Se 2022 promete ser um ano de retomada para diversos segmentos realizarem atividades presenciais, como espetáculos, desfiles, festivais e shows, para o setor agro não seria diferente: este ano, grandes eventos têm voltado a acontecer com participação de público. Exemplo disso, a Exponiel 2022, uma das principais para a raça Nelore no Brasil, ocorreu entre os dias 14 e 19 de fevereiro, em Uberaba (MG).
O evento, promovido pela AMCN (Associação Mineira dos Criadores de Nelore), com o apoio da ACNB (Associação dos Criadores de Nelore do Brasil), foi o primeiro a ocorrer no Parque Fernando Costa, sede da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), após o período de restrições por conta da pandemia de Covid-19.
Segundo a ABCZ, para a retomada presencial, foram cumpridas as medidas sanitárias exigidas pela Secretaria de Saúde e o Departamento de Vigilância de Uberaba, o que incluiu cuidados como tapetes sanitizantes, aferição de temperatura, apresentação de comprovantes de vacinação, disponibilização de álcool em gel em áreas de acesso e testagem dos participantes.
Da mesma forma, a ExpoZebu 2022, a maior feira da pecuária zebuína no mundo, deve ser realizada de forma presencial de 30 de abril a 8 de maio, no mesmo local.
Em sua 87ª edição, a previsão é de que sejam inscritos mais de mil zebuínos – até o dia 4 de março, já haviam sido inscritos mais de 904 animais, conforme informações divulgadas pela ABCZ. O número representa um crescimento de 198% em comparação a última edição presencial do evento, pré-pandemia.
Mônica Marchett, empresária do ramo agropecuário especializada em melhoria genética e criação extensiva de nelores, destaca a importância da volta das feiras e leilões de forma presencial. “A feira é um momento que proporciona a conexão entre a marca e produtos com um número maior de produtores, bem como a possibilidade de apresentar todo o portfólio, permitindo a interação com o agricultor”.
Neste ponto, Marchett afirma que o retorno das feiras presenciais é importante porque, acima de tudo, permite o contato direto com os produtores, de “poder olhar nos olhos de cada um” e apresentar as tecnologias desenvolvidas para trazer maior produtividade com menor custo de operação para o cliente.
“A avaliação in loco, tanto dos animais quanto dos maquinários agrícolas, aumenta as vendas, pois o consumidor gosta de ver o que está comprando, bem como conhecer o produtor do animal”, pontua.
A título de comparação, acrescenta, um estudo deixou claro que 33% dos participantes (e 22% dos brasileiros) ainda preferem fazer compras em espaços físicos pela necessidade de ver e tocar os objetos de desejo, reporta, referenciando dados da edição 2021 da Global Consumer Insights Pulse Survey, da PWC.
Eventos presenciais contribuem para o setor
“Este ano, o agronegócio brasileiro deverá ser até 5% maior, com forte contribuição da pecuária, já que o gado de corte terá um crescimento do faturamento anual em 22%”, projeta ela, citando indicativos da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
Na visão da empresária do ramo agropecuário especializada em melhoria genética e criação extensiva de nelores, a retomada dos eventos em formato presencial é assertiva, considerando fatores como o avanço da vacinação em todo o país.
“Tomadas as devidas precauções para conter a infecção por Covid-19, novas variantes e síndromes gripais, observadas pelas autoridades sanitárias, a volta dos eventos tradicionais deve contribuir para atingir – e, até mesmo, superar – a meta das entidades e configurar uma nova etapa para o agro brasileiro”, conclui Marchett.
Para mais informações, basta acessar: https://monicamarchett.com.br/