cubano Pablo Ramirez (161kg) e o bronze com o brasileiro João Maria França Júnior (160kg).