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Com o aumento de casos de contaminação pela variante Ômicron da Covid-19 e também de Influenza, os hospitais públicos e privados registraram um crescimento exponencial na fila de espera por atendimento nos prontos-socorros neste início de ano. Pacientes chegaram a esperar por mais de oito horas por atendimento, em algumas situações. 

Na saúde suplementar, a procura por consultas em pronto-socorro atingiu em janeiro o patamar mais alto observado desde o início do monitoramento realizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, no começo de 2020. A taxa mensal de ocupação dos leitos para Covid-19 (comum e UTI), passou de 44% em dezembro de 2021 para 61% em janeiro de 2022, segundo boletim da Agência. 

De maneira geral, as variações nos indicadores apresentados parecem refletir o aumento dos casos de Influenza e de Covid-19 (impulsionados pelas variantes H3N2 e Ômicron, respectivamente) no Brasil, no fim de 2021.

Várias unidades têm superado seus recordes de atendimentos em suas áreas de pronto-socorro e cresceu também o número de internações. Para buscar minimizar esse cenário e agilizar o atendimento, mantendo a qualidade, hospitais têm procurado por soluções diversas.  

Um deles é o Hospital Santa Helena, em Santo André (SP). Ele foi um dos hospitais que viram esse crescimento aumentar. Depois de registrar oito horas de espera na última semana de dezembro, a unidade implementou um novo fluxo de atendimento que fez esse número despencar para meia hora.     

Desde a primeira semana de janeiro, os pacientes que procuram pelo pronto-socorro com sintomas gripais passam por uma triagem já na recepção com uma profissional de enfermagem para identificar a gravidade do quadro clínico. Para os casos considerados leves, os pacientes são direcionados para o atendimento médico especializado que faz a avaliação e pode solicitar exames para serem realizados em laboratórios, ou receitar medicamentos que podem ser administrados em casa. Com a implementação desse fluxo, os casos considerados moderados e graves também foram beneficiados, pois conseguem passar pela avaliação médica com mais rapidez e seguir para a realização de exames dentro da unidade e, dependendo do resultado, dar entrada na internação, por exemplo.     

“Aprendemos muito nesses dois anos de pandemia e aliado a esses conhecimentos adquiridos, buscamos referências em recursos que já existem no mercado para implementar soluções que garantam mais agilidade no atendimento, mantendo a segurança e a humanização. Com isso, alcançamos o resultado que pretendíamos: reduzir o tempo de espera e ter os pacientes satisfeitos”, conta José Luiz Cunha Carneiro Júnior, chief medical officer do Sistema Amil de Saúde.     

Uma das referências utilizadas pelo hospital foi o “Fast Track”, que em português significa “rastreamento rápido”. De acordo com o executivo, essa prática sugere ações que garantem mais agilidade por meio da reorganização do fluxo de pacientes, dos recursos e dos profissionais que o hospital possui. “Mas o sucesso na implementação dessas práticas depende de um conjunto de ações e critérios como a experiência dos médicos no atendimento a pacientes com sintomas respiratórios, o desenvolvimento de novos formulários para facilitar o atendimento e do levantamento em tempo real dos resultados para realizar ajustes no fluxo, caso seja necessário”, explica.     

Com o resultado positivo no Hospital Santa Helena, a estratégia foi ampliada para outras unidades da rede própria da Amil, que é composta por 15 hospitais no Rio de Janeiro e em São Paulo.