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Em Física, o termo “massa” se refere à quantidade da matéria contida num corpo físico. Na sua segunda lei de movimento, o físico Isaac Newton definiu a força como produto da massa pela aceleração (F = m a). Daí se originam (m = F/a) as definições mais usadas para a massa, como “ela expressa a resistência do corpo à aceleração”, ou “ela mede a inércia de um corpo”. A massa assim definida se designa de massa inercial para diferenciá-la da massa gravitacional, a qual se define a partir da força gravitacional. Estas definições não se referem diretamente à estrutura de um corpo físico.  

De acordo com André Moravec, autor do livro Logmos – Concepção Lógica de uma Estrutura Física  (All Print Editora), hoje, diferentemente dos tempos de Newton, nós sabemos que, em última análise, a matéria se compõe de moléculas, estas de átomos, e estes, por sua vez, são compostos por núcleons. “Assim, um átomo de hidrogênio, na sua forma fundamental, contém um único núcleon, na forma de deutério ele tem dois, e o trício tem três núcleons. O átomo do hélio contém quatro núcleons, o do carbono contém doze, o do oxigênio dezesseis, o do ouro cento e noventa sete. Assim, todo átomo de um elemento, na sua forma fundamental, é composto de um número exato de núcleons. Então é o número de núcleons que determina a quantidade da matéria de um elemento, isto é, da sua massa. Consequentemente, o núcleon se torna a unidade da massa por natureza”, afirma o estudioso. 

“Como uma molécula de água (H2O) é composta de dois átomos de hidrogênio, cada um com 1 núcleon, e um átomo de oxigênio de 16 núcleons, então a sua massa é igual a 18 núcleons. Ou simplesmente a 18, onde se subentende unidades de massa. Uma gotinha de água, composta de cem moléculas, tem então a massa 1800, e um grãozinho de mil átomos de ouro tem a massa de 197000. Apesar de não podermos manipular diretamente os átomos e as moléculas, nós sabemos com exatidão qual é a sua massa. Porém, no nosso ambiente de cada dia, isto não é possível nem necessário; os objetos que nos cercam: um lápis, uma cadeira, a mesa, todos são constituídos de um número exato, mas incontável de núcleons”, complementa André. 

Para poder lidar com esta matéria, os físicos definem o volume de alguma matéria como padrão da massa. A unidade universal da massa no sistema CGS é o grama (g), que originalmente era definida como a massa de um centímetro cúbico de água sob certas condições da temperatura e pressão. Teoricamente, um grama de água, ouro, açúcar ou de qualquer substância tem a mesma massa, que contém exatamente o mesmo número de núcleons. E este número é o número de Avogadro (NA), que apesar de muito grande, é estimado em 6,022×1023, sendo seu valor exato praticamente impossível de obter. 

“Ao definir a massa de um objeto como o número de núcleons em sua composição, então também o grama deveria se redefinir como sendo a massa de NA núcleons. Isto seria vantajoso, pois por se tratar de um número, ele é constante e independente das condições ambientais. Sendo uma constante universal, podemos lhe atribuir um valor exato e conveniente como, por exemplo, simplesmente 6×1023, que sirva de parâmetro para definir e aperfeiçoar outras grandezas e relações físicas. Consequentemente, a unidade da gravitação deveria ser a aceleração de um núcleon, que é aproximadamente igual a 1,11×10-37m/s2”, conclui André.