Paratleta do Recreio da Juventude conquista pódio em etapa internacional e mira seletiva para o Mundial
A paratleta Larissa Rodrigues, representando o Recreio da Juventude, alcançou um feito notável ao conquistar a medalha de bronze na prova dos 50 metros costas na etapa norte-americana do World Para Swimming World Series 2025. A competição de alto nível foi realizada entre os dias 24 e 26 de abril nos Estados Unidos, marcando mais um importante passo na carreira da jovem atleta.
Além da expressiva medalha, Larissa Rodrigues demonstrou sua versatilidade ao competir em outras provas desafiadoras, como os 200 metros livre, 100 metros livre, 50 metros peito e 150 metros medley. Essa participação diversificada reforça seu desenvolvimento em diferentes estilos e proporciona valiosa experiência para os próximos compromissos da temporada.
Esta foi a segunda experiência internacional de Larissa no World Para Swimming. Sua estreia em competições fora do Brasil ocorreu em 2022, durante a etapa de Berlim, na Alemanha. A convocação para representar a seleção brasileira é resultado dos critérios técnicos rigorosos do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que avalia o desempenho dos atletas em campeonatos nacionais e os índices alcançados ao longo do ano.
Após a competição nos Estados Unidos, Larissa Rodrigues compartilhou sua satisfação e aprendizado: “Fico feliz com o aprendizado e por conquistar um pódio em meio a tantos desafios. Representar o Brasil é sempre uma grande responsabilidade e essa experiência me motiva a seguir trabalhando forte para evoluir ainda mais.”
Sobre o Recreio da Juventude:
Fundado há 112 anos em Caxias do Sul (RS), o Recreio da Juventude é um dos clubes mais tradicionais da Serra Gaúcha e figura entre os 100 maiores do Brasil, contando com mais de 20 mil associados. Com atuação em quatro sedes e uma equipe de mais de 200 colaboradores, o clube é referência em lazer, cultura e esporte. Atualmente, o Recreio da Juventude possui atletas competindo em campeonatos mundiais e um atleta medalhista no Judô nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, demonstrando a força e o investimento do clube no desenvolvimento de talentos esportivos.
A natação tem se mostrado uma atividade altamente benéfica para crianças portadoras do transtorno do espectro autista
Além de ser uma forma divertida de exercício, a atividade oferece inúmeros benefícios que auxiliam no desenvolvimento físico, emocional e social delas.
Para abordar essa importância, pais e filhos se apresentarão ao vivo durante o Encontro Internacional de Natação promovido pela Metodologia Gustavo Borges, sendo o maior evento de natação formativa do mundo, e acontece entre 24 e 26 de outubro no Senac Santo Amaro em São Paulo (SP).
Para se ter ideia, alguns benefícios da natação para crianças portadoras do transtorno do espectro autista são:
Aprimoramento das habilidades motoras: a natação, antes de tudo, contribui para o desenvolvimento das habilidades motoras, como coordenação e equilíbrio. À primeira vista, a prática regular ajuda a fortalecer os músculos e a melhorar a coordenação motora global das pessoas com autismo;
Estimulação sensorial: a natação, além disso, oferece uma rica estimulação sensorial. Desde o toque suave da água até a sensação de flutuar, as atividades aquáticas despertam os sentidos e proporcionam uma experiência sensorial enriquecedora para crianças com autismo;
Promoção da interação social: a natação, sobretudo, oferece um ambiente propício para interação social. Juntamente com outras crianças, os participantes têm a oportunidade de compartilhar o espaço e se comunicar, desenvolvendo habilidades sociais essenciais;
Alívio do estresse e ansiedade: a natação, porém, tem propriedades calmantes que ajudam a reduzir o estresse e a ansiedade nas pessoas com autismo. Enquanto mergulham na água, elas podem experimentar uma sensação de tranquilidade, proporcionando um alívio importante para os desafios emocionais associados ao autismo;
Melhora da concentração e do foco: a natação, além disso, contribui para a melhora da concentração e do foco das pessoas com autismo. Por meio da prática regular, elas aprendem a se concentrar nas atividades aquáticas e a direcionar a atenção, desenvolvendo habilidades cognitivas fundamentais.
Além disso, entre os cuidados necessários, na prática da natação para crianças com autismo estão:
Avaliação prévia e supervisão adequada: antes de mais nada, é primordial realizar uma avaliação prévia das habilidades e necessidades individuais da pessoa com autismo. Além disso, a supervisão adequada é essencial para garantir a segurança e o bem-estar dos participantes durante as aulas;
Adaptação do ambiente: é fundamental adaptar o ambiente da piscina para atender as necessidades sensoriais da pessoa com autismo. Isso envolve ajustes como iluminação adequada, redução de ruídos e disponibilidade de áreas tranquilas para momentos de pausa;
Respeito aos limites individuais: ainda assim, é importante respeitar os limites e preferências individuais das pessoas com autismo durante as aulas de natação. Cada participante pode ter sensibilidades sensoriais específicas, então, ajustes devem ser feitos de acordo com as necessidades;
Instruções claras e adaptadas: é primordial fornecer instruções claras e adaptadas. Os professores devem explicar as regras e o uso dos materiais de natação de forma adequada e compreensível, adaptando a linguagem e o estilo de ensino conforme necessário;
Transição gradual para a água: por fim, uma transição suave e gradual para a água é crucial. Ao passo que alguns participantes podem ter sensibilidades ou medos relacionados à água, é importante proporcionar uma experiência gradual, os introduzindo ao ambiente aquático de forma cuidadosa e progressiva.
Sobre o Encontro Internacional de Natação 2024
O Encontro Internacional de Natação 2024 (EIN) é um evento anual da Metodologia Gustavo Borges direcionado a gestores e professores do mundo aquático, oferecendo troca de conhecimento, networking e desenvolvimento profissional.
Estarão reunidos especialistas e líderes do mercado, dos cenários nacional e internacional, proporcionando oportunidades valiosas para aprimorar habilidades técnicas, compartilhar melhores práticas de ensino e gestão e explorar as últimas tendências e inovações no campo da natação. ABC Evo, Poker e TotalPass são os patrocinadores master do EIN 2024. Ativa Náutica, Deutsch, Fiore, Fitmass, Floty, Genco, Max Recovery, Nautilus, Pacto, Pure Water, Q1 Ambiental, REK Brindes, TecnoFit, Ultra Academia e Water Colors, como expositores, além da ACAD Brasil e da Sobrasa serão as empresas participantes na Feira de Negócios.
Em 2023, cerca de 1400 pessoas estiveram no EIN. A expectativa é de que o público deste ano seja ainda maior. A programação completa pode ser acessada no site oficial (www.vemproein.com.br).A programação completa do Encontro Internacional de Natação e todas as suas informações podem ser conferidas em www.vemproein.com.br e em https://www.instagram.com/encontrointernacionaldenatacao/
Serviço
Encontro Internacional de Natação 2024
Realização: Metodologia Gustavo Borges
Data: 24 a 26 de outubro (quinta-feira a sábado)
Horários: 12h às 20h (24) / 8h às 20h (25) e 8h às 19h (26)
Local: Centro de Convenções Senac – Santo Amaro (SP)
Endereço: Avenida Engenheiro Eusébio Stevaux, 823, São Paulo, SP
Vitinho entrou no esporte por incentivo dos pais, que tinham o sonho de vê-lo nas piscinas. O atleta nasceu com má formação em uma das pernas e hoje precisa usar prótese
Uma vida dedicada à natação, praticamente desde o nascimento. É assim que se pode resumir a trajetória de Victor dos Santos Almeida, conhecido como Vitinho, 16 anos, o atleta brasileiro mais jovem da delegação que representa o país nos Jogos Paralímpicos de Paris, que começam no próximo dia 28 de agosto. A participação precoce na competição repete o início de sua carreira: ainda aos três meses, o paratleta já frequentava as piscinas.
Vitinho nasceu com má formação no fêmur direito, e, por isso, tem essa perna na altura do joelho esquerdo. Antes de completar um ano de vida, ele foi levado aos médicos para realizar exames e iniciou o uso de próteses. Com todo o processo de adaptação encaminhado, o pai dele decidiu colocar em prática um sonho: matricular o filho na natação. “Esse foi um processo natural: mesmo com a questão da deficiência, ainda bebê eu já estava nas piscinas”, diz.
A primeira competição que Vitinho participou foi interna: aos cinco anos ele entrou em disputa com outros atletas mirins nas provas de uma academia na qual os pais o matricularam. Naquela ocasião, mesmo criança, foi naquele momento que percebeu que gostava do esporte aquático. Aos oito anos ele já começou a fazer testes para entrar em clubes e projetos de iniciação na natação. Com o tempo, foi visto como um atleta com potencial para integrar a seleção.
Foi o que aconteceu entre os anos de 2018 e 2021, quando ele integrou a base da seleção brasileira de natação paralímpica. Agora ele está pronto para representar, pela primeira vez, o Brasil nas Paralimpíadas. Ele vai disputar as provas na classe S9. “Agora tenho a oportunidade de competir contra os melhores do mundo”, diz. Mesmo antes da participação nos Jogos de Paris, Vitinho já fez bonito na França, onde foi disputada uma das etapas do World Swimming Series, em junho deste ano. Na ocasião, o atleta conquistou um ouro e duas pratas.
Nas semanas que antecederam os jogos, o jovem nadador focou nos treinos, de segunda a sábado, alternados entre atividades na piscina, academia, funcional e regenerativo. Em alguns dias, os treinamentos foram em dobro, ou seja, pela manhã e tarde. “É véspera de competição. Então o foco é total na preparação. Só descanso no domingo”, comenta.
Mobilidade garantida desde criança
Ainda que a notícia sobre a má formação no fêmur tenha sido difícil para a família, desde cedo os pais do atleta buscaram a melhor forma de garantir sua autonomia para todas as atividades, seja nos treinos para as competições ou fora da piscina. “Fui levado a vários médicos, até que um deles me indicou a protetização ainda bebê. Tenho minha primeira prótese guardada até hoje. É muito fofa”, conta Vitinho.
Assim como o primeiro equipamento veio cedo, também vieram as primeiras sessões de acompanhamento e fisioterapia. Atualmente, ele conta com uma prótese provisória desenvolvida pela empresa alemã Ottobock. Para a sua condição, ele precisa de um pé e um joelho mecânicos adaptados para serem encaixados em sua perna com má formação. Além disso, a empresa desenvolve uma prótese definitiva à prova d’água para o atleta. O novo equipamento é desenvolvido para que o atleta tenha mais segurança no uso, especialmente em seus treinos, conforme explica Thomas Pfleghar, diretor de academy da Ottobock na América Latina. “Ainda que ele não utilize a prótese nas provas, por ser um atleta da natação o mais recomendável é a tecnologia à prova d’água para não ter preocupação nos bastidores”, afirma.
O desenvolvimento de uma prótese demanda tempo de pesquisa, análise das condições do atleta, fabricação, ajustes e adaptação do utilizador à nova realidade. Esses equipamentos, segundo o diretor da empresa, são feitos com base em análises laboratoriais a partir de pessoas não amputadas, para que as próteses criadas cheguem mais perto do que é um membro humano.
Cada atleta, segundo Pfleghar, tem demandas diferentes, que determinam mais ou menos funções em suas próteses. “Por isso, é importante que um joelho protético forneça segurança quando o usuário se apoia sobre a prótese ou em movimento controlado (quando ocorre flexão e extensão, por exemplo)”, afirma. Após ser entregue a prótese, o atleta recebe treinamento para que saiba usá-la corretamente, e é feito um acompanhamento regular para fazer quaisquer ajustes necessários, explica o diretor.
Como mais uma garantia de mobilidade e bem-estar, Vitinho diz que cuida da prótese como se fosse sua filha. “Não vou deixar jogada, vou ficar bem atento a ela, porque dependo dela para me locomover, de ir e voltar dos meus treinos. A questão do contato do equipamento com a água já não é uma grande preocupação, mas não impede de eu estar sempre com o maior cuidado com ela”, explica.
Seis atletas conquistam o índice para o Mundial de Budapeste na Hungria
FOTOS: Ricardo Bufolin/ECP
O Esporte Clube Pinheiros é o grande campeão do Troféu José Finkel de Natação 2024. A equipe ficou na primeira colocação geral da competição com 2.385,50 pontos; o Unisanta foi o segundo com 2.134,50, e o Minas Tênis Clube o terceiro, com 1.989,00 pontos.
A competição aconteceu de 13 a 17 de agosto, na piscina do Jurerê Sport Clube, em Florianópolis-SC. É o tricampeonato consecutivo do Clube Paulista, que ganhou também em 2022 e 2023. Na história, o Pinheiros soma agora 18 conquistas.
Na categoria masculina o Pinheiros também conquistou o primeiro lugar com 1.268,00 pontos e na feminina ficou com a terceira colocação, com 937,50.
O Troféu José Finkel serviu também como seletiva para o Mundial de piscina curta, que será realizado em Budapeste, na Hungria, em dezembro. Seis nadadores do Clube alcançaram o índice. A CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) divulgará os escolhidos para representar o Time Brasil na competição internacional nos próximos dias.
Grande destaque do Pinheiros em todo campeonato, Caio Pumputis, que ganhou o prêmio de atleta masculino mais eficiente, falou do início do ciclo Olímpico – Los Angeles 2028.
“Um ciclo que começou um pouco diferente, acabamos o ciclo Paris 21024 agora, não era uma coisa que estava na minha cabeça (começar tão bem), mas desde que comecei a me adaptar e nadar rápido com esse estilo de treinamento, colocando em prática uma nova rotina, há sim uma possibilidade. Então vamos ver o que tem a entregar até o final de 2026, 2027, para chegar com tudo em 2028, mas com certeza é um objetivo”, comentou o atleta que conquistou 128 pontos.
Confira a lista dos atletas com índice para o Mundial de Piscina Curta e sua respectiva prova:
Kayky Mota – 100m e 200m borboleta
Caio Pumputis – 50m peito; 100m medley
Fernanda Celidonio – 200m medley
Leonardo Santos – 100m e 200m medley
Kaique Alves – 100m e 200m livre
Ana Carolina Vieira – 100m livre
Confira os medalhistas pelo Clube neste sábado (17)
100m costa feminino
Prata – Maria Luiza Pessanha – 59.81
100m medley feminino
Bronze – Fernanda Celidonio – 1:00.22
100m medley masculino
Ouro – Caio Pumputis – 52.06 (índice)
Prata – Leonardo Santos – 52.56 (índice)
50m livre feminino
Bronze – Beatriz Bezerra – 25.01
50m livre masculino
Prata – Marcelo Chierighini – 21.66
Rev. 4×100 medley feminino
Prata – Maria Luiza Pessanha, Nichelly Lysy, Beatriz Bezerra e Ana Vieira – 4:03.19
Carioca Douglas Matera é campeão nos 100m borboleta e pernambucana Carol Santiago sobe ao lugar mais alto do pódio novamente em Manchester, Inglaterra, nesta terça-feira, 1º; país chega a 101 ouros em 29 anos de participação em Mundiais da modalidade
O carioca Douglas Matera, da classe S12 (baixa visão), conquistou o ouro nos 100m borboleta no Mundial de natação paralímpica de Manchester, Inglaterra, nesta terça-feira, 1º. Esta foi a 100ª medalha dourada do país em 11 edições do Campeonato, que é disputado desde 1994. O Brasil ainda faturou mais sete medalhas no segundo dia da competição. A pernambucana Carol Santiago subiu novamente ao lugar mais alto do pódio ao vencer a prova dos 100m borboleta da classe S12.
A atual edição do Mundial começou na segunda-feira, 31, e reúne 538 atletas de 67 países até o domingo, 6, no Manchester Aquatics Centre. O Brasil é representado por 29 nadadores de 10 estados (CE, MG, PA, PE, PR, RJ, RN, RS, SC e SP), sendo 15 mulheres e 14 homens.
Além dos ouros de Douglas e Carol Santiago, o Brasil também foi ao pódio com a fluminense Lídia Cruz, prata nos 100m livre da classe S4 (limitação físico-motora) e, na mesma prova, mas na classe S6 masculina, o país teve uma dobradinha com o catarinense Talisson Glock, prata, e o fluminense Daniel Mendes, bronze. Nos 100m costas S14 (deficiência intelectual), Gabriel Bandeira ficou com a prata, mesma medalha do revezamento 4x50m livre – 20 pontos, formado por Lídia Cruz (S4), Patrícia Santos (S4) Daniel Mendes (S6) e Talisson Glock (S6).
A delegação brasileira ocupa a sexta posição do quadro de medalhas no Reino Unido, com 12 pódios – três ouros, quatro pratas e cinco bronzes. A Itália lidera com 15 medalhas (nove ouros, duas pratas e quatro bronzes), com a China em segundo (sete ouros, seis pratas e quatro bronzes) e a Grã-Bretanha na terceira colocação (sete ouros, quatro pratas e cinco bronze).
Com os pódios desta segunda-feira, a Seleção Brasileira soma 101 ouros em todos os Mundiais de natação, além de 66 pratas e 93 bronzes. A primeira medalha dourada do país na história foi conquistada em Valletta, Malta, na estreia da competição, em 1994 – um ano antes da fundação do Comitê Paralímpico Brasileiro. De acordo com o levantamento feito pelo professor Rivaldo Araújo da Silva, que estava na missão brasileira à época como membro do governo federal, o feito foi do ex-nadador José Afonso Medeiros, o Caco, no dia 4 de novembro, na prova dos 50m borboleta da classe S7 (limitações físico-motora).
“É sensacional ter o privilégio de ser o atleta a conquistar essa 100ª medalha de ouro, arredondar esta marca. Na natação paralímpica, nós, que temos deficiência visual, disputamos contra nós mesmos. A gente não vê o adversário do lado. Nós fazemos o nosso melhor e torcemos para dar certo. Não foi o meu melhor tempo, mas fiquei feliz de ter batido na parede em primeiro”, disse Douglas, que já conquistou a medalha de bronze nos 100m costas neste Mundial e nasceu com retinose pigmentar, uma mutação genética hereditária, que causa perda gradual de visão.
Na decisão, o brasileiro fez o tempo de 58s28 e superou o recordista mundial da prova e anfitrião Stephen Clegg, da Grã-Bretanha, prata com a marca de 58s41. O pódio foi completado por Raman Salei, do Azerbaijão (58s73).
No Mundial do ano passado, na Ilha da Madeira, em Portugal, o carioca quase foi impedido de competir, porque, no entendimento dos classificadores, sua baixa visão não era o suficiente para integrar o Movimento Paralímpico. Após recorrer e conseguir nadar na competição, na classe S13, o atleta passou por uma reclassificação no World Series do México, o Circuito Internacional do Comitê Paralímpico Internacional (IPC,na sigla em inglês). Então, foi constatada uma piora na sua visão e, hoje, ele está na classe S12. “Refleti muito sobre tudo isso, mas é um assunto superado”, completou Douglas.
A 101ª medalha dourada do Brasil em Mundiais veio com a pernambucana Carol Santiago. Após ser campeã nos 100m costas no primeiro dia da competição, a atleta também subiu ao lugar mais alto do pódio nos 100m borboleta, com o tempo de 1min05s68. A prata ficou com a espanhola Maria Delgado (1min06s87), e o bronze, com a italiana Alessia Berra (1min06s98).
“Passamos por um momento em que não tínhamos plateia [pandemia]. A gente não escutava as pessoas gritarem. E, hoje, elas podem gritar para quem for. Eu estou achando ótimo. Acho que estão torcendo para mim. Por isso, eu entro com o sorriso. Também entrei com vontade de fazer o hino nacional tocar duas vezes depois da vitória do Douglas”, disse a pernambucana, que nasceu com síndrome de Morning Glory, alteração congênita na retina que reduz seu campo de visão.
Na primeira final com atleta do Brasil nesta terça-feira, a fluminense Lídia Cruz conquistou a medalha de prata nos 100m da classe S4 (limitações físicas-motoras). A nadadora fez a distância em 1min29s43 e foi superada pela alemã Tanja Scholz, ouro com o tempo de 1min22s18. O bronze foi da também alemã Gina Boettcher (1min30s31).
“Foi uma prata com gosto de ouro. Nadei ao lado da recordista mundial [Tanja]. É muito bom saber que o trabalho no ciclo, pensando nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, tem sido positivo”, disse Lídia, que tem mielomeningocele, além de uma má-formação na coluna, que afeta os membros inferiores. Na adolescência, ela ainda teve uma lesão encefálica que afetou os movimentos dos membros superiores.
Na decisão dos 100m livre da classe S6, o Brasil foi representado por dois atletas e ambos subiram ao pódio. O catarinense Talisson Glock ficou com a prata ao terminar a disputa em 1min04s76, enquanto o fluminense Daniel Mendes faturou o bronze (1min05s14). O ouro foi do italiano Antonio Fantin, que quebrou o recorde mundial da prova com a marca de 1min02s98.
“Fiquei feliz. Não só pela medalha, mas também pelo tempo. O melhor tempo da minha vida. Eu treino para provas mais longas, mas foi excelente começar nos 100m livre. Eu me dediquei muito para estar aqui. Estou procurando ser mais constante na minha carreira e, neste ano, tenho nadado bem”, avaliou Talisson, que foi atropelado, aos nove anos, por um trem e perdeu o braço e a perna esquerdos.
“A estratégia deu certo. Não esperava nadar tão bem na final. Nas eliminatórias, estava um pouco nervoso. Ajustamos algumas coisas para a decisão e foi melhor do que eu esperava”, completou Daniel, que descobriu que tinha paraparesia espástica, doença que limita os movimentos dos seus membros inferiores, por volta dos três anos de idade.
As últimas medalhas brasileiras do dia foram as pratas do paulista Gabriel Bandeira, nos 100m costas S14, e do revezamento 4x50m livre – 20 pontos. Gabriel fez a distância em 59s05 e foi superado pelo australiano Benjamin Hance (57s26). O bronze ficou com o dinamarquês Alexander Hillhouse (59s86).
“Estou feliz por esta medalha. Ontem [segunda-feira], fiquei fora do pódio e em uma prova que era o campeão mundial. Agora, essa conquista veio para levantar o ânimo para o restante da competição”, explicou Gabriel.
No revezamento, o time brasileiro formado por Lídia Cruz, Patrícia Santos, Daniel Mendes e Talisson Glock ficou em segundo, com a marca de 2min23s65. A China foi ouro (2min18s58) e a Ucrânia, bronze (2min25s93).
Em outras finais com brasileiros, o paulista Samuel de Oliveira ficou em quarto lugar nos 50m costas, com a marca de 35s02, melhor do que feito nas eliminatórias (35s65). Os chineses Weiyi Yuan (32s73), Lichao Wang (32s92) e Jincheng Guo (33s71) foram os medalhistas. Nos 150m medley SM3, a gaúcha Susana Schnarndorf também ficou na quarta posição (3min34s39), assim como a mineira Laila Suzigan nos 100m livre S6 (1min16s03).
Outra mineira que ficou na quarta posição foi Ana Karolina Soares, que terminou a final dos 100m costas S14 com o tempo de 1min10s16. O paulista Guilherme Batista terminou os 100m peito SB13 (baixa visão) na sexta colocação (1min13s10).
Confira as quantidades de medalhas de ouros conquistadas pelo Brasil por edições de Mundial:
Manchester 2023 – 3 (em andamento) Madeira 2022 – 19 Londres 2019 – 5 México 2017 – 18 Glasgow 2015 – 11 Montreal 2013 – 11 Eindhoven 2010 – 14 Durban 2006 – 12 Mar Del Plata 2002 – 5 Christchurch 1998 – 1 Valletta 1994 – 2
Confira a programação dos brasileiros nesta quarta-feira, 2 (horários de Brasília):
100m peito SB14 masculino – 5h05 – eliminatórias Gabriel Bandeira João Pedro Brutos
País faturou ainda quatro bronzes em Manchester, na Inglaterra e Carol conquista seu 99º ouro em mundiais
O Brasil subiu ao pódio cinco vezes nesta segunda-feira (31), primeiro dia do Campeonato Mundial de natação paralímpica, em Manchester (Inglaterra). A pernambucana Carol Santiago faturou o primeiro ouro para ao país ao vencer a prova dos 100 metros costas, na classe S12 (baixa visão). A brasileira deixou para trás a australiana Jenna Jones, prata (1min12s27), e pela espanhola Maria Delgado (1min12s65).
“Estou muito emocionada. Nem sei muito o que pensar. Estava na expectativa para nadar logo, mas as provas estavam atrasadas. Ainda bem que deu tudo certo. A gente só começou a competição. O programa é grande. Amanhã tem mais. Agora, eu preciso me organizar e baixar a euforia para nadar novamente”
comemorou Carol, em depoimento ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)
Os quatro bronzes foram conquistados por Cecília Araújo, classe S8 (limitação físico-motora) nos 400m livre; Samuel Oliveira, classe S5 (comprometimento físico-motor), nos 50m livre; Douglas Matera, classe S12, nos 100m costas; e Phelipe Rodrigues, classe S10 (limitação físico-motora), nos 50m livre.
A edição deste ano vai até o próximo domingo (6 de agosto), com transmissão ao vivo na conta do Comitê Olímpico Internacional (Paralympic Games) no YouTube. As provas no Mundial ocorrem em dois períodos: as eliminatórias são disputadas de madrugada (no horário de Brasília), e as finais no turno da tarde.
A competição começou hoje (31) com 538 atletas de 67 países, entre esses estão 29 nadadores brasileiros (15 mulheres e 14 homens). A maioria da delegação nacional – 19 nadadores – têm comprometimentos físico-motores, cinco atletas têm deficiência visual, e os outros cinco se enquadram nas classes de deficiência intelectual.
Carol Santiago é campeã mundial nos 100m costas e Brasil conquista seu 99º ouro em Mundiais de natação! 💚💛
Competição serviu de seletiva para Mundial de Esportes Aquáticos
A edição 2023 do Troféu Brasil de natação chegou ao final na noite de último sábado (3). E o grande campeão da competição, disputada no Complexo Esportivo e Aquático Santos Dumont, em Recife, foi o Esporte Clube Pinheiros, que somou 2109 pontos até alcançar a conquista.
O Minas Tênis Clube ficou em segundo (1635,50 pontos) e a Unisanta fechou o pódio (1518 pontos).
A competição também serviu como seletiva para a seleção principal que representará o Brasil em julho no Campeonato Mundial de Fukuoka (Japão) e para o Mundial Junior de Natação.
Foto: Ricardo Bufolin/ECP
Na seleção principal, 26 atletas foram convocados para a disputa do Mundial de Esportes Aquáticos.
A delegação contará com 12 mulheres e 14 homens, com destaque para o trio que fez os melhores índices em relação ao ranking mundial de 2022: Gabrielle Roncatto, nos 400 metros livre, e Viviane Jungblut e Beatriz Dizotti, nos 1500 metros livre.
O torneio disputado em Recife também serviu para definir os nomes convocados para o Mundial Junior, disputado em Netanya (Israel) em setembro.
A competição contará com a participação de 11 brasileiros, entre eles integrantes da seleção que disputou o último Mundial Junior, em Lima (Peru).
Com 13 olímpicos, lista foi fechada depois do Troféu José Finkel
A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) definiu os nomes que irão compor a seleção brasileira no Campeonato Mundial de Piscina Curta, de 25 metros (m) de Abu Dhabi, no mês de dezembro. O grupo de vinte atletas foi convocado no início da noite deste sábado (14), logo depois da realização da última etapa do Campeonato Brasileiro Absoluto de Natação Troféu José Finkel, na Arena ABDA, em Bauru, no interior de São Paulo.
Foram chamados: Caio Pumputis (200 m medley), Nicholas Santos (50 m borboleta), Fernando Scheffer (200 m livre), Leonardo Santos (200 m), Gabriel Fantoni (50 m costas), Felipe Lima (100 m peito), Guilherme Guido (100 m costas), Murilo Sartori (200 m livre), Gabrielle Roncatto (400 m livre), Jhennifer Conceição (50 m peito), Brandonn Almeida (400 m medley), Nathalia Almeida (400 m livre), Vinicius Lanza (100 m borboleta), Leo de Deus (200 m borboleta), Guilherme Costa (400 m livre), Viviane Jungblut (800 m livre), Gabriel Santos (100 m livre), João Gomes Jr (50 m peito), Giovanna Diamante (200 m borboleta) e Pâmela Alencar (200 m peito).
Dos nomes selecionados, 13 estavam na equipe olímpica de Natação em Tóquio 2020. A lista foi formada levando em consideração os 20 melhores resultados dos atletas brasileiros em relação ao Mundial de 2018. Destas 20 vagas, seis estavam reservadas para as nadadoras do Brasil.
“O Brasil tem uma tradição muito grande no Campeonato Mundial em piscina de 25 m. Essa seleção formada aqui tem tudo para chegar lá e fazer bonito em mais um Mundial”
disse Gustavo Otsuka, gerente de Natação da CBDA, à assessoria da entidade
O Campeonato Mundial de Natação de 2021 será realizado entre os dias 16 e 21 de dezembro em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos.
Ana Marcela, garantida em Tóquio, brasileira vence prova de 10 quilômetros
A baiana Ana Marcela Cunha, classificada para a Olimpíada de Tóquio (Japão), conquistou nesta segunda-feira (14) a medalha de ouro no Campeonato Italiano Absoluto de Águas Abertas, em Piombino, na região da Toscana (Itália).
A atleta completou o percurso da prova de 10 quilômetros 2h05m04, deixando para trás a alemã Lea Boy (2h05m07) e a italiana Ginevera Taddeuci (2m05s08), prata e bronze, respectivamente.
É OURO! 🥇
Ana Marcela conquista a medalha de ouro na prova de 10 km do Campeonato Italiano Absoluto de Águas Abertas
Ana Marcela Cunha segue na Europa em preparação para os Jogos de Tóquio. No próximo domingo (20), o país pode ampliar a delegação em Tóquio: Allan do Carmo e Diogo Villarinho disputam o Pré-Olímpico de Maratonas Aquáticas em Setúbal (Portugal).
Para Maria Emma Hulda Lenk Zigler, 87 anos, o bordão há males que vêm pra bem serve como uma luva. Filha de alemães que imigraram para o Brasil em 1912, a menina contraiu uma pneumonia dupla aos 10 anos, em 1925, quando morava em São Paulo.
O pai e desportista, Paul Lenk, encontrou na prática da natação a saída para a cura da filha. O que começou como um remédio tornou-se rotina em sua vida, transformando-a na pioneira da natação feminina brasileira, ícone de sua geração e lenda viva para os que se aventuram no esporte.
Interessante também é que as primeiras braçadas rumo à glória começaram em pleno rio Tietê, na capital paulista, que na década de 1920 tinha águas cristalinas, ao contrário da poluição que carrega hoje. Nadava ao lado dos peixes, lembra a campeã. Hoje, morando no Rio de janeiro, ela ainda treina nas piscinas, com a alma de criança que ganha a liberdade nas águas, e tem saúde pra dar e vender. Maria Lenk fez história na natação brasileira e mundial. Em 1932, aos 17 anos, ela embarcou rumo aos Estados Unidos para disputar os jogos Olímpicos de Los Angeles.
A primeira prova de fogo, no entanto, começou durante a viagem. A tripulação do navio Itaquecê, formada por 68 atletas, teve que vender cerca de 50 mil sacas de café pelos portos onde passavam. O objetivo do negócio era custear a viagem da delegação e o resultado é que só 45 esportistas desembarcaram no porto de São Pedro, na Califórnia. Destes, 44 eram homens e apenas uma mulher, Maria Lenk. Embora não tenha conquistado a tão sonhada medalha, ela foi a única mulher sul-americana a participar das competições.
Com um maio emprestado, nadou nos 1OOm livre, 100 costas e chegou às semifinais dos 200m peito. Três anos depois, em 1935, a consagração veio com a conquista de três medalhas de ouro no Campeonato Sul-Americano de natação Maria Lenk, já mais madura e melhor preparada, participou dos jogos olímpicos de Berlim, em 1936, quando entrou para a história ao inventar o nado borboleta e encantar o mundo. Acompanhada de Piedade Coutinho, ScylIa Vanâncio e Sieglind Lenk, ela voltou sem medalhas, mas trouxe como bagagem o respaldo do reconhecimento internacional.
O sonho do ouro Olímpico, mais uma vez foi adiado para os jogos de Tóquio, em 1940. Mas as bombas da 2a Guerra Mundial cancelaram as competições. Faleceu em 2007, aos 92 anos.
Até hoje, Maria Lenk tem admiração e respeito de toda a comunidade aquática, inclusive por aqueles que não a conheceram pessoalmente ou nem a viram dar suas braçadas em alguma piscina deste mundo.
Quando se fala em natação aqui no Brasil, seu nome logo vem a mente graças a sua carreira exemplar e pioneira dentro da piscina e aos legados deixados para futuras gerações. Tudo isso faz de Maria Lenk uma personagem de suma importância para o esporte olímpico brasileiro. Uma mulher forte que não deixou de nadar até o último dia de sua vida. Reproduzimos aqui uma entrevista dela ao site do Conselho Federal de Educação Física em 2002. Abre Aspas:
“Qual a opinião da senhora sobre a regulamentação do Profissional de Educação Física?
Confesso que após me aposentar não tenho acompanhado muito a questão da regulamentação. Li recentemente, por exemplo, que estavam reformando tudo e que a partir de agora a prática de Educação Física seria obrigatória nas escolas de primeiro grau. Nos anos 1960, 1965 por aí, já formávamos Comissões de Diretores de escolas no país, para discutir isto. Nesta época, estabelecemos um monte de regras, inclusive, tornando obrigatória a prática de Educação Física nas escolas superiores. Isto tudo foi morrendo. Fiquei ainda, dois anos depois de me aposentar, na universidade, onde mais de seis mil alunos de todos os cursos praticavam Educação Física diariamente como disciplina obrigatória. De qualquer forma, acho que estão bem intencionados e já era tempo de isto acontecer.
A senhora acha que a aprovação desta lei foi uma conquista para os Profissionais de Educação Física?
Em 1938, quando me formei com a primeira turma de Educação Física, existia a obrigatoriedade. Havia cursos para técnicos de futebol. Não era só a pessoa chutar a bola para ser técnico, precisava da formação. Os alunos deste curso faziam um ano de medicina esportiva. Até para ser massagista era preciso ter diploma. A volta da obrigatoriedade é boa, mas deveríamos estar muito mais avançados.
Como a senhora vê os que exercem a Profissão de Educação Física sem a devida formação?
Os que exercem a Educação Física sem serem formados são intrusos. Hoje, ainda se vêem em grandes clubes ex-atletas tomando o lugar de profissionais. Isto não é certo, é uma intromissão. Não está certo a pessoa assistir a algumas aulas de natação e virar professor. Além de ilegal, isto é perigoso para o aluno. É como uma farmácia? Que precisa de um profissional para não vender remédios errados. Durante um treinamento, surgem fenômenos que só o profissional de Educação Física identifica. Só ele pode orientar corretamente o aluno.
Na década de 1930, o regulamento da Federação Internacional de Natação (FINA), que determinava as regras para a natação, exigia, para o nado clássico (peito), que os braços fossem simultaneamente para frente e para trás, mas não especificava se por dentro ou por fora d’água. O norte-americano Higgens fez uso desse lapso do regulamento e levou os braços para frente e por fora d’água.
Maria Lenk leu sobre isso em revistas especializadas, experimentou o método no Brasil e o aperfeiçoou, deslizando os braços mais à frente, e movimentando as pernas juntas para dentro e fora d’água, ganhando impulso. Resultado: em 1936, nos Jogos Olímpicos de Berlim, ela se tornou a primeira mulher a nadar o estilo borboleta.
A glória, porém, não tardou. Dois anos depois, ela fez uma excursão por 20 grandes cidades dos Estados Unidos numa equipe de seis nadadores. A partir de então, o nome de Maria Lenk é registrado na memória dos desportistas aquáticos como uma das maiores nadadoras de todos os tempos. Ainda em 1942, Maria Lenk se aposentou, depois de viver e fazer um curso de Educação Física em Springfield, nos Estados Unidos.
Quando retornou ao Brasil, fundou o curso de Educação Física na Universidade do Brasil, hoje a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Apesar da aposentadoria, ela não abandonou as piscinas. Em 2000, ela ganhou sete medalhas de ouro e bateu 12 recordes mundiais em Munique, na Alemanha. Além disso, é recordista nos 50m borboleta.
Saudades do rio Tietê? Talvez. Mas a época, com seus 87 anos, dava suas braçadas na piscina olímpica do Flamengo. Esbelta e se movimentando de um lado para o outro, ela pode ser vista constantemente na piscina da Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro. Talvez, quem a encontre hoje não imagine que ela seja um mito da natação. O maior prêmio de uma vida dedicada ao esporte está, segundo ela em se fazer o que gosta.”