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Ano de Copa do Mundo de futebol é sempre um incentivo para praticar uma das modalidades esportivas mais populares do país. E uma das mais cobiçadas por meninos e meninas que querem chegar no grupo de atletas de elite e fazer parte de um mercado que movimentou em 2021, somente em transferências entre clubes, R$ 2,2 bilhões, segundo a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Apenas com as transferências de atletas do Brasil para o exterior, foram movimentados R$ 1,012 bilhão.

Os dados divulgados pela entidade constam no relatório de registro de transferências de jogadores e jogadores de futebol no mercado nacional e internacional. No Raio-X do Mercado 2022, referente ao ano passado, a CBF indica que foram 1.714 transferências registradas do Brasil para o exterior, sendo 268 jogadores da categoria amador, 273 profissionais, 257 atletas do futsal, 39 jogadoras e 611 jogadores sem contrato, entre outras categorias.

O levantamento divulgado anualmente pela CBF também mostrou que o Brasil ainda pode ser considerado o país do futebol. Aqui existem 775 clubes profissionais e 292 amadores. Para quem sonha em entrar no mercado como jogador e não consegue ter acesso às escolinhas particulares que ensinam a modalidade a crianças e adolescentes, uma opção é procurar programas oferecidos pelo poder público, como o Seleções do Futuro que, segundo o governo federal, já ofertou aulas gratuitas de futebol para mais de oito mil jovens de 12 estados das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste.

Além dos jogadores, o mercado do futebol também é promissor para profissionais que atuam ao redor dos campos de jogos, como treinadores, auxiliares e profissionais de saúde. Para quem quer trabalhar como técnico ou treinador, Vinicius Pereira de Freitas, que iniciou como jogador, atuando em clubes do Rio de Janeiro, e já atua na categoria profissional no comando de equipes, explica que além do conhecimento da profissão, especialização na área – especialmente em Educação Física – é preciso estar atento às licenças exigidas pela CBF e entidades de outros países que regem o esporte.

“Algumas certificações e licenças que antes eram um “plus” para o currículo do treinador estão começando a se tornar pré-requisito para que ele possa estar presente em campo. É o caso das licenças com reconhecimento FIFA. Essas licenças levam tempo e um bom investimento financeiro, mas uma vez que o treinador as tenha, abre portas para iniciar a carreira”, explica.

No Brasil, as licenças para atuar na carreira como treinador são emitidas pela CBF, que mudam de categoria de acordo com a área escolhida. Para trabalhar em escolas e escolinhas de futebol, é preciso obter a Licença C. Se o treinador quiser atuar com equipes de base, é preciso obter a Licença B. Já para trabalhar como treinador principal em clubes profissionais do país, é necessário obter a Licença A. A conquista da licença depende de participação em curso e atendimento a critérios definidos pela entidade.

Aprender outros idiomas é essencial para profissionais que pretendem atuar no exterior 

Para atuar na Europa ou Estados Unidos, seja em escolas de futebol ou no comando de clubes profissionais, também é necessário obter licenças especiais. Vinicius Pereira de Freitas, que, além do Brasil, já atuou como treinador em escolas de futebol de importantes clubes da Irlanda, Itália e Portugal, explica que aprender outros idiomas também faz diferença na carreira.

“A base do trabalho de um treinador é a comunicação e, quanto mais efetiva ela for, mais positivamente afetará os seus resultados. Para conseguir construir uma relação sólida com o time, passar uma mensagem clara e objetiva do que o treinador espera dele, bem como caminhar lado a lado com os princípios do clube, faz toda diferença quando se tem um entendimento da língua falada nesse país”, reforça.

Outro conselho do profissional para quem quer atuar na área é persistir o máximo possível e não desistir diante das dificuldades que vão aparecer. Ele afirma reconhecer que o fato de ter começado como jogador e conseguido atuar em outros países, o ajudou a abrir portas dentro desse concorrido mercado, mas reconhece as dificuldades que a maioria passa para conseguir chegar ao topo da carreira.

“Eu tive o privilégio de viver os dois mundos e identificar o que eu preciso fazer em cada um deles para dar meu melhor todo dia. Meu conselho para quem quer seguir na área é: depois que seu sonho de virar treinador de futebol estiver bem definido, trace seu próprio caminho, dê o primeiro passo e não olhe para trás. O caminho não é fácil, como não é em qualquer profissão, mas saber aonde se quer chegar, não nos deixa vulneráveis a ‘qualquer resultado’”, finaliza.