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O custo de logística ainda é um grande desafio para o país e para as indústrias brasileiras. O gasto anual com o segmento, de R$ 811 bilhões, representa cerca de 12% do PIB nacional, segundo dados do Illos (Instituto de Logística Supply Chain). Números que devem aumentar ainda mais em 2022 com os estragos causados pelas chuvas e deslizamentos nas rodovias. Somente no Estado de Minas Gerais, no mês de janeiro, foram registrados mais de 100 pontos de interdição, segundo a Polícia Rodoviária Estadual. Problemas também enfrentados pelos estados da Bahia e do Rio de Janeiro.

A necessidade de investimentos em infraestrutura na malha rodoviária não é de agora. A Pesquisa CNT de Rodovias 2021 apontou que 71,8% das rodovias com gestão pública foram classificadas como regular, ruim ou péssima quanto ao estado geral. Já as rodovias pesquisadas sob gestão concedida, 25,8% foram classificadas como regular, ruim ou péssima.

Com a malha rodoviária cada vez mais afetada e a pressão pela demanda crescente na produção das indústrias, que não podem parar, os transportes aéreos de cargas têm aumentado e mantiveram crescimento em janeiro/2022 na comparação com igual período de 2021, com pouco mais de 30 mil toneladas transportadas — alta de 7,1%, segundo indicadores divulgados pela ANAC no dia 25 de fevereiro. No balanço de 2021 o modal aéreo brasileiro transportou mais de 400 mil toneladas de cargas.

Neste contexto, um outro segmento que vem crescendo e ganhando mercado é o de transporte emergencial de cargas. 

“É um negócio que cresce em situações extremas. Trabalhar com cargas emergenciais, significa montar de forma ágil um quebra-cabeça estratégico de operações para solucionar o problema de cada cliente, muitas vezes, combinando o transporte aéreo, rodoviário e portuário, quando possível”, explica o especialista no setor Rodrigo Lizot, CEO da Prestex, que há 19 anos atua com logística emergencial.

Os segmentos que mais demandam pelo transporte emergencial são: indústrias de alimentos e bebidas, automotivas e autopeças. Para entender a importância desse nicho de mercado, cada minuto no transporte emergencial pode significar a retomada ou a parada de uma linha de produção; a economia ou o prejuízo de milhões para a indústria.

Um exemplo é a indústria automotiva que tem uma grande demanda de trabalho, com variedade de produtos e componentes dentro da mesma linha de produção, tornando qualquer interrupção um problema gravíssimo que pode afetar a cadeia produtiva e acarretar prejuízos sem precedentes. Rodrigo destaca que situações emergenciais exigem mais do que empenho por parte das empresas, é preciso elaborar estratégias capazes de lidar, por exemplo, com problemas crônicos do setor de componentes automotivos. “Há casos em que se faz necessário realizar mais de 100 voos exclusivos, movimentando mais de 1.000 toneladas de cargas pelos quatro cantos do Brasil”, ressalta o profissional.

A ação pode evitar prejuízos milionários para a montadora que necessita do transporte de componentes. “Pode-se escolher como opção mais adequada o modal aéreo, por exemplo, pois este é o mais indicado para transportes de cargas emergenciais, quando se trata um prazo curto e longas distâncias”, explica Rodrigo.

De acordo com informações obtidas pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), a utilização do modal aéreo é equivalente a 4% do transporte de toda a carga do país, apesar dos 60 aeroportos, 24 terminais logísticos para carga e 72 estações de controle de tráfego aéreo. O potencial de crescimento do setor é grande. Rodrigo Lizot, da Prestex, comenta que já percebe as empresas se movimentando para novas contratações, ampliações dos serviços e aquisições, visando crescimento para os próximos anos.