Três escolas do Brasil foram premiadas por fazerem a diferença com projetos de transformação social junto aos alunos e à comunidade: a escola SESI Barbacena, de Minas Gerais; o Colégio Magister, de São Paulo; e a Escola Classe 40 de Ceilândia, DF, vencedoras do Prêmio Educação para Gentileza e Generosidade 2021 Escolas.
Em sua 2ª edição, o Prêmio tem como objetivo valorizar projetos que estejam conectados com os 7 princípios da Educação para Gentileza, Generosidade, Solidariedade, Sustentabilidade, Diversidade, Respeito e Cidadania, gerando integração entre professores, alunos, famílias e comunidades onde as escolas estão inseridas. Ao reconhecer as melhores práticas, professores e alunos se transformam em exemplos de engajamento para toda a sociedade, criados hábitos e rituais mais colaborativos, um requisito fundamental para as lideranças do amanhã.
A plataforma de inscrições recebeu 3205 acessos, e do total de inscritos 60% das escolas foram de ensino público. Sobre o perfil de quem efetivou a inscrição, 70% foram mulheres, 42,5% entre 25 e 44 anos. Como maior recorrência temática, projetos de conscientização social sobre a importância de um ou mais dos 7 Princípios da Educação para Gentileza e Generosidade (56%); projetos de arrecadação de alimentos, material escolar, artigos eletrônicos, peças de vestuário, cobertores, dentre outros bens duráveis e não duráveis (37,5%); projetos de voluntariado (3,1%); e projetos promovendo as datas do calendário sazonal social como o Dia de Doar/Dia de Doar Kids, Dia do Meio Ambiente, Dia da Gratidão, Dia da Consciência Negra, entre outras datas (3,1%). 100% das escolas inscritas tem o hábito de realizar campanhas de doação.
Segundo Marina Pechlivanis, idealizadora da plataforma gentilezagenerosidade.org.br, a qualidade dos projetos surpreendeu: “tivemos aumento de 50% no total de inscrições, comparado a 2020, e aumento também na qualidade e na diversidade das propostas, todas conectadas na mesma vontade de, a partir da educação, transformar para melhor as relações interdependentes entre pessoas e o ambiente onde vivem.”
Para a educadora Êda Luiz, uma das juradas do prêmio, “a importância é dar visibilidade às iniciativas que rompem com a acomodação de um ensaio pautado apenas na transmissão de conhecimento e estão construindo uma nova realidade mais holística, trazendo vida às suas mentes, espírito, coração e mãos. Projetos como estes, apresentados através da educação conscientizadora e de paz, que implicam no cuidado com o outro e com todos, transformam a violência da realidade atual e me fazem ver um Brasil plural e consciente de sua responsabilidade de formar crianças e adolescentes mais seguros, conscientes, mais gentis com toda forma de vida do planeta através decisões e ações individuais e coletivas.”
Entre as escolas vencedoras estão: 1º Lugar: SESI Barbacena/MG — Projeto: Rede SESI de Virtudes:
“O Projeto Rede de Virtudes foi aplicado desde a educação infantil ao ensino médio, visando atender a uma demanda social que clama por cidadãos mais éticos e que possam ser agentes de transformação para uma cultura de paz e de bem viver. O trabalho desenvolve a consciência e a reflexão da comunidade escolar — alunos, família e escola – para questões que permeiam nossa sociedade sob o olhar de valores morais, objetivando mudar positivamente nossa realidade, além de fortalecer “e renovar os valores”, inserindo no processo educacional virtudes que possibilitem a formação integral de nossos alunos. A lei 13.185, de seis de novembro de 2015, institui o programa de combate à intimidação sistemática (bullying), privilegiando mecanismos de prevenção que promovam a efetiva responsabilização e a mudança de comportamento hostil; nesse sentido, o trabalho com a Rede SESI de Virtudes atende a essa necessidade expressa na lei. A educação escolar não se restringe à mera transmissão de conhecimentos; educar a partir de virtudes leva os alunos a se desenvolverem e entenderem seus direitos e deveres, buscando uma convivência saudável com os demais colegas, com a escola, com a família e a sociedade em geral.”
2º Lugar – Colégio Magister/ São Paulo — Projeto: Brincando e Aprendendo no Ambiente Digital
“A escola já tem o novo ensino médio implantado e uma de suas matérias eletivas é Empreendedorismo Social. Os alunos participantes desenvolvem programas, projetos e movimentos com instituições e entidades parceiras da escola. Com a pandemia e a dificuldade das ações de voluntariado presenciais, nesta iniciativa estimulamos o encontro dos alunos com as crianças assistidas pela Associação Probrasil, em Parelheiros, mais especificamente do Centro para Crianças e Adolescentes Nelson Mandela. Com o apoio dos professores, os alunos prepararam um quizz na plataforma Kahoot e aplicaram o jogo, enquanto as crianças do CCA foram capacitadas para promover jogos virtuais de aprendizagem com jovens da comunidade no telecentro que atende o bairro de Jardim dos Álamos.”
3º Lugar: Escola Classe 40 de Ceilândia/DF — Projeto: (Segurança Alimentar Sol Nascente)
“A escola está inserida numa das maiores favelas do Brasil, na cidade do Sol Nascente Pôr do Sol, DF. Como característica das cidades que se desenvolvem de forma desassistida pelo Estado, muitas são as mazelas da comunidade. Violência, pouco saneamento básica, moradia precária e a fome, são os principais problemas enfrentados pelas famílias. A escola, por estar na comunidade, é um espaço que está envolvido em ações que promovam o bem-estar das nossas crianças e comunidade, desenvolvendo campanhas de conscientização e arrecadação para as situações emergentes. Realizamos parceria com a Associação dos Diplomatas Brasileiros, que financiaram o projeto, e a rede de apoio socioassistencial da rede pública, que realizaram um momento de formação com as famílias. Tivemos representas do conselho tutelar, CRAS, Secretaria de Saúde e Obras Sociais. A escola é um espaço de promoção à cidadania. Cidadania que transcende os muros da escola e precisa estar conectado com as demandas das comunidades de onde nossos estudantes vêm. Onde a violência, o medo e a fome imperam, estamos tentando amenizar o sofrimento dessas famílias e exercitar a empatia.”
Entre os apoiadores mantenedores da Plataforma estão o Instituto Mol e o Movimento Bem Maior.