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O número de mulheres em cargos de liderança no Brasil caiu. É o que indica a pesquisa “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, divulgada recentemente pelo IBGE.

Conforme a pesquisa, elas ocupam 37,4% dos cargos gerenciais – percentual inferior ao registrado na edição anterior da mesma pesquisa, quando elas ocupavam 39,1% desses postos de trabalho.

Embora tenham mais anos de estudo e frequentem mais a escola, as mulheres recebem apenas 77,7% do rendimento dos homens. O estudo do IBGE ainda traz dados sobre trabalho, renda, educação, saúde e direitos humanos. 

A administradora Júlia Dal Santo, que acaba de assumir o cargo de CEO da Guarida – empresa gaúcha que atua na prestação de serviços nas áreas de administração de aluguéis, condomínios e venda de imóveis e seguros, comenta que a falta de mulheres em cargos de liderança no Brasil se deve ao fato de as mulheres enfrentarem grandes dificuldades para comprovar suas qualificações, prejudicando suas trajetórias profissionais. “Para nós, mulheres, o crescimento da liderança feminina nas organizações é uma conquista, mas que tem um longo caminho ainda a ser desbravado”.

Atualmente, a empresa familiar conta com cerca de 500 profissionais para atender aproximadamente 120 mil clientes na administração de aluguéis e condomínios, na compra e venda de imóveis, além da comercialização de seguros. A decisão de colocar uma mulher como principal líder executiva do Grupo ocorre no ano em que a Guarida completa 45 anos de fundação. 

“Esperamos que o crescimento de empresas lideradas por mulheres seja ainda maior nos próximos meses. Essa nova forma de liderança e a participação das mulheres no mercado de trabalho mostra a mudança de uma sociedade, com um olhar mais inclusivo, colaborativo e que pode colocar um fim na cultura do machismo”, comenta Júlia.

Recentemente, uma pesquisa da “Harvard Business Review”, divulgada pela imprensa, as mulheres em cargos de liderança mostraram mais eficiência na pandemia provocada pelo novo Coronavírus. Segundo o estudo, as empresas com liderança feminina apresentaram mais resultados positivos do que as chefiadas por homens.

Segundo o estudo, as mulheres foram avaliadas de forma mais positiva que os homens em em 13 das 19 competências gerais de liderança e possuem mais habilidades interpessoais, conhecidas como soft skills. Entre elas, colaboração, trabalho em equipe e motivação.

Com 28 anos, Júlia Dal Santo passou mais da metade da vida dentro da empresa: trabalha na Guarida desde os 13 anos de idade. Ao longo dos anos, Júlia passou por todas as áreas da empresa, participou do programa de trainee, fez mentorias, atuou em áreas estratégicas e, nos últimos cinco anos, como Diretora de Aluguéis. 

“Neste período, aumentamos expressivamente o faturamento da área e conseguimos também trazer inovação, incluindo processos digitais e fazendo parcerias com startups”, destaca. 

Paralelamente, Júlia vem liderando a transformação digital da Guarida. “Enquanto mulher, líder e mãe de três meninas, esta missão me faz querer ser ainda mais exemplo de que a mulher pode fazer tudo que ela quiser”, pontua.

Pesquisa feita pelo Instituto Ipsos em agosto de 2021 avaliou 28 países para verificar a taxa de apostas em lideranças femininas. Nos dados, o Brasil apareceu em primeiro lugar no ranking, isso porque mais do que 7 entre 10 brasileiros acreditam que o mundo seria mais pacífico e bem-sucedido com mais líderes mulheres.  “Espera-se que nos próximos anos mais mulheres possam adentrar as estatísticas, com mais inclusão e igualdade no setor corporativo”, finaliza Júlia.