Seleção americana cumpre expectativas e vence França em final emocionante
Curry arrebentou com o jogo
A França lutou bravamente, demonstrando valentia e competitividade, mas o ouro no basquete masculino dos Jogos Olímpicos Paris 2024 já estava destinado a uma seleção estelar: os Estados Unidos. E os americanos não decepcionaram, superando os desafios pelo caminho. Na final realizada neste sábado, 11 de agosto, os EUA venceram a França por 98 a 87, com uma atuação impressionante de Stephen Curry, LeBron James, Kevin Durant e seus companheiros.
Durante os dois primeiros quartos, a França chegou a liderar em momentos breves. Sua atuação no garrafão equilibrou-se com a explosividade dos Estados Unidos. No entanto, antes do intervalo, os americanos ampliaram sua vantagem. O ouro se tornou uma realidade nos dois últimos quartos, apesar da tentativa francesa de se aproximar com arremessos de três pontos no final. Os tiros certeiros de Curry foram decisivos e pavimentaram o caminho para o topo do pódio.
Stephen Curry contribuiu com 24 pontos, incluindo oito cestas de três, com impressionantes 67% de aproveitamento. LeBron James também fez sua parte, registrando 14 pontos e 10 assistências, enquanto Kevin Durant adicionou 15 pontos à pontuação. Na equipe francesa, Victor Wembanyama foi o cestinha com 26 pontos, e Guerschon Yabusele impressionou novamente com 20 pontos. No entanto, a superioridade do conjunto treinado por Steve Kerr prevaleceu.
Essa vitória marca o quinto ouro consecutivo dos Estados Unidos no basquete masculino das Olimpíadas, totalizando 17 títulos em 21 edições do torneio. A França, por sua vez, conquista sua quarta prata, a segunda consecutiva após Tóquio 2020. Os dois países terão um novo encontro no domingo, 11 de agosto, na final do basquete feminino, onde o favoritismo dos EUA é ainda maior.
Ortopedista e traumatologista do esporte, Dr. Bruno Canizares, explica o porquê
Os Jogos Olímpicos de Paris começam neste mês de julho e muitos atletas estão prestes a realizar o sonho de representar seus países. No entanto, esse sonho pode se transformar em grande decepção quando, após se preparar durante quatro anos, muitas vezes com uma única oportunidade, o atleta se vê obrigado a abandonar a competição devido a uma lesão.
Mas é possível prevenir essas lesões?
Qual tipo de lesão é mais comum durante as Olimpíadas? Existe alguma modalidade mais propensa a lesões?
Um estudo publicado na revista Radiology, realizado durante os Jogos Olímpicos no Brasil, revelou que os esportes que mais frequentemente resultaram em lesões musculares foram atletismo, futebol e levantamento de peso, enquanto as por estresse foram mais comuns em atletismo, vôlei, ginástica artística e esgrima. Já as fraturas foram mais identificadas em atletismo, hóquei na grama e ciclismo.
O Dr. Bruno Canizares, ortopedista e traumatologista do esporte, com vasta experiência na recuperação de atletas de futebol e basquete, explica que muitas dessas lesões ocorrem porque os atletas operam no limite do corpo.
“Para muitos atletas, esta é uma experiência única e eles vão até o limite para alcançar o melhor desempenho, trabalhando em níveis elevados de fadiga muscular, tendinosa e articular. A lesão muscular é a mais comum em todos os esportes, devido à intensidade exigida”, afirma o especialista.
Entorses e lesões ligamentares, tanto no joelho quanto no tornozelo, também são frequentes, variando conforme o esporte. No basquete, por exemplo, muitas lesões ocorrem durante a aterrissagem, enquanto no futebol, a alta intensidade é um fator comum nas lesões.
“No basquete, esporte de saltos e contato, vemos mais entorses de tornozelo e joelho, além de lesões ligamentares no tornozelo. Também é comum a tendinite patelar, pois são atletas pesados e fortes. Lesões no ombro são frequentes devido à repetição de movimentos”, explica.
“O futebol, por sua vez, está cada vez mais intenso, com atletas operando no limite físico, corridas rápidas, distâncias cada vez maiores e aumento do contato entre os jogadores. Lesões musculares são comuns devido à exigência extrema do corpo e ao contato físico”, acrescenta o Dr. Bruno Canizares.
O ortopedista destaca a importância do diagnóstico precoce para uma recuperação mais rápida, especialmente em competições de tiro curto. Além disso, uma alimentação adequada e saúde mental são fundamentais nesse processo.
Sobre o Dr. Bruno Canizares: ortopedista e traumatologista do esporte, possui vasta experiência clínica no tratamento das condições ortopédicas que afetam o ombro, cotovelo e joelho. Com um profundo envolvimento com o meio esportivo, adquiriu compreensão aprofundada das lesões relacionadas à atividade física e das necessidades específicas dos atletas. Instagram: @drbrunocanizares
Medalhista olímpico por quatro vezes e uma das líderes das Yaras, que recém recentemente superou um câncer, vão liderar a delegação brasileira no Rio Sena no dia 26
Dois sobreviventes, campeões no esporte e vida, terão a honra de conduzir a bandeira do Brasil na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos Paris 2024. Isaquias Queiroz, único brasileiro até hoje a conquistar três medalhas em uma única edição dos Jogos, e Raquel Kochhann, uma das líderes da seleção feminina de rúgbi e recém-recuperada de um câncer, foram escolhidos pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) para representar a delegação no desfile pelo Rio Sena no dia 26 de julho.
Isaquias e Raquel são filhos de cidades pequenas e ganharam o mundo através do esporte. O baiano, que quase morreu ainda criança e tem apenas um dos rins, fez das canoas dos pescadores de Ubaitaba instrumento para ganhar quatro medalhas olímpicas e popularizar a canoagem velocidade: duas pratas (C1 1000m e C2 1000m) e um bronze (C1 200m) na Rio 2016 e um ouro em Tóquio 2020 no C1 1000m. Defenderá o título na prova e ainda competirá no C2 500m.
“Fico muito feliz de poder representar minha Bahia, meu Nordeste, o Brasil inteiro. Vai ser uma cerimônia incrível. Principalmente por poder representar minha modalidade, ainda tímida no Brasil. Botar nossas garrinhas para fora. Com certeza, depois de Paris, o pessoal vai ter mais conhecimento sobre essa grande modalidade. É uma experiência incrível poder representar o seu país. Eu tive a oportunidade no Rio de fazer o fechamento. Mas agora, ser o porta-bandeira na abertura, vai ser uma coisa muita especial”, disse Isaquias Queiroz, de 30 anos.
O rugby é um dos esportes mais populares da França, sede desta edição olímpica, mas ainda tem muito potencial para crescimento no Brasil. E Raquel personifica toda a garra das mulheres que estão representadas quantitativamente em igualdade pela primeira vez nos Jogos.
Natural da pequena Saudades, no Interior de Santa Catarina, sonhava em marcar gols no futebol. Encontrou-se vestindo outra amarelinha. Chegou à seleção e liderou as Yaras, como são conhecidas as jogadoras da seleção feminina, desde que o rugby sevens entrou para o programa, na Rio 2016. Um pouco antes da segunda participação, em Tóquio 2020, descobriu um caroço que se revelaria um câncer de mama.
Encarou mastectomia, quimio e radioterapia de cabeça erguida, mantendo-se em atividade, e voltou ao alto rendimento. Em dezembro de 2023 foi novamente convocada para a seleção, e agora celebra a volta ao palco olímpico carregando o pavilhão de um Time Brasil majoritariamente feminino, com 153 mulheres dentre os 276 classificados.
“Ser atleta olímpico é difícil. Essa sensação de estar na frente, levando a bandeira para o mundo inteiro ver numa Cerimônia de Abertura é algo que não consigo explicar em palavras. A minha ficha ainda não caiu, acho que só quando eu estiver lá para saber o que vou sentir.”
“No Brasil a gente trabalha muito para que o rugby cresça e ganhe seu espaço. A gente sabe que a realidade do nosso esporte não é ter uma medalha de ouro numa Olimpíada por enquanto, apesar de termos esse sonho. Mas sempre vi que quem carrega essa bandeira tem uma história incrível, com medalhas de ouro, e representa uma grande conquista. Muito obrigada de verdade por essa honra. Vou dormir com essa bandeira do meu lado” disse Raquel, bronze nos Jogos Pan-americanos Toronto 2015.
“Tanto Isaquias quanto Raquel representam os valores olímpicos e são expoentes de excelência e respeito. São inspiração para os atletas brasileiros, e estamos todos muito satisfeitos em vê-los carregar a bandeira nacional ao longo do Rio Sena”, afirmou o Presidente do COB, Paulo Wanderley.
“Nós teremos um grande desafio esportivo nos Jogos Paris 2024, e ter duas grandes figuras do esporte e da vida como representantes máximos na Cerimônia de Abertura certamente vai ajudar nossa delegação”, emendou o Chefe da Missão Brasileira, Rogério Sampaio, campeão olímpico no judô nos Jogos Olímpicos Barcelona 1992.
Isaquias finaliza sua preparação em Portugal e viaja à França pontualmente para participar da cerimônia. As disputas da canoagem velocidade ocorrerão no Estádio Náutico de Vaires-sur-Marne, a cerca de 30km de Paris, apenas na segunda semana dos Jogos. O baiano estreará no dia 6 de agosto, nas eliminatórias do C2 500m. A estreia individual no C1 1000m será no dia 7.
O rugby brasileiro está no Grupo C e abre a jornada de competições no Stade de France com duas partidas no dia 28. De cara enfrenta a França, dona da casa, e na sequência encara os Estados Unidos. No dia 29 o time pega o Japão.
Em Paris o Time Brasil conta com a quarta maior delegação de sua história, com 276 integrantes, atrás apenas de Pequim 2008, Rio 2016 e Tóquio 2020. Deste total, 55% são mulheres, pela primeira vez maioria no grupo de classificados.
A Cerimônia de Abertura inaugura oficialmente os Jogos, mas o Time Brasil inicia as disputas de futebol e handebol feminino e classificatórias de tiro com arco antes mesmo de a chama ser acesa no Trocadéro, na capital francesa.