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  • Brasil acaba Copa do Mundo de Rugby feminino em 11º lugar

    Brasil acaba Copa do Mundo de Rugby feminino em 11º lugar

    Ao vencer Espanha, equipe obtém segundo melhor resultado da história

    A Seleção Brasileira Feminina de Rugby Sevens derrotou a Espanha por 19 a 17, neste domingo (11), no Cape Town Stadium, na Cidade do Cabo, África do Sul. Com esse resultado, as Yaras, como a equipe verde e amarela é conhecida, finalizaram a Copa do Mundo no 11º lugar geral.

    O resultado é o segundo maior da história dos brasileiros, superando as campanhas dos Mundiais de 2013 e 2018.

    Nesse ano, antes da vitória sobre a Espanha, o Brasil perdeu para a Irlanda por 24 a 12, venceu a Colômbia por 33 a 0, foi superado pelo Japão por 19 a 10.

    “Estamos felizes de vencer a Espanha porque elas terminaram na nossa frente na última temporada, mas agora começamos a nova temporada na frente”, comentou Luiza Campos, capitã das Yaras, à assessoria da Confederação Brasileira da modalidade.

    “Não foi o torneio que esperávamos porque queríamos ter derrotado a Irlanda nas oitavas de final e, depois, o Japão. Mas no último jogo contra a Espanha pudemos desempenhar um pouco daquilo que gostaríamos”, disse Will Broderick, treinador do Brasil.

    Fonte: EBC
  • Brasil estreará contra Irlanda na Copa do Mundo de Rugby Sevens

    Brasil estreará contra Irlanda na Copa do Mundo de Rugby Sevens

    Competição ocorrerá de 9 a 11 de setembro na África do Sul

    A seleção brasileira feminina de rugby servens conheceu nesta quinta-feira (21) a equipe adversária na estreia da Copa do Mundo, na Cidade do Cabo (África do Sul).  O primeiro jogo será contra a Irlanda, rival já conhecida das Yaras (apelido da seleção), no dia 9 de setembro.  Brasileiras e irlandesas já estiveram frente a frente em 18 partidas oficiais, com seis vitórias das Yaras.

    A competição começa na fase de oitavas de final. O formato da disputa é mata-mata. Se o Brasil triunfar na estreia, avança às quartas de final, no dia 10,  contra a equipe vencedora de Fiji x Japão. As semifinais e a decisão do título estão programadas para o dia  11 de setembro.

    Esta será a quarta participação das Yaras em Copas do Mundo. A melhor colocação do país foi o 10º lugar, em 2009, na edição de Dubai (Emirados Árabes Unidos). Nas Copas seguintes, as brasileiras terminaram na 13ª posição: em 2013, na Copa de Moscou (Rússia), e em 2018 em San Francisco (Estados Unidos).

    Nesta quarta-feira (20), a World Rugby, federação internacional da modalidade, manteve as Yaras como seleção fixa do circuito mundial feminino de sevens (disputa com sete atletas de cada lado) para a temporada 2022/23. As brasileiras se beneficiaram da punição à Rússia, suspensa de todas as competições devido à invasão militar do país na Ucrânia.

  • Imparável do rugby brasileiro ganha nova chance olímpica em Tóquio

    Imparável do rugby brasileiro ganha nova chance olímpica em Tóquio

    Cria de Paraisópolis, Bianca inspira jovens como esperança das Yaras

    Há cinco anos, uma canelite tibial adiou a estreia olímpica de Bianca Silva às vésperas dos Jogos do Rio de Janeiro. Reagir àquele baque não foi fácil para a jovem de então 18 anos, já uma promessa da seleção brasileira feminina de rugby.

    “Foi uma questão de pressão, psicológica mesmo. Ter pouca idade, enfrentar coisas para as quais não estava preparada, ter uma vida profissional [no esporte] e ver isso como algo real. Impactou forte, não aguentei, desisti, parei de jogar depois da Olimpíada. Fui correr atrás de emprego. Minha irmã trabalhava em um restaurante de shopping, fiz um currículo e enviei”

    recorda Bianca

    O emprego no restaurante estava encaminhado, mas ela sequer chegou a iniciá-lo. Bianca resolveu dar nova chance à modalidade pela qual se apaixonou em 2011, no projeto Rugby Para Todos, na comunidade de Paraisópolis, zona sul da capital paulista. Após a frustração antes da Rio 2016, a jovem é uma das Yaras (como são conhecidas as jogadoras da seleção feminina) chamadas para a Olimpíada de Tóquio (Japão), na última segunda-feira (28).

    “Estava decidida que não voltaria, de tão chateada que fiquei [pela ausência em 2016]. Aí, recebi o convite para voltar. Primeiro, disse não. Depois, sentei e pensei: o que quero realmente? Meu coração ainda arde para jogar. Percebi que merecia viver aquilo. E voltei. Foi uma injeção de força. Daqui, não saio mais”

    diz a paulista de 23 anos

    Não demorou para Bianca se firmar novamente na seleção. Em 2018, tornou-se a brasileira com mais tries (quando o atleta cruza a linha final do campo com a bola e a coloca no chão, vale cinco pontos) em uma Copa do Mundo de rugby: foram cinco logo na sua estreia na competição. No mesmo ano, foi eleita a melhor atleta da modalidade no país no Prêmio Brasil Olímpico.

    Em 2019, a paulista liderou a estatística de tries das Yaras (cinco) na conquista do Hong Kong Sevens, feito que recolocou a seleção na elite do circuito mundial feminino. Fez parte, também, do escrete campeão sul-americano, que garantiu a vaga brasileira em Tóquio.

    “Foram dois anos muito especiais, com muita coisa extracampo que agregou experiência para conseguir trazer inspiração, de sair de algo ruim, ir para cima e ser destaque”, conta a jovem.

    Inspiração que ela própria se tornou em Paraisópolis e no projeto onde foi revelada, que atende cerca de 200 jovens carentes de 6 a 18 anos. A segunda maior favela da capital, onde vivem mais de cem mil pessoas, fica na Vila Andrade, terceiro distrito paulistano com maior ocupação por favelas (34,7%) segundo o Mapa da Desigualdade de 2020, da organização não-governamental (ONG) Rede Nossa São Paulo.

    “É muito legal [o reconhecimento], principalmente dos menores, por chegar aqui independente da dificuldade, de onde cresceu, superar a expectativa que tem, de que se você mora na comunidade, ficará lá para sempre e vira marginal. [Cria o sentimento de] querer chegar na seleção ou ao máximo de qualquer coisa que se sonhe. Eu me vejo nesse papel, das pessoas olharem para mim, dizerem ‘olha onde ela está’, servir de inspiração. As pessoas verem que é possível, independente do que falam, progredindo e buscando o melhor”, destaca Bianca, que atua pelo Leoas de Paraisópolis.

    A brasileira também se tornou referência junto à World Rugby, a confederação internacional da modalidade. Em 2019, ela foi uma das escolhidas da entidade para ilustrar a campanha Unstoppables (imparáveis, em inglês), para impulsionar o esporte feminino. Nome bastante pertinente, considerando a característica mais marcante de Bianca, a velocidade.

    A paulista conseguiu alcançar 32 quilômetros por hora em uma arrancada de jogo. Não é pouco. Segundo relatório técnico da Federação Internacional de Futebol (Fifa) sobre a Copa do Mundo Feminina de 2015, no Canadá, a lateral norte-americana Alex Krieger, jogadora mais rápida daquela competição, foi só pouco além, 34,7 km/h.

    “Sempre fui muito rápida. Corria muito na rua, talvez isso tenha me ensinado muito. Só que a minha técnica de corrida foi trabalhada. Eu tinha uma técnica não tão boa, corria sentadinha, abaixadinha. Fiz alguns [exercícios] coordenativos de postura, ajuda com braço e perna. Se você reparar, meu joelho não fica mais flexionado”, descreve Bianca.

    “A velocidade do Brasil é uma fortaleza, então elas [adversárias] tentam nos inibir. A marcação fica em cima. Não só eu, mas as meninas da mesma posição discutimos formas de elas não ficarem tão em cima. Se deixarem correr, já era [risos]”, completa.