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O que antes eram pautas de nichos específicos da sociedade, hoje estão presentes nas políticas das empresas por todo o país: investimento e comprometimento com políticas de afirmação e representatividade social. Cada vez mais empresas mostram ações voltadas aos impactos sociais, seja como meio de marketing ou como maneira de intervir positivamente na sociedade, buscando diminuir as desigualdades sociais presentes no país. A sustentabilidade socioambiental tem gerado bilhões de reais em investimentos em negócios de impacto social e é pauta de grandes corporações. 

Tais investimentos atingiram o valor de R$ 117 milhões em 2018, um aumento de 44% em relação ao ano anterior. É o que afirma a pesquisa divulgada no Mapa de Negócios de Impacto Social e Ambiental, realizado pela Pipe.Social. Um nicho que fomenta o mercado a garantir sustentabilidade social e ambiental são os jovens da geração Z (nascidos entre meados da década de 90 e 00). 

Este grupo tem se mostrado decisivo quando o assunto é selecionar marcas que pautam por inclusão e respeito à diversidade. Segundo um estudo levantado pelo BBA Itaú, 31% dos brasileiros entre 15 e 25 anos acreditam no discurso sobre práticas ambientais e sociais da empresa e buscam “cancelar” marcas envolvidas em questões como trabalho escravo, assédio a funcionários, corrupção, entre outros.

Diversas são as propostas de marcas e startups voltadas à inclusão social, que vão desde empresas focadas em acesso à educação, até iniciativas que pensam na equidade salarial entre gêneros. Andrea Koppe, presidente e Diretora Executiva de Geração de Renda da Unilehu, afirma o seguinte: “Vemos uma tendência da sociedade em escolher gastar seu dinheiro  com empresas comprometidas com a transformação social e ambiental. É importante que as pessoas tenham consciência sobre a empresa da qual se está comprando para que, além de um produto, o investimento seja feito no próprio meio social”.

O Programa Supera, unidade de geração de renda da Unilehu, , por exemplo, tem como foco a inclusão de pessoas em vulnerabilidade social na confecção de seu portfólio de produtos, assim como utiliza o reaproveitamento de materiais descartados pelas indústrias como matéria prima principal dos mesmos. Este tipo de processo também possui caráter educativo e traz à tona novos conceitos e formas de lidar com materiais descartados para além da reciclagem. 

Upcycling: reutilizando produtos e repensando consumo

“A missão do Supera é fazer e vender produtos para transformar vidas. Além de ser uma fábrica, nós queremos também vender diretamente ao consumidor, tanto a pessoa física quanto a jurídica”, explica Koppe. A fábrica da ONG fornece toda a qualificação e estrutura para os costureiros, e é pela loja que as pessoas têm acesso aos produtos. A partir das coleções produzidas – que vão desde linhas sustentáveis até sociais -, os valores adquiridos com o e-commerce são integralmente revertidos para o funcionamento do programa e da instituição social, beneficiando mais de 4 mil pessoas por ano.

Parte fundamental da lógica dos negócios sustentáveis, a cadeia de produção, a rede de parcerias, a atenção com o gerenciamento do trabalho, articulação de políticas públicas e o cuidado com os trabalhadores envolvidos são quesitos básicos para a saúde das empresas que compõem este nicho. Como define o próprio Sebrae ao abordar o tema, são muitos os modelos de negócios que podem ser estruturados a partir dos valores e compromissos citados anteriormente. 

Upcycling seria um destes modelos, já que seu objetivo é atrelar criatividade à capacidade de criação e recriação de itens a partir de materiais descartados. Vale ressaltar que são mais de 300 toneladas de retalhos e sobras de couro desperdiçados todos os dias no Brasil, também revela o Sebrae. 

Geração de renda e responsabilidade social

Para a representante da ONG, escolher produtos feitos por marcas que têm uma ideologia de inclusão é um grande passo para influenciar na sustentabilidade do meio ambiente e no desenvolvimento social. Isso porque, em suas palavras, “além de garantir a qualidade e sustentabilidade dos materiais utilizados para as confecções, o público também passa a ‘viver’ a marca, uma vez que é convidado a escolher, por meio do consumo consciente, como irá contribuir para a transformação social”. 

Ainda de acordo com o relatório da Pipe Social, os empreendedores do setor têm expectativa de crescimento dos negócios. Já 80% dos entrevistados visam o crescimento e 52% enxergam a crise causada pela pandemia como uma oportunidade de inovação. 

Andrea Koppe aponta que o crescimento do setor de negócios de impacto social gera proveitos não só para uma parte segmentada da população, mas para toda a sociedade, “visto que movimenta a economia através de investimentos e consumo”, conclui.  

Para saber mais, basta acessar: https://www.lojasupera.org.br/