ESPORTESNET

Antes de decidir ter um pet, é muito importante levar em conta as fases da vida do animal. Afinal, aquele filhote brincalhão crescerá e ficará idoso, necessitando sempre de atenção e carinho. “Cuidados e prevenção estão associados à longevidade dos pets. Alimentação balanceada, atividades físicas, dormir bem e a prevenção de doenças, com vacinação e visitas regulares ao veterinário, fazem parte da receita de qualidade de vida de cães e gatos”, salienta Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News (www.revistaecotour.news).

Março Amarelo é o título internacional dado a este mês enfocando os cuidados com as doenças renais. Busca conscientizar tutores sobre a prevenção e tratamento da enfermidade nos pets e ressalta que os problemas renais representam uma causa muito comum de óbito entre cães e gatos. Com o aumento da expectativa de vida, essas doenças estão mais frequentes, com a prevalência maior em gatos. Em geral, os gatos têm o hábito de beber pouca água, o que acaba contribuindo para o aparecimento da doença renal, prejudicando o bom funcionamento dos rins e vias urinárias.

Os pets podem desenvolver a doença renal crônica em qualquer idade. No entanto, estima-se um aumento de até 80% na incidência de problemas nos rins em animais idosos, devido ao processo natural de envelhecimento.

Os hábitos saudáveis ajudam a diminuir os riscos da doença renal. Assim como os seres humanos, os pets também precisam que os rins estejam saudáveis para que o restante do organismo funcione corretamente.

Água fresca e de qualidade é essencial para que, junto à ração de qualidade, a nutrição do animal esteja completa. O organismo do pet não funcionará corretamente se ele não fizer a ingestão necessária de líquidos durante o dia.

A falta de água pode diminuir a quantidade de urina produzida, que é essencial para carregar os metabólitos produzidos pelo organismo. Se o animal não ingerir água na quantidade adequada, os rins podem ser danificados por este jejum com o passar do tempo.

Os rins são muito importantes porque removem metabólitos tóxicos do sangue, além de manter o equilíbrio de fluidos e eletrólitos no organismo. Uma vez que tenham ocorridos danos aos rins, as consequências normalmente são irreversíveis.

O pet é considerado doente renal crônico quando as alterações nos exames são persistentes por mais de três meses ou quando ocorrem alterações de forma abrupta, como nas doenças renais agudas. Essas doenças devem ser controladas e diagnosticadas o quanto antes, por meio de exames de sangue, urina e de imagens, para evitar o comprometimento cardiovascular, esquelético, neurológico, hematopoiético e digestivo.

“Em sua grande maioria, as doenças possuem uma fase silenciosa, sem apresentar sintomas. Mas diagnosticadas e tratadas em fase inicial, há mais chances de sucesso e menos riscos de agravamento, além de, em alguns casos, reduzir o tempo de tratamento, de acordo com a enfermidade”, afirma a Dra. Larissa Seibt, do Centro Veterinário Seres.

Alguns alimentos podem parecer inocentes, mas na verdade são perigosos se consumidos pelos animais, como uvas e passas, chocolate, alho, cebola, cebolinha, chá e café, assim como flores como o lírio.

“Os principais sintomas da doença renal crônica são muita sede e aumento da ingestão de água, aumento da frequência de micção e volume da urina, indisposição, falta de apetite, emagrecimento, vômitos ou diarreia com sangue e mau hálito”, aponta o médico veterinário Dr. Flavio Silva.

Algumas raças são mais propensas à doença renal crônica familial como: Beagle, Cocker spaniel, Lhasa apso, Shih tzu, Maltês, Schnauzer e Shar-pei. Em gatos, Maine coon, Abissínio, Siamês, Russian blue e Persa são mais suscetíveis.

Entre as comorbidades que podem favorecer o desenvolvimento de uma doença renal em cães e gatos estão a hipercalcemia, doenças cardíacas, doença periodontal, cistite, urolitíase, hipertireoidismo, diabetes e patógenos infecciosos, como a leishmaniose e a leptospirose. “Monitorar o comportamento do animal e comparecer a exames veterinários regulares são atitudes simples que ajudam a prevenir doenças renais e preservar a qualidade de vida do pet”, enfatiza Vininha F. Carvalho.

Apenas os sintomas não bastam para o diagnóstico, que deve ser feito após exames clínicos e laboratoriais. Uma vez o problema identificado, o médico-veterinário irá prescrever um tratamento que inclui, além de medicamentos específicos, uma alteração na dieta do pet. Quando a enfermidade já está instalada, é necessário que, junto com o tratamento personalizado, o pet receba um alimento especial, que deve ser receitado pelo médico-veterinário. A alimentação é um importante coadjuvante no tratamento, ajuda a diminuir a progressão da doença e proteger o tecido renal.

“Não existe cura para a doença renal crônica, mas sim o controle da sua progressão. O tratamento, em alguns casos, é feito com utilização de fluidoterapia, controle do desequilíbrio eletrolítico e ácido-base, de alterações hormonais, da hipertensão e com dieta adequada”, conclui Vininha F. Carvalho.