Investimento em infraestrutura do clube ainda não deu o resultado esperado e elenco ainda não atingiu o equilibrio fisiológico para a temporada
Crédito das fotos: Vítor Silva/Botafogo
O trabalho de Luis Castro a frente do Botafogo é louvável, foi do inferno, pela campanha no carioca, ao céu, com a liderança do Brasileirão até aqui.
Após nove rodadas, alguns detalhes do Fogão chamam a atenção. Com a implantação da SAF, é notório que o investimento não seja somente em jogadores e o clube carioca vem fazendo a lição de casa, no que tange a estrutura.
Desde a instituição da SAF, o Botafogo começou a investir na área. Foram adquiridos mais de 100 dispositivos de GPS, que ajudam a medir distância percorrida, além de frequencímetros, que monitoram a frequência cardíaca, e um aparelho de termografia, que distingue a temperatura de diferentes partes do corpo, o que permite identificar inflamações, por exemplo.
Também foi adquirido um novo aparelho de CK, cuja função é medir a creatina quinase, uma enzima que, dependendo do nível, indica que o atleta tem propensão a sofrer uma lesão. O mesmo equipamento pode realizar o exame de PCR (apesar do nome, em nada tem a ver com o teste que detecta a Covid-19), que detecta o nível de desgaste físico, muscular e o processo inflamatório.
O clube trocará todos os equipamentos de análises bioquímicas para outros mais modernos. Hoje, dois biomarcadores, CK (creatina quinase) e PCR (apesar do nome, em nada tem a ver com o teste que detecta a Covid-19) são monitorados. A partir da chegada dos novos aparelhos, será possível acompanhar mais de 20 biomarcadores – entre eles, marcadores hormonais, como testosterona e cortisol, além da análise de urina, que é importante para verificar o nível de hidratação do atleta.
Porém não se iluda torcedor, estes investimentos e a combinação com o planejamento do elenco e sua utilização durante a temporada, demandam algum tempo a darem frutos.
O clube não possui um grande elenco e dentro da execução do plano tático de Luis Castro, começa a pesar entre os atletas que mais atuam, um certo desgaste, o que é natural, e a manutenção do elenco, com o revezamento, dependendo das “peças” disponíveis, naturamente resultam na queda do aproveitamento do time.
A falta de jogadores que consigam manter o mesmo padrão tático e técnico da equipe, ou como dizem, o equilíbrio vem da escolha de jogadores com as características semelhantes e que possam executar o plano estabelecido pela comissão técnica.
Os próximos meses serão um grande e poderoso teste para o elenco do Botafogo, segurar a ponta em meio ao crescimento de seus adversários diretos.
Pode até ser que não seja o Palmeiras a ser Campeão dessa vez… Mas é óbvio que o Botafogo não se manteria na ponta da tabela por muito tempo.
Obrigado pela participação