Categoria: Esporte

  • Sucesso! Skate Run reune mais de 1500 participantes em São Paulo

    Sucesso! Skate Run reune mais de 1500 participantes em São Paulo

    Tradicional evento de skate foi realizado no Centro de São Paulo (SP)

    A edição de 2024 da Skate Run foi realizada na manhã deste domingo (22) no Centro Histórico de São Paulo (SP). Mais de 1.500 skatistas de diversas idades participaram da prova, considerada a maior corrida de skate do mundo.

    Os participantes foram divididos entre os percursos de 6 km e 3 km, passando por cartões-postais da capital paulista, como as avenidas Ipiranga e São João. A largada e a chegada ocorreram no Viaduto do Chá, em frente à Prefeitura de São Paulo.

    O evento, de participação gratuita, fez parte das atividades oficiais da Virada Esportiva e contou com grandes nomes do skate brasileiro, como Beto Or Die, Paulo Folha, Fernando Bathman, Douglas The Flash, Murilo Romão e Sandro Dias, que organizou a Skate Run por meio do seu instituto.

    No percurso completo, de pouco mais de seis quilômetros, os skatistas enfrentaram muitas subidas e precisaram dosar suas energias para manter o ritmo até o final. O trajeto mais curto, de 3 km, também atraiu muitos participantes nessa primeira manhã de primavera.

    No feminino, Sofia Macedo, de 19 anos, venceu a prova. Acostumada com downhill e street, a paulistana completou o percurso em 28min46s270, superando Kimberly Lorena Gomes Garcia e Larissa Alexandre Fernandes.

    “As ladeirinhas e as subidas foram as mais difíceis, quebraram mesmo. Foi bem cansativo! Em alguns pontos eu me senti bem, mas consegui vencer e estou feliz”, comentou Sofia.

    No masculino, a chegada foi quase de photo finish, com vitória do curitibano Vitor Abiel Bazzi de Jesus, que cruzou a linha de chegada com dois segundos de vantagem sobre o paulista Gilberto Sousa Conceição. “Foi muito irado esse campeonato, é um dos mais legais. A vibe da galera é muito divertida. Minha estratégia foi remar o mais forte que consegui pelo maior tempo possível. As pernas pediram arrego, mas não pode desistir. Tem que encontrar força de algum lugar pra continuar”, disse Vitor, de 21 anos.

    Crianças e adolescentes do Instituto Sandro Dias também participaram do evento, que chegou à sua sétima edição nesta temporada. A entidade, liderada pelo hexacampeão mundial Sandro Dias, promove um programa que integra skate e educação, oferecendo oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional em Santo André (SP).

    “Para mim, é muito gratificante dar a oportunidade para eles participarem de um evento grande como a Skate Run. O Instituto é algo novo na minha vida, e proporcionar isso para as crianças é muito bom”, declarou Sandro Dias.

    A Skate Run contou com uma equipe de 120 pessoas envolvidas na produção, organização e montagem da pista, consolidando-se como o maior evento de corrida de skate do mundo. Dárcio França e Fernando Bathman, que já estavam à frente da prova em anos anteriores, repetiram a parceria em 2024.

    “Tivemos pouco menos de 30 dias para mobilizar toda a estrutura, o planejamento e a produção de um evento dessa magnitude. Estamos muito felizes por tudo ter dado certo, com dever cumprido. Em quatro dias já tínhamos alcançado a marca de mil inscritos”, revelou Dárcio França.

    Famílias completas, crianças, deficientes e até os pets liderados pela vira-lata Mel deram o tom nesta edição 2024. 

    Fotos oficiais —https://photos.app.goo.gl/5BCafsbnV6UDa4Hp9

    Resultado Final Skate Run 2024

    Feminino 6K

    • 1ª – Sofia Macedo de Melo – 28min46s270
    • 2ª – Kimberly Lorena Gomes Garcia – 31min47s030
    • 3ª – Larissa Alexandre Fernandes – 31min51s590

    Masculino 6K

    • 1ª – Vitor Abiel Bazzi de Jesus – 14min44s310
    • 2ª – Gilberto Sousa Conceição – 14min46s390
    • 3ª – Vitor Pereira Salazar – 14min48s230

    Feminino 3k

    • 1ª – Diecilene de Souza – 16min08s010
    • 2ª – Yasmin Reis – 18min37s290
    • 3ª – Vanessa Azeredo – 18min42s360

    Masculino 3k

    • 1º – Marcio Ferrari Martins – 14min45s750
    • 2º –  Ubirajara Coelho – 15min07s700
    • 3º – Adelson Carvalho  – 15min22s530

    Sobre a Skate Run

    Fundada em 2013, a Skate Run já começou como a maior corrida de skate do mundo! Suas edições anteriores passaram por locais icônicos como o Pacaembu, Minhocão, Ibirapuera, Avenida 23 de Maio e Santo André, no ABC Paulista. O Centro Histórico de São Paulo foi o cenário da última edição e será novamente o palco em 2024.

    A Skate Run é um evento que une amigos, família e amantes do esporte, todos com o objetivo de se divertir!

  • Vamos relembrar: Senna fala sobre vida e carreira

    Vamos relembrar: Senna fala sobre vida e carreira

    Abaixo, alguns trechos de entrevista histórica de Ayrton Senna à jornalista Mônica Bérgamo para a revista Playboy em agosto de 1990

    PLAYBOY: O Nelson Piquet alimentou a discussão ao declarar que você não gosta de mulher. Como isso o afetou?

    SENNA: Fiquei… muito triste. Foi uma campanha altamente destrutiva. Não me anularam na pista, quiseram me derrotar pelo lado pessoal. Falharam mais uma vez.

    PLAYBOY: Essas insinuações acabaram envolvendo Américo Jacoto Júnior, assessor que o acompanhava em quase todas as corridas. E você o demitiu, não foi?

    SENNA: O Júnior… ele era um amigo de infância, era como um irmão para mim. Foi muito triste usarem um argumento tão absurdo, tão mentiroso, para me destruir e atingir alguém de quem eu gosto. Mas não foi uma demissão. Na verdade, o Júnior era mais um amigo do que um assessor. Tinha acabado a faculdade, estava à toa, e eu o convidei para viajar. Foi ótimo, porque ele conheceu o exterior, aprendeu idiomas, e era uma companhia excepcional…

    PLAYBOY: Vocês não se afastaram por causa da polêmica criada pelo Piquet?

    SENNA: É, existiu um afastamento, a amizade nunca mais voltou a ser a mesma. Foi uma destruição muito grande… [Senna fica tenso e faz um longo silêncio.] É melhor ficar quieto. Eu ia falar uma coisa aqui… não quero falar.

    PLAYBOY: O quê?

    SENNA: Não, não… nada.

    PLAYBOY: Alguma coisa sobre esse assunto?

    [Senna desliga o gravador e faz um desabafo emocionado sobre Piquet. Pede para que se mude de assunto.]

    PLAYBOY: Por que você não aproveita e esclarece o episódio de uma vez?

    SENNA: [Silêncio.]

    PLAYBOY: Você o processou por isso. A retratação dele na Justiça foi suficiente?

    SENNA: Irrelevante. Ele negou que tinha dito. Foi tudo um jogo baixo, sujo.

    PLAYBOY: Você namorou a Katherine, atual mulher dele, antes de os dois casarem, não é?

    SENNA: Não namorei. Mas… eu a conheci.

    PLAYBOY: Conheceu como?

    SENNA: [Emocionado.] Eu a conheci como mulher. É curto e grosso. Eu a conheci como mulher.

    PLAYBOY: Você nunca havia dito isso. Não seria um motivo suficiente para que Piquet não lançasse dúvidas a seu respeito?

    SENNA: Não há nada que sustente o argumento de que eu não gosto de mulher.

    PLAYBOY: Você acha que…

    [Senna desliga o gravador, negando-se a responder qualquer outra pergunta sobre o assunto.]

    PLAYBOY: Sua paixão pelas corridas dá a impressão, às vezes, de que você não pensa em nenhuma outra coisa. Só em carros.

    SENNA: Quando estou trabalhando, meu compromisso com a vitória é total. Não tenho tempo de falar com a imprensa sobre o que eu acho ou deixo de achar. Isso só acontece em momentos especiais. Como nesta entrevista. São oportunidades raras, mas tão ricas em qualidade que mesmo quem me acha frio, sem perceber, acaba gostando de mim.

    PLAYBOY: Você é uma pessoa solitária?

    SENNA: A solidão me toca em muitos momentos. Mas tenho fé de que vou encontrar a pessoa ideal para dividir minha vida. Sou inquieto, faço com que as coisas aconteçam. No campo emocional, porém, assumi uma paz interior, reforçada pela ideia de que na hora certa essa pessoa vai chegar. Cabe a mim ter paciência. Por outro lado, não vivo sozinho. Estou em contato diário com aqueles que amo no Brasil. Telefono para meus pais, para meus irmãos, Viviane e Leonardo, mais de uma vez por dia. Nunca estou só. Nunca estive só.

    PLAYBOY: O segundo casamento está em seus planos?

    SENNA: Por que não? Só que pretendo acertar em cheio desta vez. Quero ter filhos — um casal seria muito bom. Mas não podemos escolher, não é? Depende da vontade de Deus.

    PLAYBOY: Quando seu filho fizer 4 anos, você vai dar a ele um carrinho de kart, como seu pai fez com você?

    SENNA: Se ele demonstrar aptidão guiando carros no colo do pai, como aconteceu comigo, tudo bem. Mas não incentivaria. Mostraria outros caminhos e o apoiaria naquilo que ele sentisse amor. A identificação com carros, com corridas, teria que nascer nele. Eu não despertaria.

    PLAYBOY: Onde está aquele carrinho?

    SENNA: Virou sucata em algum ferro velho. Brinquei com ele alguns anos, até meu pai me comprar um kart verdadeiro. O antigo ficou para meu irmão mais novo, o Leo. Um dia, ele estava brincando na metalúrgica do meu pai. Dirigia rápido, mas era distraído. Começamos a chamar, o Leo olhou para trás e continuou acelerando. Escorregou na pista, bateu num muro e por pouco não parou embaixo de um caminhão. Meu pai ficou tão desgostoso que jogou o brinquedo fora.

    PLAYBOY: Você lembra de sua primeira corrida?

    SENNA: Da primeira, da segunda, da primeira vitória… Lembro de tudo. Competi pela primeira vez aos 8 anos, num balneário em São Paulo. Meu pai não queria, porque só tinha marmanjo de 18 anos. Mas entrei e curti adoidado. Me deram uma colher de chá, e fui o primeiro a sortear posição, num capacete cheio de papeizinhos. Peguei o número 1 — minha primeira pole! Eu era tão pequeno, tão leve, que meu carro andava mais que todos, e fiquei na ponta um montão de voltas. Os grandes se pegavam nas curvas, mas nas retas eu mandava ver, sumia. Faltavam três voltas quando um deles deu uma pancada atrás do kart. Capotei e fiquei fora. Mas quase venci.

    PLAYBOY: Quem eram seus ídolos naquela epóca?

    SENNA: O fackie Stewart, o Gilles Villeneuve, o Niki Lauda e, sem dúvida, o Émerson Fittipaldi. Ele era o maior.

    PLAYBOY: Parece que você não acelerava muito na escola, não é? Ficava em recuperação, passava por conselho de classe…

    SENNA: No ginásio até que ia bem, sentava nas primeiras carteiras da classe. Perdi o pique no colegial. Já construía meus castelinhos, sonhava em me dedicar de corpo e alma ao automobilismo. Comecei a sentar no meio, no fundão, a colar nas provas. Certa vez, um amigo chegou a fazer exame por mim. Valeu pelo menos, passei de ano! Mas foi o cúmulo. Depois, por inércia, entrei na faculdade de Administração de Empresas da FAAP, em São Paulo. Minha cabeça, porém, estava em outra: cursei um mês, tranquei matrícula e pouco depois fui para a Europa. Aí começou tudo.

    PLAYBOY: E como foi sentar em um carro de F-1 pela primeira vez?

    SENNA: Uma experiência incrível. Foi em julho de 1983, em Donnington Park, um dia depois do GP da Inglaterra [Senna, que corria na Europa desde 1981, em categorias inferiores, estreou profissionalmente na Fórmula 1 em 1984, quando assinou contraio com a Toleman]. O Frank Williams, dono da Williams, me convidou para andar no carro. Parecia um sonho ver de perto aquela tremenda máquina, altamente sofisticada, campeã do mundo, um privilégio permitido a apenas dois pilotos. Era gostoso saber que eu ia fazer o motor funcionar, colocar a marcha e sair pelo boxe. Aquele dia não era da Williams, não era de ninguém. Era só meu. Liguei o carro, e bati o recorde da pista. É uma grande recordação. Lembro que cheguei perto da máquina, fiquei olhando, fiz carinho, dei uns tapinhas e falei para ela: “É hoje! É hoje!”

    PLAYBOY: Você conversou com o carro?

    SENNA: É… pode crer!

    PLAYBOY: Esse diálogo é constante?

    SENNA: Não, só aconteceu naquele dia. Meu papo é com outra pessoa — é com Ele, lá em cima. E isto vem se acentuando nos últimos dois anos. Tenho tido experiências fantásticas. Uma nova vida se abriu diante de mim.

    PLAYBOY: Esse seu, digamos, diálogo com Deus começou em 1988, em Mônaco, quando você liderava a prova com quase 1 minuto de vantagem sobre o Alain Prost e bateu o carro sozinho no guard-rail?

    SENNA: Exatamente. Aquilo não era apenas um erro de pilotagem. Era a consequência de uma luta interna que me paralisava e tornava vulnerável. Eu tinha uma abertura para Deus e outra para o diabo. O acidente foi um sinal de que Deus estava ali me esperando, para me dar a mão. Bastava eu dizer que queria. Foi uma experiência incrível. Ouvir falar de Deus é uma coisa. Mas eu experimentei, diante dos meus olhos, dos meus sentidos — o que é bem diferente. Não existe equívoco, não existe dúvida, não existe mal entendido. É uma verdade.

    PLAYBOY: Que outras experiências você teve?

    SENNA: Se conversar sobre minha vida amorosa é algo extraordinário, falar sobre Deus é ainda mais fora do comum. É muito, muito especial. É meu mundo. Aos olhos das pessoas comuns, que não têm fé, tudo é loucura, bobagem. Por isso, fica uma situação incômoda para mim. Ao mesmo tempo, por que não dividir experiências com as pessoas que, como aconteceu comigo, procuram a vida nova?

    PLAYBOY: E como são os sinais que você recebe?

    SENNA: Depois do acidente de 1988, Ele começou a falar comigo através da Bíblia. Eu pegava o livro orando, expondo meus sentimentos, pedindo luz. E abria exatamente onde estavam as respostas de coragem, determinação e força.

    PLAYBOY: Já lhe aconteceu algo mais concreto?

    SENNA: Vou contar uma experiência recente. No Grande Prêmio de Mônaco deste ano, em maio, percebi nos treinos de sábado que meu carro estava desequilibrado, sem possibilidade real de vitórias na corrida de domingo. A McLaren do Gerhard Berger, meu companheiro de equipe, apresentava os mesmos problemas. Bem, vencer em Montecarlo era muito importante, e expliquei isso a Deus. Ele sabe de tudo o que se passa em nosso coração. Mas é necessário se entregar através da oração. Foi o que eu fiz. Quando chegou o domingo, ainda no warm-up [o aquecimento que os pilotos fazem nos carros pela manhã], tive uma sensação e uma visão. Consegui me enxergar de fora do carro. Em volta da máquina e do meu corpo, existia uma linha branca, uma espécie de onda, que se traduziu para mim como força e proteção.

    PLAYBOY: Você conseguiu se ver?

    SENNA: Hã-hã.

    PLAYBOY: Saiu do seu corpo?

    SENNA: Hã-hã. Entrei em outra dimensão. Tive uma paz incrível, e a certeza de que estava equilibrado, de corpo e alma, inteiro. Não tinha canto sobrando, estava tudo redondo, em harmonia. Geralmente, antes de largar, fico na minha, quietão. Dessa vez, até sorri. Saí do boxe, com aquele mesmo carro que um dia antes apresentou problemas, e os defeitos… pã! Desapareceram! Estavam lá, mas não me incomodavam. Depois da corrida, o Berger veio conversar comigo, e disse que o carro dele continuou trepidando. Eu apenas sorri, não entrei em detalhe. Só que, comigo, não aconteceu nada.

    PLAYBOY: Você lê a Bíblia diariamente?

    SENNA: Não. Mas, às vezes, mais do que uma vez por dia. É nela que aprendo pouco a pouco sobre o Deus poderoso, que criou o céu, a Terra, o universo.

    PLAYBOY: E à igreja, você vai?

    SENNA: Gosto quando ela está vazia, tranquila, em paz. Sou católico, mas não curto missa. Não tem nada de especial nem de gostoso nesse culto.

    PLAYBOY: Principalmente se alguém o reconhece e vem rogar um autógrafo, não é?

    SENNA: Não é isso. Acontece que o ritual não tem nada a ver, é muito superficial. Não é o meu culto, com certeza.

    PLAYBOY: Quando venceu o GP do Japão. em 1988 e conquistou o primeiro título mundial, você declarou que chegou a ver Deus nas duas últimas curvas da prova. Como foi isso?

    SENNA: Eu estava agradecendo a Ele pela vitória. Deus me deu um campeonato de luta, conquistado na penúltima prova do ano, como todo piloto sonha. Era um presente enorme. Mesmo orando, eu estava superconcentrado, me preparando para uma curva longa, de 180 graus, quando vi a imagem de Jesus. Ele era tão grande, tão grande… Não estava no chão. Estava suspenso, com a roupa de sempre, a cor de sempre, e uma luz em volta. Seu corpo inteirinho subia para o céu, alto, alto, alto, ocupando todo o espaço. Ao mesmo tempo em que tinha essa imagem incrível, eu guiava um carro de corrida. Guiava com precisão, com força, com… [comovido] com tudo… É de enlouquecer, não é? É de enlouquecer!

    PLAYBOY: Você não enxergava mais nada?

    SENNA: Exato. Não dá para descrever. Eu falava com Deus, e Ele pintou. Simplesmente se mostrou diante de mim.

    PLAYBOY: Em que mais você pensava nesta hora?

    SENNA: Cruzei a linha de chegada urrando dentro do capacete. Batia na cabeça, não acreditava, comecei a chorar. Dezenas de pessoas da equipe falavam comigo pelo rádio, e eu agradeci especialmente ao Steve Nichols, meu engenheiro. Gritei muita coisa que não posso revelar.

    PLAYBOY: Palavrões?

    SENNA: [Rindo.] É. Entre outras coisas. Foi uma explosão de sentimentos. Aqueles segundos consagravam uma vida inteira de trabalho, desejo, sonho e vitória. Foi uma conquista real, um campeonato indiscutível, de vitórias tremendas, e não um campeonato ganho por pontinhos.

    PLAYBOY: Por vitórias ou por pontinhos, não dá na mesma?

    SENNA: Todos os anos tem um campeão, em todos os esportes. Mas nem sempre é o campeão de verdade, respeitado. admirado, indiscutível. Pelo contrário. muitas vezes é um vencedor sem vitória. sem mérito, sem conquista. Veja: num ano em que uma equipe como a McLaren domina totalmente o campeonato, existem dois pilotos com possibilidades de vencer. Entre aquele que tem vitórias e é o melhor, e o que vence pela desgraça dos outros, porque os adversários quebram o carro, coisas assim, o primeiro tem muito mais valor. E eu conquistei o título assim. Da maneira que julgo verdadeira.

    PLAYBOY: Você está querendo dizer que o Alain Prost, que venceu o campeonato no ano seguinte, por pontos, foi um campeão…

    SENNA: [Interrompendo.] … Sem valor, sem crédito. Tudo foi tão desacreditado por ele — a qualidade de nossos carros, o fornecimento do motor — que ele nem comemorou o título. Eu saí do Japão em 1988 como vencedor. Como campeão de fato. O Prost saiu do Japão um ano depois como perdedor. Não ganhou na pista, não conquistou o título através de uma vitória. Na última corrida do ano, na Austrália, que definiu o campeonato, ele estava fora do carro, no boxe, parado, se recusando a correr por causa da chuva. Levou o título por uma questão matemática. Se eu vencesse nessa última prova, será que ele se consideraria, no íntimo, um campeão? O Prost sabia que eu tinha conquistado nove pontos no Japão, uma prova antes, mas que me desclassificaram, me tiraram esses pontos. Com eles, eu seria o campeão. Qual é, então, o valor do título dele?

    PLAYBOY: Nesta prova do Japão, você foi desclassificado por causa de uma manobra irregular para voltar às pistas, depois que seu carro se chocou com o de Prost. Ron Dennis, o dono da McLaren, defendeu você. Ele disse que Prost jogou o carro sobre o seu. Foi isso mesmo?

    SENNA: O Prost virou o carro antes de entrar na curva, isso a gente vê pelos vídeos de televisão. Ele percebeu que eu estava ali e fez de propósito.

    PLAYBOY: É verdade que depois da prova Prost foi procurá-lo e você quase bateu nele?

    SENNA: Cheguei perto. Depois do que ele fez, vem se dizer triste pelo episódio? É algo fora da realidade. Eu disse para ele se afastar e cuidar da própria vida. Era o mínimo que eu poderia fazer.

    PLAYBOY: Depois de desclassificado da prova, você acusou os cartolas de manipularem o campeonato em favor de Prost e acabou ameaçado pelo presidente da Fisa [Federação Internacional de Esportes Automobilísticos], Jean-Marie Balestre, de ser excluído das provas deste ano. A briga se arrastou por três meses. Em todo este tempo, você sempre achou que estava certo?

    SENNA: Cem por cento.

    PLAYBOY: E por que se retratou, como Balestre exigia?

    SENNA: Mais uma vez, foram circunstâncias de uma situação em que a verdade foi colocada de uma maneira… [longo silêncio] que ainda hoje eu não posso responder.

    PLAYBOY: Quando disse que o campeonato foi manipulado, você expressou uma certeza que pelo menos os seus torcedores também tinham?

    SENNA: Hã-hã.

    PLAYBOY: E, na última hora, mudou de opinião?

    SENNA: Não, eu não mudei. Essa é que é a verdade. Eu não mudei. [Emocionado.] Mas, realmente, não posso falar sobre isso hoje. Teria sérias implicações.

    PLAYBOY: Sua vontade de continuar nas pistas está acima de tudo?

    SENNA: Em certos momentos, sim. Neste episódio, não. Quis deixar as corridas, cheguei a tomar esta atitude. Abri mão da minha profissão, totalmente. Mas as coisas se modificaram rapidamente e tomaram outro rumo.

    PLAYBOY: O que aconteceu?

    SENNA: Não entrarei em detalhes.

    PLAYBOY: Mas como você se sentiu tendo que se retratar?

    SENNA: Isso que você está dizendo não faz parte da realidade. E, no entanto, eu não posso falar hoje.

    PLAYBOY: Você teve o apoio de algum no piloto?

    SENNA: Não o suficiente para que colocássemos algo em prática com grande efeito. Existiram contatos e declarações do Maurício Gugelmin, do Michele Alboreto, do Thierry Boutsen.

    PLAYBOY: Qual desses apoios …

    SENNA: [Taxativo.] Este é um assunto sobre o qual não posso falar mais. Infelizmente.

    PLAYBOY: OK. Podemos esclarecer então como as coisas entre você e o Prost chegaram aonde chegaram?

    SENNA: Os problemas surgiram em meados de 1988, quando comecei a alcançá-lo no campeonato, ameaçando sua posição dentro da equipe. A pressão aumentou e ele começou a espernear. Tentou desestabilizar o bom ambiente de trabalho, pois só assim poderia eventualmente me vencer. Em condições de igualdade, não tinha mesmo como.

    PLAYBOY: Seus adversários diziam que ele acertava o carro, e que você vinha na cola, aprendendo. Era assim?

    SENNA: Eu tinha que aprender com ele, que é experiente e conhecia a McLaren há muitos anos. Só junto dos que sabem posso evoluir e superá-los. Foi minha estratégia. Deu certo.

    PLAYBOY: Vocês passaram a temporada de 1988 tentando manter as aparências. Em abril de 1989, em Ímola, a bomba explodiu. Ele o acusou de ser traidor e não cumprir acordos de cavalheiros dentro das pistas. O que houve de verdade?

    SENNA: Como nossos carros eram superiores aos outros, combinamos de poupar a máquina na largada, não ultrapassando na primeira freada da primeira curva. Veio a largada, ele ficou em primeiro. Só que peguei seu vácuo, ganhei velocidade e consegui ultrapassá-lo antes da curva. E fui embora. Ele começou a apertar de tal forma o ritmo que rodou, foi para o outro lado da pista, fez o diabo. Depois da corrida, estava muito ‘pê da vida’. Jogou a culpa da derrota em mim, dizendo que traí o acordo. E começou a maior encrenca.

    PLAYBOY: Como foi isso?

    SENNA: Ímola foi a gota d’água de uma situação que vinha desde 1988, quando ele perdeu o campeonato para mim. Prost ficou numa pior. Tanto é que tínhamos um treino na Inglaterra e ele ficou na França, ameaçando parar de correr. Isso seria terrível para a McLaren, que não teria como substituí-lo naquele momento. O Ron Dennis, desesperado, me pressionou para uma solução. Nós dois combinamos que eu daria ao Prost uma válvula de escape, para ele se recuperar. Sentamos depois os três e eu assumi a culpa. Abri uma via de fuga para ele emergir um pouco.

    PLAYBOY: A versão do Prost é diferente. Ele diz que você traiu o acordo e, pressionado pelo Ron Dennis, confessou e até chorou.

    SENNA: É verdade. Chorei. O estado dele me impressionou. O Prost estava desestruturado, não tinha condições de continuar correndo. Simplesmente não existia mais.

    PLAYBOY: Você quer dizer que chorou de pena?

    SENNA: Exatamente. Mas ele nunca foi capaz de entender. Na semana seguinte, em Mônaco, soltou outra versão para a imprensa francesa. Não respondi. Segurei firmão e aguentei mais uma vez. Quis provar na pista que era maior do que ele. Por coincidência, tive uma sorte incrível: geralmente estou sozinho, mas naquela corrida a Xuxa estava no meu apartamento, em Montecarlo. Eu fazia o trabalho na pista e voltava correndo para junto dela. Não dava espaço para comentário sobre a briga. Mas, para mim, ele já não existia.

    PLAYBOY: E o Ron Dennis, nessa história toda?

    SENNA: Na prova seguinte, no México, o Prost foi reclamar com o Ron que eu não falava mais com ele. “Depois do que você fez, quer que o Ayrton continue seu amigo?” Foi a resposta que ouviu. A carreira dele estava encerrada na McLaren. O Ron não queria mais o Prost na equipe. Não tinha como falar, mas o francês percebeu e foi para a Ferrari.

    PLAYBOY: Antes de ser campeão, você não dizia que ele era o melhor piloto do mundo?

    SENNA: Sem dúvida. De todos os corredores que estão na F-1, Prost é um dos mais completos.

    PLAYBOY: E o professor, como os franceses o chamam?

    SENNA: Não. É um grande piloto.

    PLAYBOY: Depois de vencê-lo, você não se considera melhor do que ele?

    SENNA: Palavras não se aplicam. Das cinco primeiras corridas deste ano, liderei todas, venci três e consegui quatro pole positions. Os resultados falam. É lógico que tenho minha opinião, e ela é clara. Mas não devo revelar.

    PLAYBOY: Ron Dennis garante que você é o melhor.

    SENNA: Ele já trabalhou com muitos campeões, e tem a visão não só do resultado final mas de como se chegou àquele resultado. Vindo do Ron, é um complemento realmente muito especial.

    PLAYBOY: Você então é “obrigado” a concordar quando ele diz: Senna é o melhor?

    SENNA: [Sorrindo.] Não posso discordar.

    PLAYBOY: Antes da briga, o Prost disse que, se fosse dono de uma escuderia, iria contratá-lo como piloto. Piquet já fez declaração idêntica. E você, quem colocaria em sua equipe?

    SENNA: Esta hipótese não existe.

    PLAYBOY: E só uma maneira de falar quem são, na sua opinião, os melhores pilotos.

    SENNA: Não vão ter isso de mim. Se o Mansell é o melhor, ou o Berger, ou o Piquet, ou o Prost… São todos grandes pilotos.

    PLAYBOY: Você não dá o braço a torcer, hein? Ayrton Senna é mesmo a pessoa difícil que parece?

    SENNA: Tenho personalidade forte e ideias muito claras. Talvez por isso encontre tantas dificuldades e faça alguns inimigos na F-1. Além disso, incomodo muita gente.

    PLAYBOY: As pessoas sentem inveja?

    SENNA: Este sentimento faz parte.

    PLAYBOY: Piquet também pensa assim. Ele declarou a PLAYBOY que você o invejava.

    SENNA: É a opinião dele.

    PLAYBOY: Na ocasião, fez também uma acusação: lendo seu contrato na Lotus, ele descobriu que você recebia metade do valor que declarava à imprensa.

    SENNA: [Irônico.] Talvez seja uma declaração infeliz, um engano. Ele aceitou o contrato que deixei. Aliás, entrou ganhando menos do que eu ganharia se continuasse na equipe.

    PLAYBOY: Quando a Lotus anunciou a contratação de Piquet no final de 1987, você ainda não acertara com a McLaren. Para todos os efeitos, não teria sido uma demissão? Como você se sentiu integrando o time dos “descamisados”?

    SENNA: Eu decidi sair, essa é a verdade. Tinha propostas da Ferrari e da McLaren, e falei para o Peter Warr, chefe da Lotus, que não continuaria na equipe. Ele tentou me segurar de todas as maneiras possíveis, inclusive financeiras. Até o dia em que deixei claro que a decisão não tinha volta. Saíram então desesperados atrás de outro piloto. No sufoco, arrumaram o Piquet, e tentaram passar ao mundo que tinham me tirado. Quem não sabe, pensa que saí correndo atrás da McLaren, mas na verdade minhas conversas com os ingleses já estavam bem adiantadas. Só não assinamos o contrato antes porque a negociação era complexa.

    PLAYBOY: De qualquer forma, a Lotus não pegou você de surpresa ao contratar Piquet?

    SENNA: O que me pegou de surpre-sa foi apenas eles tornarem o fato público sem me comunicarem oficialmente antes.

    PLAYBOY: Mas você nem sequer sabia que negociavam com outro piloto…

    SENNA: Eu sabia! Tinha contatos na Reynolds, patrocinadora da Lotus, e na Honda, que fornecia o motor. Me chegavam informações de todos os lados, confidenciais, importantíssimas, a respeito de tudo. Eles estavam em uma sala de Londres, no escritório da Reynolds, negociando “secretamente” com o Piquet — e eu sabia de tudo. Soube cada passo do acordo e até o minuto exato em que assinaram o contrato.

    PLAYBOY: Como?

    SENNA: Estava dentro do meu carro de passeio, uma Mercedes com telefone, e recebia vários chamados da Reynolds. Eles estavam reunidos com Piquet e com a Lotus, mas ainda indecisos de fechar negócio. Dependiam da minha posição. Na última hora, um executivo saiu da sala, me telefonou, e eu confirmei que estava mesmo fora da equipe. Só depois disso, finalmente assinaram o contrato com ele. Piquet deu risada, mas eu já estava me divertindo bem antes. Quem gosta de mim ficou ‘pê da vida’, achando que me passaram a perna. Mas a verdade sempre vem à tona — como veio agora.

    PLAYBOY: Por essas e outras, você vive repetindo que “o circo da F-1 é nojento”. Você se refere à briga entre os pilotos, aos cartolas, ou aos interesses econômicos das escuderias e dos patrocinadores?

    SENNA: Talvez tenha sido um pouco agressivo e me expressado mal. A F-1 é um grande espetáculo. Mas, como toda atividade de grande penetração, tem problemas que tiram muito do sabor do esporte.

    PLAYBOY: Você estaria falando da Marlene Mattos, empresária da Xuxa?

    SENNA: Não vou citar nomes. Mas, quando a coisa começou a escapar para a imprensa, me incomodou. Eu sabia que aquilo só daria mais lenha para quem dizia que tudo era promoção. Não era, eu garanto. Foi uma fase muito especial da minha vida.

    PLAYBOY: Você se dava bem com a Marlene?

    SENNA: É uma personalidade… complicada.

    PLAYBOY: É verdade que você pediu a Xuxa em namoro para ela?

    SENNA: [Rindo.] Entrei em contato com a Xuxa através da Marlene, a quem pedi o telefone dela. Mas nunca a pedi em namoro para ninguém.

    PLAYBOY: Quando vocês desmancharam?

    SENNA: Em março. Por coincidência, assisti outro dia a uma entrevista dela no Fantástico, falando da vida íntima, falando de mim.

    PLAYBOY: Naquela ocasião, Xuxa disse que não tinha muito tempo para o namoro, e que você não entendia, pegava no pé…

    SENNA: Sem dúvida, eu tinha mais tempo. Mesmo assim, ficávamos juntos duas semanas, e separados quatro. O grande problema é que a Xuxa delira pela profissão, e simplesmente se fecha no seu mundo. Acho que fui um dos únicos que conseguiram entrar nele. Conheci coisas muito, muito particulares cio interior da Xuxa. Como ela, eu também sou especial. Apesar disso, era difícil. A Xuxa não dá condições para o relacionamento. Não tem tempo de pensar para valer em uma família, em ter seu baixinho, sua baixinha. Essas coisas não caem do céu. Ela sonha, mas não trabalha para mudar sua vida.

    PLAYBOY: Você queria algo mais firme?

    SENNA: Tanto é que investi para isso.

    PLAYBOY: Não foi correspondido?

    SENNA: Não. E eu já tive diversos relacionamentos para saber o que desejo. Não quero o aqui e o agora. Busco o futuro. Da maneira como estava indo, a Xuxa seria apenas mais uma. Eu não queria isso, de forma alguma. Resolvi que não era por aí.

    PLAYBOY: Quem tomou a iniciativa de terminar o namoro?

    SENNA: Tanta gente está se mordendo para saber, não? Com certeza, não vai sair da minha boca. Pode sair de pessoas próximas a ela, que sabem de tudo.

    PLAYBOY: Mas, afinal, a Marlene Mattos atrapalhou o namoro?

    SENNA: Ela não ajudou nem um pouco.

    PLAYBOY: Você já amou profundamente uma mulher?

    SENNA: [Depois de refletir.] Me conhecendo como eu me conheço, tendo passado por várias separações dolorosas nos últimos doze anos [longo silêncio], posso dizer que uma única vez, em toda a minha vida, senti lá dentro o desejo de ter uma nova família. Uma única vez, em toda a minha vida, sonhei em ter uma criança. Foi… com ela. Com a Xuxa.

    PLAYBOY: Você já foi casado, mas não gosta de falar sobre o assunto. Por quê?

    SENNA: Tem coisas que pertencem só a gente, e não se comenta toda hora. Mas talvez seja o momento de conversar sobre isso. Casei em fevereiro de 1981, com uma amiga de infância [Lílian Vasconcelos Sousa]. Eu estava começando a correr na Europa, e nos mudamos para lá. Ela cozinhava muito bem, por sinal. Uma série de coisas aconteceram, e voltei ao Brasil, oito meses depois, para trabalhar nos negócios do meu pai e deixar as pistas. Não deu certo e, em março de 1982, decidi mudar de novo a minha vida, voltar para a Europa, para as pistas, e me separar.

    PLAYBOY: A Lílian não cabia nos seus planos?

    SENNA: O casamento foi um erro. Éramos muito jovens. Não dava para insistir em um equívoco que se transformaria em um problema ainda maior caso viessem crianças, por exemplo. Não me arrependo, principalmente porque tudo aconteceu sem mágoas. Não temos contato, mas sei que ela formou uma nova família e é feliz.

    PLAYBOY: Vocês não chegaram a se amar?

    SENNA: Não vou entrar nesse detalhe. Mas não me arrependo de nada.

    PLAYBOY: Durante um tempo, correu o boato de que seu casamento teria sido anulado. Havia fundamento nisso? [No Brasil, um casamento só pode ser anulado, na maioria dos casos, quando é comprovado o chamado erro essencial em relação ao cônjuge.]

    SENNA: Nunca abro minha vida amorosa e não apareço em público com mulheres. Como foi impossível me destruir nas pistas, usaram o meu jeito de agir para inventar essas histórias, questionando o quanto homem eu sou, o quanto deixo de ser. É outra experiência muito triste na minha vida. A moral de uma pessoa é intocável. Esta conversa de anulação foi outra invenção absurda. Não existiu absolutamente nada. Foi um processo normal, com desquite e divórcio. Jamais coloquei um fim nisso porque não tinha nada a temer ou a provar. Mas não há mentira que resista ao tempo. Entra mês, sai mês, fatos normais da minha vida vão pouco a pouco derrubando esse assunto desagradável.

    PLAYBOY: Uma associação de pilotos atuante não poderia ao menos equilibrar esses interesses? No caso de sua briga com Balestre, por exemplo, ela não teria um papel importante?

    SENNA: A união entre os pilotos funcionou em alguns períodos, mas hoje é completamente inviável. Os interesses colidem. Existe alguns que, pela posição que ocupam, têm muita força — mas estão do outro lado da cerca. Há os que, em equipes menores ou posições secundárias, têm pouco poder de fogo. Nem perco meu tempo pensando em um movimento desses.

    PLAYBOY: Quando usou a palavra “nojento”, você certamente não estava se referindo às belíssimas mulheres que circulam nos bastidores do circo. É difícil não cair em tentação?

    SENNA: É difícil, lógico. já resisti a esse assédio, já deixei de resistir, já me aconteceu de tudo.

    PLAYBOY: Seu treinador físico no Brasil, Nuno Cobra, garante que você é um campeão não apenas com a McLaren, mas também com outras “máquinas”…

    SENNA: [Tímido, toma um copo de suco antes de responder.] Não me lembro de reclamações. Sou muito carinhoso.

    PLAYBOY: Você já falhou?

    SENNA: Já — uma única vez, em 1982. Eu era meio garoto, estava começando no automobilismo, na Inglaterra. Ela era superatraente. E aconteceu, né? Não é que falhei, mas fui obrigado a me empenhar para manter a… performance.

    PLAYBOY: Teve que acionar o turbo?

    SENNA: [Risos.] Na época não existia turbo. Tampouco meu condicionamento era bom, como diz o Nuno Cobra. Mas foi ótimo que tenha acontecido isso. Até os 20 anos, mantive relacionamento com mulheres apenas pela atração física. Nesta ocasião, tive um sinal de que já não funcionava da mesma maneira. Começava a tomar conta de mim o lado astral, de dar importância à personalidade e a certos detalhes especiais. Foi um marco, o início de uma grande mudança.

    PLAYBOY: E a primeira vez, como foi?

    SENNA: Primeira vez? Bem, eu tinha 13 anos. Lembro que saí com um primo mais velho, de 20, e fomos a uma boate no centro de São Paulo. Eu era um catatauzinho naquela idade, e não consegui entrar. Fiquei na porta, dentro do carro, olhando as pessoas que entravam no lugar. De repente, vi chegar uma mulher enorme, enorme mesmo. Dali a pouco sai meu primo da boate com aquele mulherão. E foi minha primeira vez.

    PLAYBOY: Era loura ou morena?

    SENNA: [Rindo muito.] Não vem ao caso.

    PLAYBOY: Por quê?

    SENNA: Porque não.

    PLAYBOY: Por que tanto mistério?

    SENNA: Era loura. Foi um barato. Mais tarde percebi que não tinha nada a ver, mas na época foi bom. Aos 13 anos, é difícil para o homem encontrar uma namoradinha para transar. Mesmo as meninas de 15 anos, que têm uma cabeça aberta e já curtem, procuram garotos de 18 anos. Não tive a menor chance.

    PLAYBOY: Só uma dúvida: a primeira vez foi no carro?

    SENNA: [Risos.] Não. Foi no apartamento dela. Tudo muito bem realizado.

    PLAYBOY: Quanto tempo, nessa vida agitada, de piloto, você já ficou sem transar?

    SENNA: Perdi a conta, para dizer a verdade… Puxa, é uma coisa tão pessoal! [Silêncio.] Acho que foi quando me separei. Fiquei seis meses sem encostar a mão em uma mulher.

    PLAYBOY: Por quê?

    SENNA: Não estava a fim. É uma situação difícil, mas as coisas se passaram dessa maneira. Pintavam oportunidades, mas não estava preparado, não tinha cabeça para isso. Não encontrava alguém interessante, que me motivasse. Eu tenho um padrão muito elevado.

    PLAYBOY: Você leva cantada de fãs?

    SENNA: Levo. Uma vez, na Itália, uma maluca bateu na porta do meu quarto no hotel. Eu abri e ela foi me empurrando para dentro.

    PLAYBOY: E aí?

    SENNA: Empurrei de volta para fora. [Risos.] Foi engraçado.

    PLAYBOY: Você nunca retribuiu?

    SENNA: Já aconteceu. Em 1988, depois do GP do Canadá, uma inglesa me pediu um beijo, usando inclusive um termo — hug — que eu não conhecia. E perguntou: “Can you have a hug?” [Posso ter um abraço?] Me assustei, e a Lisa, mulher do Ron Dennis, que é americana, me explicou o significado. Imediatamente respondi: “Why not?”

    PLAYBOY: Sexo antes das corridas atrapalha?

    SENNA: Pelo contrário. Me sinto bem. Dá um grande equilíbrio na hora de encarar a prova.

    PLAYBOY: Você já sentiu dor de barriga no meio de uma corrida?

    SENNA: Só antes da largada — várias vezes, por sinal. Durante uma prova, já me aconteceu coisa pior. Tive espasmo muscular por todo o corpo, a ponto de não poder respirar de tanta dor. Foi na minha segunda corrida de F-1, 1984. Não estava preparado fisicamente para correr durante 2 horas, naquele calor, perdendo líquido. Fui até o final pela ânsia de chegar e marcar o primeiro ponto.

    PLAYBOY: Quantos quilos você emagrece em cada prova?

    SENNA: Dois quilos, em média. Se faz calor, três. Mas é algo que se repõe rapidamente, bebendo água.

    PLAYBOY: Como é seu preparo, antes e depois das corridas?

    SENNA: Desde 1984, sigo um programa de condicionamento físico. De dezembro a março, quando não há provas, fico no Brasil e corro cinco dias por semana, de 8 a 10 km, no centro esportivo da USP. Depois viajo e procuro manter o ritmo. Na McLaren tem também uma pessoa que me acompanha, faz massagem, cuida da alimentação na época dos treinos. Como muita verdura, carboidratos, peixe, frango e massa e evito carne vermelha. No café da manhã, costumo comer cereais, fibras e frutas. Na época da corrida, de quinta a domingo, a alimentação é muito mais controlada.

    PLAYBOY: O que mais muda no seu dia a dia?

    SENNA: Tudo. Tenho horário para tomar café, chegar à pista, entrar no carro, sair, almoçar, voltar para o carro. Cada passo é cronometrado, segundo a segundo, e o trabalho é duro, non stop. Na noite anterior à corrida, procuro dormir cedo, pois levanto entre 7 e 8 da manhã. Essas regras variam de país para país, mas a rotina é quase sempre a mesma. O objetivo é chegar na hora da corrida com o maior equilíbrio possível.

    PLAYBOY: E como fica seu coração na hora da prova?

    SENNA: Pior que o de muito torcedor! Minha frequência cardíaca, em dias normais, é de 60 batimentos por minuto. Na largada, eles chegam a 150. Nos picos da corrida, a 190.

    PLAYBOY: Tudo isso é medo?

    SENNA: E tensão, preocupação em não errar na troca de marchas ou na ultrapassagem. O medo vem antes da corrida, quando estou só, comigo mesmo. O risco de acidentes é uma constante em minha vida. Tenho muito receio, não só de morrer como de me machucar. O que é bom, pois é um sentimento de preservação da vida, que não me deixa passar de certos limites.

    PLAYBOY: Qual foi o pior acidente em que você já se envolveu?

    SENNA: Graças a Deus, até hoje só quebrei um dedo, numa batidazinha boba de kart em Interlagos, em 1974.Dez anos depois, tive uma batida mais feia no circuito de Hockenheim, na Alemanha, uma pista superveloz. O aerofólio da minha Toleman quebrou e dei seis voltas de 360 graus, a 280 quilômetros por hora. Não deu tempo nem de fechar o olho. A única coisa em que consegui pensar foi na frente do carro. Me firmei no cockpit e rodei para bater de traseira. É a melhor posição para se tomar uma pancada. De frente, pode ser fatal, e de lado também é perigoso. Este foi meu acidente mais grave. Mas já passei por uma situação de risco muito maior.

    PLAYBOY: Como foi?

    SENNA: Na tomada de tempo para a corrida de Mônaco de 1988. Eu já tinha conseguido a pole, mas continuei na pista. A cada nova volta, aumentava a diferença para os outros pilotos, até que cheguei a ficar 2 segundos na frente — o que é uma eternidade numa corrida. Eu estava me superando a cada volta, e simplesmente entrei em outra dimensão. Por causa da velocidade, as referências de espaço e de tempo se modificaram. Não via a pista, ela tinha virado um túnel. A distinção entre o homem e a máquina deixou de existir: me fundi com o carro, viramos a mesma coisa. Depois de cinco voltas, tive um estalo, uma agulhada, e acordei para a situação de extremo perigo em que estava. Meu corpo começou a tremer, e fui para os boxes.

    PLAYBOY: Levou um tremendo susto?

    SENNA: Lógico. Fiquei morrendo de medo. Eu conseguia controlar o carro, mas estava entrando no inconsciente. E por aí não conheço, não sei o que pode acontecer.

    PLAYBOY: Muitas pessoas acham que, para passar a vida dando voltas numa pista e se arriscando, só sendo meio pirado. O que você pensa disso?

    SENNA: Quem não tem equilíbrio não sobrevive nesse esporte.

    PLAYBOY: Você faz terapia?

    SENNA: Já fiz duas vezes — uma há dois anos, e a outra no final de 1988. Me conheci melhor, foi muito bom. Se tivesse tempo, voltaria às consultas, sem dúvida.

    PLAYBOY: Sua vida fora das pistas também é uma corrida contra o relógio?

    SENNA: Em termos. Poderia ter dezenas de atividades, inclusive promocionais, que me trariam muito dinheiro. Mas recuso, porque as corridas consomem quase toda a energia. Na Europa, procuro descansar o máximo possível. Deito cedo, durmo até meio dia e quase não saio de meu apartamento em Montecarlo. Nem para almoçar ou jantar. A Isabel, uma portuguesa que trabalha comigo, cozinha muito bem. No final da tarde, faço cooper. Mas procuro ficar o menor tempo possível na Europa. Se tenho uma semana livre, volto ao Brasil.

    PLAYBOY: E aqui, o que você faz?

    SENNA: Fico o mais longe possível de meu escritório, senão eles me arrumam trabalho [risos]. Gosto de ficar em casa, com meus três sobrinhos. Viajo também para minha fazenda, em Tatuí, no interior de São Paulo. Lá tem dois lagos enormes, onde brinco de jet-ski, esqui aquático, barco de radiocontrole. Tem também uma pista de kart, onde aposto corrida com Bruno, meu sobrinho de 5 anos. Ando de moto, bicicleta, faço cooper. Enfim, curto tudo o que amo, e que fica longe de mim tanto tempo.

    PLAYBOY: Você lê muito?

    SENNA: Bem pouco. Não tenho paciência. É um grande defeito.

    PLAYBOY: Nem o que publicam a seu respeito?

    SENNA: Muito pouco.

    PLAYBOY: E cinema?

    SENNA: Gosto de filmes que não sejam parados.

    PLAYBOY: De música você gosta bastante, não é?

    SENNA: Adoro. Viajo sozinho a maior parte do tempo, então levo meu walkman, com duas caixinhas de som. Chego ao hotel e ligo a TV, mas a programação do exterior não tem nada a ver com minha cabeça. Então, fico ouvindo som — qualquer tipo de música, que meu irmão grava para mim. Gosto muito de Gal, Gil… [coça a cabeça] Gilberto… Gilberto Gil, é isso mesmo? Também curto Simone, Elba Ramalho e Caetano.

    PLAYBOY: Você vai a shows?

    SENNA: Difícil. No exterior, mais por falta de companhia. No Brasil, prefiro ficar em casa.

    PLAYBOY: Mas, em São Paulo, você dá suas escapadas noturnas, não?

    SENNA: Vou a alguns restaurantes com amigos e já fui em boates. Frequentava o Gallery, mas isso há muito tempo.

    PLAYBOY: Até já tomou alguns drinques a mais por lá, não é?

    SENNA: [Risos.] Já peguei algum fogo. Mas não bebo muito. Se pinta vinho ou champanhe — Moêt et Chandon, por exemplo —, eu encaro. Depois do GP de Mônaco, recebi amigos no meu apartamento e tomei um cálice de vinho, coisa que não acontecia há muitos anos. Uísque e cerveja, por exemplo, nem pensar.

    PLAYBOY: Já experimentou alguma droga?

    SENNA: Lança-perfume é droga? Eu já cheirei. Na primeira vez, gostei: mas na segunda, não curti, e parei por aí. Não preciso disso. Mesmo cigarro normal, experimentei e não gostei.

    PLAYBOY: E como você se sente sendo patrocinado pela Marlboro?

    SENNA: A marca está ali no carro, mas não forço ninguém a fumar. A Philip Morris deu uma contribuição inestimável ao automobilismo. Foi ela que financiou a divulgação do esporte e deu a tanta gente a possibilidade de curtir uma corrida. Vejo por esse lado, e não pelo lado negativo que os outros enxergam, de que o cigarro é ruim, faz mal para a saúde.

    PLAYBOY: Mas é ruim, ou não?

    SENNA: É indiscutível que não traz muitos benefícios à saúde. Por outro lado, você vê gente que para de fumar e engorda.

    PLAYBOY: Quem nunca consumiu cigarro não enfrenta esse problema. Então sua campanha seria: “Nem comece..?

    SENNA: Eu admito que… nunca poderia participar de uma campanha desse tipo. Por razões óbvias.

    PLAYBOY: já que estamos falando de patrocínio: quanto você tinha guardado no Banco Nacional quando o Plano Collor resolveu fechar as torneiras do país?

    SENNA: O suficiente para sentir a paulada. Mas foi uma medida necessária. O presidente Collor é um grande líder, e há muito tempo o Brasil precisava de alguém assim. Acho que ele é muito bom.

    PLAYBOY: Você votou nele?

    SENNA: Votei, mas só no segundo turno. No primeiro, estava viajando.

    PLAYBOY: Enquanto construía Interlagos, a prefeita de São Paulo, Luiza Erundina, do PT, não tentou ganhar seu voto para o Lula?

    SENNA: Não tem nada a ver. Fui procurado por quase todos os candidatos, que queriam apoio. Mas não sou político, não entendo e nem quero. Sou livre e optei por quem buscava o melhor para todos.

    PLAYBOY: Os carros brasileiros são mesmo carroças, como disse Collor?

    SENNA: Não. O único problema é que têm um custo alto se comparados ao carro europeu e, sobretudo, ao japonês. A restrição à importação de tecnologia dificultou a evolução do produto brasileiro. Com a maior abertura que se está anunciando, a qualidade deve melhorar.

    PLAYBOY: Quais são os melhores carros de passeio do mundo?

    SENNA: Eu importaria qualquer um da Mercedes, na Europa, e da Honda, no Japão — uma fábrica jovem no mercado, mas que tem um produto incrível. A Toyota e a GM também têm bons carros. Isso porque a competitividade nos países deles é grande. E isto que o presidente Collor pretende trazer para o Brasil.

    PLAYBOY: O que você achou de o Arnon, filho dele, pedir a ajuda do primeiro-ministro francês para resolver o impasse de sua briga com o Balestre?

    SENNA: Muita gente ficou brava com aquilo. Foi uma coisa pura do garoto, algo bem especial. Eu o conheci no GP do Brasil, mas nem pudemos conversar com aquela confusão tremenda. Dei um broche do meu capacete de presente para ele e para seu irmão também. Eles devem ter guardado.

    PLAYBOY: Até o final do campeonato, os brasileiros esperam que você suba ao pódio muitas vezes. Se, em uma delas, Balestre confundí-lo com o Jean Alesi e vier lhe dar um beijo, como fez com o piloto francês em Mônaco, como você vai reagir?

    SENNA: Não existe a menor possibilidade de ele se enganar [risos]. Algum dia vou poder falar sobre esse assunto com mais clareza.

    Os números da carreira de Ayrton Senna

    • Equipes: Toleman, Lotus, McLaren, Williams
    • Títulos: 3 (1988, 1990, 1991)
    • Vice-campeonatos: 2 (1989, 1993)
    • Vitórias: 41
    • GPs: 161
    • Temporadas: 11 (de 1984 a 1994)
    • Poles positions: 65
    • Pódios: 80
    • Pontos: 614
    • Voltas mais rápidas: 19
    • Abandonos: 60
    • Voltas lideradas: 2931 voltas
    • Hat-trick (pole, vitória e volta mais rápida): 7
    • Grand chelem (pole, volta mais rápida e vitória de ponta a ponta): 4

  • Brasil fecha 1ª fase da Copa do Mundo com aproveitamento 100%

    Brasil fecha 1ª fase da Copa do Mundo com aproveitamento 100%

    Seleção brasileira goleou a Tailândia por 9 a 1 nesta sexta-feira

    O Brasil goleou a Tailândia por 9 a 1, nesta sexta-feira (20) no Uzbequistão, para fechar a primeira fase da Copa do Mundo de futsal com 100% de aproveitamento. Com isso a seleção brasileira garantiu a liderança do Grupo B, que também conta com Cuba e Croácia.

    O triunfo da equipe comandada pelo técnico Marquinhos Xavier diante da Tailândia foi garantido com gols de Marcel (três), Felipe Valério, Pito (dois), Marlon, Rafa e Ferrão. Nas três partidas iniciais da competição a seleção brasileira marcou 27 gols e sofreu apenas 2.

    “Foi uma primeira fase bem-feita. Trabalhamos muito para chegarmos aqui bem preparados. É um esporte difícil, de muita imprevisibilidade, e às vezes você faz tudo certo e às vezes não acontece também”, declarou Marquinhos Xavier sobre a participação do Brasil na primeira fase da Copa do Mundo.

    O time brasileiro volta a entrar em ação a partir das 9h30 (horário de Brasília) da próxima terça-feira (24) em Bukhara (Uzbequistão), pelas oitavas de final. O adversário ainda não foi definido.

  • Copa América de Futsal Feminino 2025 será no Brasil

    Copa América de Futsal Feminino 2025 será no Brasil

    Competição continental retorna ao país após aprovação da CONMEBOL, fortalecendo o futsal feminino

    A Copa América de Futsal Feminina de 2025 será realizada no Brasil, marcando a primeira vez que o país recebe o torneio sob a organização da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e da CONMEBOL. O anúncio foi feito oficialmente pela entidade sul-americana, destacando o papel do Brasil como uma referência na modalidade.

    A competição reunirá as principais seleções do continente, que disputarão o título da mais importante competição de futsal feminino da América do Sul. Além de fortalecer a visibilidade e o desenvolvimento do futsal feminino, o evento será uma grande vitrine para atletas e clubes, impulsionando ainda mais a prática da modalidade no país.

    Com expectativa de grande público e cobertura midiática, a Copa América de Futsal Feminina promete um alto nível técnico, sendo uma oportunidade única para as seleções mostrarem seu talento. O Brasil, que já possui uma forte tradição no futsal, agora busca também o protagonismo no cenário feminino, visando não apenas o título, mas também o fortalecimento da modalidade no cenário interna

    Brasil será sede da Copa América de Futsal Feminina 2025cional.

  • Terror das japonesas: Rayssa Leal é bicampeã mundial de skate

    Terror das japonesas: Rayssa Leal é bicampeã mundial de skate

    Brasileira de 16 anos brilhou com grande desempenho em Roma

    Duas vezes medalhista olímpica e agora duas vezes campeã mundial. Este é o currículo da maranhense Rayssa Leal, que conquistou o bi do mundo neste sábado (14), durante o campeonato mundial de skate street, em Roma, na Itália.

    Para sair com o título, Rayssa precisou de uma grande manobra, que garantiu a virada no final da competição. A skatista de 16 anos competiu contra outras sete atletas na decisão, todas elas japonesas. A brasileira foi campeã do mundo também em 2022.

    Agora, na primeira competição após os Jogos Olímpicos de Paris, Rayssa mostrou grande forma. No skate street, a disputa se inicia com cada atleta tendo direito a duas voltas dentro de um percurso, onde vale a melhor nota entre essas duas tentativas. A brasileira teve as duas melhores notas entre todas as competidoras, registrando primeiro um 86,44 e depois um 88,43 (nota que carregou para a continuação da final).

    A segunda parte da competição consiste em manobras únicas. Cada atleta tem direito a cinco tentativas e as duas melhores notas entram para o somatório. Nesta fase, Rayssa encontrou uma adversária ferrenha: Momiji Nishiya – ouro nos Jogos de Tóquio – emendou boas manobras em sequência, alcançando a maior nota única entre todas as finalistas, um 94.88. Com isso, pulou para a liderança, já que Rayssa não conseguiu completar as manobras nas duas primeiras tentativas.

    Pontuação

    Nas duas seguintes, no entanto, a brasileira encaixou boas performances e pontuou alto, primeiro com um 88,14 e depois um 93,99, que a fez superar Nishiya em sua penúltima tentativa. Restando apenas uma tentativa para cada atleta, somente Nishiya ainda tinha chances de tirar o título de Rayssa. No entanto, ela falhou em sua última manobra e a brasileira confirmou a conquista.    

    O feito de Rayssa chama a atenção porque ela competiu contra sete atletas do país considerado a maior potência na atualidade. Para se ter uma ideia, as duas edições do skate street em Jogos Olímpicos terminaram com vitória japonesa. Tanto em Tóquio quanto em Paris, Rayssa (prata em 2021 e bronze em 2024) foi a intrusa em pódios formados somente com atletas do Japão. Aliás, as quatro japonesas que estiveram nesses pódios (Momiji Nishiya, Funa Nakayama, Coco Yoshizawa e Liz Akama) também estavam presentes na final deste sábado.

    Pouco depois da decisão feminina, houve a final entre os homens. O Brasil foi representado por Kelvin Hoefler, que, após sair mancando de sua segunda volta, acabou desistindo da competição, terminando em oitavo lugar

  • O cartão de visitas foi dado: Brasil 10 X 0 Cuba

    O cartão de visitas foi dado: Brasil 10 X 0 Cuba

    Não poderia ser de melhor forma a estreia do Brasil na Copa do Mundo de Futsal Masculino, goleada sobre Cuba

    A partida de abertura do Brasil na Copa do Mundo de futsal, neste sábado (14), não poderia ter sido melhor. A seleção não tomou conhecimento de Cuba e aplicou uma goleada por 10 a 0 em Bucara, no Uzbequistão.

    Com o resultado, alcançado com gols de Marcel (3), Marlon (3), Neguinho, Felipe Valério, Pito e Arthur, a equipe pula para a ponta do grupo B, com três pontos, mesma pontuação da Tailândia, que derrotou a Croácia por 2 a 1. Os croatas, aliás, serão adversários do Brasil na sequência, na terça-feira (17), a partir de 12h, no horário de Brasília.

    O time comandado por Marquinhos Xavier mostrou sua superioridade logo de cara, abrindo 4 a 0 no primeiro tempo. No segundo, Marcel e Marlon, que já haviam marcado uma vez cada na primeira etapa, adicionaram mais dois gols cada e estenderam a vitória brasileira. O pivô Pito, recém-eleito o melhor do mundo na modalidade em 2023, também deixou o dele.

    A seleção manteve uma escrita de nunca ter sofrido um gol de Cuba e sempre sair com placares elásticos nos duelos contra este adversário. O Brasil venceu os cubanos por 18 a 0 em 1996 e por 9 a 0 em 2008. Curiosamente, nestas duas edições o Brasil saiu como campeão mundial.

    No Uzbequistão, o país busca sua sexta conquista depois de ficar sem o troféu nas duas últimas Copas, quando caiu eliminado para a Argentina, nas oitavas em 2016 e na semifinal em 2021. O Brasil foi campeão em 1989, 1992, 1996, 2008 e 2012 e é o maior vencedor da competição.

    Na Copa do Mundo, 24 seleções são divididas em seis grupos com quatro países cada. Classificam-se ao mata-mata as duas melhores campanhas de cada chave, além dos quatro melhores terceiros colocados.

  • Brasil tem quatro ouros e medalhas inéditas em dia com mais pódios em Paris

    Brasil tem quatro ouros e medalhas inéditas em dia com mais pódios em Paris

    Primeira medalha do badminton e ouros de porta-bandeiras impulsionam melhor dia do Brasil no megaevento

    O quinto dia de competição dos Jogos Paralímpicos foi o melhor do Brasil em número de medalhas: foram 11 (quatro de ouro, quatro de prata e três de bronze). Assim, o país terminou a segunda-feira, 2, no quarto lugar do quadro de medalhas, com 38 (12 ouros, oito pratas e 18 bronzes), atrás de China, Grã-Bretanha e Estados Unidos.

    Foram dois ouros na natação — com o mineiro Gabrielzinho e com a pernambucana Carol Santiago – e dois ouros no atletismo – com o mineiro Claudiney Batista e com a paulista Beth Gomes. Além disso, o paranaense Vítor Tavares conquistou a primeira medalha brasileira (bronze) no badminton em Jogos Paralímpicos.

    Atletismo

    • No quarto dia da modalidade, o Brasil viu seus atletas conquistarem cinco medalhas: duas de ouro, duas de prata e uma de bronze.  
    • Duas das medalhas vieram com a paulista Beth Gomes. Primeiro, ela foi prata no arremesso de peso, com a marca de 7,82m, novo recorde mundial da classe F53 (que competem sentados) – ela competiu também com a classe F54, que tem atletas com limitações físico-motoras menores.
    • Mais tarde, Beth voltou ao Stade de France para a prova do lançamento de disco, na classe F53 (que competem sentados), e conquistou o ouro, com a marca de 17,37m e novo recorde paralímpico.
    • Outro brasileiro que subiu ao lugar mais alto do pódio foi o mineiro Claudiney Batista. Ele foi tricampeão paralímpico no lançamento de disco, classe F56 (que competem sentados), com a marca de 46,86m – também estabelecendo o novo recorde da competição.
    • O gaúcho Aser Ramos conquistou a medalha de prata no salto em distância, na classe T36 (paralisia cerebral). Ele alcançou a marca de 5,76m. Outro brasileiro na prova, o goiano Rodrigo Parreira ficou em sexto, com 5,60m.
    • O paranaense Vinícius Rodrigues conseguiu a medalha de bronze na final dos 100m T63 (amputados de membros inferiores com prótese) ao completar a prova em 12s10.
    • Além das medalhas, a acreana Jerusa Geber estabeleceu o novo recorde mundial nos 100m, da classe T11 (deficiência visual). A marca foi atingida nas eliminatórias. A paranaense Lorena Spoladore também avançou à final da prova, com o terceiro melhor tempo.

    Natação

    • Quatro brasileiros subiram ao pódio no quinto dia da modalidade. Foram duas medalhas de ouro, uma medalha de prata e uma de bronze.
    • O mineiro Gabrielzinho venceu os 200m livre, da classe S2 (limitações físico-motoras), e conseguiu seu terceiro ouro em Paris. Ele fez o tempo de 3min58s92 para garantir mais uma conquista.
    • A pernambucana Carol Santiago se tornou a mulher brasileira com mais ouros (cinco) em Jogos Paralímpicos, ultrapassando a atleta mineira Ádria Santos, que tem quatro. Ela venceu a prova dos 50m livre, das classe S12 e S13 (deficiência visual), com o tempo de 26s75. Foi o segundo ouro da nadadora nesta edição do megaevento.
    • Na prova dos 100m peito, classe S14 (deficiência intelectual), teve dobradinha brasileira com as irmãs gêmeas Débora Carneiro e Beatriz Carneiro. As paranaenses ficaram com a prata e o bronze, com os tempos de 1min16s02 e de 1min16s46, respectivamente. O ouro ficou com a britânica Louise Fiddes (1min15s47).

    Badminton

    • O paranaense Vitor Tavares, da classe SH6, venceu Chu Man Kai, de Hong Kong, por 2 sets a 1 (23/21, 16/21 e 21/12) na disputa do terceiro lugar e garantiu o bronze, a primeira medalha da história da modalidade para o Brasil.

    Triatlo

    • O paranaense Ronan Cordeiro conquistou a medalha de prata na categoria PTS5. Ele completou a prova em 59min02. Foi o primeiro pódio brasileiro na modalidade. Chris Hammer, dos EUA, ficou com o ouro, com 58min44, e o alemão Martin Schulz ficou com o bronze (59min19).

    Tênis de mesa

    • A catarinense Bruna Alexandre venceu a sueca Anja Handen por 3 sets a 1, na classe 10 (andantes). Classificada à semifinal, a brasileira garantiu ao menos uma medalha de bronze, já que não há disputa pelo terceiro lugar na modalidade.
    • Evelyn Santos, na classe 11 (andantes com deficiência intelectual), venceu Mui Wui Ng, de Hong Kong, e avançou às quartas de final.
    • Thiago Gomes, na classe 11 (andantes com deficiência intelectual), venceu o egípcio Abdelrahman Abdalla, e assegurou um lugar nas oitavas de final.

    Futebol de cegos

    • O Brasil venceu a França por 3 a 0 no segundo jogo da fase de grupos e manteve os 100% de aproveitamento. Jardiel, Ricardinho e Nonato marcaram para a Seleção Brasileira.

    Goalball

    • A Seleção Brasileira masculina venceu o Egito por 10 a 0 e garantiu vaga na semifinal da competição. Agora, o Brasil enfrenta a Ucrânia por um lugar na decisão.

    Vôlei sentado

    • A Seleção Brasileira feminina de vôlei sentado venceu a Eslovênia por 3 sets a 0. O jogo foi válido pela fase de grupos 

    A delegação brasileira

    Esta é a maior missão brasileira em uma edição do megaevento fora do Brasil, superando os 259 convocados de Tóquio 2020, que também havia sido à época a missão com mais atletas em terras estrangeiras. O número só não supera o registrado nos Jogos do Rio 2016, quando o Brasil contou com 278 atletas com deficiência. Naquela edição, o Brasil participou de todas as 22 modalidades por ser o país-sede da competição.

    Patrocínios

    As Loterias Caixa são a patrocinadora oficial do goalball, tênis de mesa, badminton, natação e vôlei sentado.
    As Loterias Caixa e a Braskem são as patrocinadoras oficiais do atletismo.

    Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível 

    Os atletas Gabriel Araújo, Beth Gomes, Aser Ramos, Rodrigo Parreira, Claudiney Batista, Vinícius Rodrigues, Jerusa Geber, Beatriz Carneiro, Debora Carneiro e Bruna Alexandre são integrantes do Programa Loterias Caixa Atletas de Alto Nível, programa de patrocínio individual da Loterias Caixa que beneficia 114 atletas.

    Time São Paulo

    Os atletas Beth Gomes, Lorena Spoladore, Claudiney Batista e Jerusa Geber são integrantes do Time São Paulo, parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, que beneficia 149 atletas.

  • Petrúcio é tricampeão paralímpico em dia de recorde mundial e ouro de estreante no taekwondo

    Petrúcio é tricampeão paralímpico em dia de recorde mundial e ouro de estreante no taekwondo

    Impulsionado também pelas conquistas no atletismo e na natação, Brasil termina o segundo dia da competição na capital francesa em terceiro lugar do quadro geral de medalhas, com cinco ouros, uma prata e seis bronzes

    Os atletas brasileiros subiram ao lugar mais alto do pódio quatro vezes nesta sexta-feira, 30, e conquistaram outras cinco medalhas de bronze. Com isso, o Brasil chegou a 12 medalhas (cinco ouros, uma prata e seis bronzes) nos Jogos Paralímpicos, e escalou posições no quadro geral de medalhas, terminando o dia em terceiro lugar, atrás apenas de China (com 25 pódios no total) e Grã-Bretanha (15).

    O segundo dia de provas em Paris marcou o início do atletismo, com os brasileiros conquistando três medalhas de ouro e uma de bronze, com direito a um recorde mundial do paulista Júlio Agripino na prova dos 5.000m da classe T11 (deficiência visual). Taekwondo, natação e tênis de mesa também garantiram pódios para o Brasil (um ouro e quatro bronzes).

    Atletismo

    • O Brasil conquistou quatro medalhas (três de ouro e uma de bronze), e estabeleceu um novo recorde mundial.
    • O paraibano Petrúcio Ferreira conquistou o tricampeonato paralímpico, ao vencer os 100m, da classe T47 (deficiência nos membros superiores), com o tempo de 10s68.
    • O paulista Júlio Agripino estabeleceu o novo recorde mundial nos 5.000m, na classe T11 (deficiências visuais), e também levou o ouro, com o tempo de  14min48s85; o sul-matogrossense Yeltsin Jacques ficou com a medalha de bronze na mesma prova.
    • O fluminense Ricardo Mendonça foi ouro nos 100m, classe T37 (paralisados cerebrais), com o tempo de 10s68.

    Taekwondo

    • O Brasil chegou em três semifinais, subindo duas vezes ao pódio, com uma medalha de ouro e uma de bronze.
    • A mineira Ana Carolina Moura, estreante em Jogos Paralímpicos, ganhou o ouro contra a francesa Djelika Diallo na categoria até 65kg, ao vencer por 13 a 7.
    • A paraibana Silvana Fernandes conquistou a medalha de bronze na categoria até 57kg, derrotando a cazaque Kamiyla Dosmalova por 28 a 3 na disputa pelo terceiro lugar.
    • O paulista Nathan Torquato, da categoria até 63kg, sofreu uma entorse no joelho esquerdo na semifinal e ficou fora da disputa pelo bronze.

    Natação

    • O Brasil conquistou duas medalhas de bronze no segundo dia de disputas da modalidade.
    • A primeira medalha foi do catarinense Talisson Glock, nos 200m medley, da classe S6 (limitações físico-motoras).
    • A outra medalha veio no revezamento 4x50m livre misto 20 pontos.

    Tênis de mesa

    • O Brasil conquistou uma medalha de bronze nesta sexta-feira e garantiu mais dois pódios, com a classificação de duas duplas para as semifinais – não há disputa de terceiro lugar nesta modalidade.
    • A dupla formada pelas paulistas Cátia Oliveira e Joyce Oliveira foi derrotada pelas sul-coreanas Su Yeon Seo e Jiyu Yoon por 3 sets a 0 nas semifinais das duplas femininas WD5 e ficaram com o bronze.
    • Os paulistas Claudio Massad e Luiz Manara venceram os franceses Thomas Bouvais e Mateo Boheas por 3 sets a 1, garantindo lugar nas semifinais das duplas masculinas MD18.
    • Nas quartas de final das duplas femininas WD20, as catarinenses Bruna Alexandre e Dani Rauen venceram a dupla ucraniana Iryna Shynkarova e Maryna Lytovchenko por 3 sets a 0, e agora fazem a semifinal neste sábado, 31.

    Tiro com arco

    • Na classe W2 (atletas com deficiências graves, em três ou quatro membros – braços e nas pernas) (arco composto masculino) o gaúcho Reinaldo Charão foi derrotado por Michael Meier, da Áustria, por 142 a 135, e não avançou às quartas de final.
    • Já a goiana Jane Karla venceu a filipina Agustina Bantiloc por 143 a 127, na classe open, e garantiu um lugar entre os oito melhores.

    Bocha

    • Na classe BC2 (sem assistência), o cearense Maciel Santos venceu o israelense Nadav Levi por 8 a 0, em partida válida pela fase de grupos.
    • Também pela fase de grupos, a paraibana Laissa Guerreira, da classe BC4 (sem assistência), venceu a alemã Anita Raguwaran por 4 a 2.
    • Por outro lado, o paulista José Carlos Chagas, na classe BC1 (assistência opcional), o mineiro Mateus Carvalho, na classe BC3 (com assistência), a paulista Evelyn Oliveira, da classe BC3, e a pernambucana Evani Calado, da classe BC3, foram derrotados em seus confrontos – todos na fase de grupos.

    Mais resultados

    • Na competição masculina de vôlei sentado, o Brasil foi derrotado pela Alemanha por 3 sets a 0; o jogo foi válido pela fase de grupos.
    • Na fase de grupos do goalball masculino, o Brasil venceu os Estados Unidos por 13 a 8.
    • Já na competição feminina, também pela fase de grupos, a Seleção Brasileira foi superada por 8 a 4 por Israel.

    A delegação brasileira

    Esta é a maior missão brasileira em uma edição do megaevento fora do Brasil, superando os 259 convocados de Tóquio 2020, que também havia sido à época a missão com mais atletas em terras estrangeiras. O número só não supera o registrado nos Jogos do Rio 2016, quando o Brasil contou com 278 atletas com deficiência. Naquela edição, o Brasil participou de todas as 22 modalidades por ser o país-sede da competição.

  • Gui Khury realiza manobra inédita durante treinamento

    Gui Khury realiza manobra inédita durante treinamento

    Skatista de apenas 15 anos acertou o Kickflip Body Varial 900 e se torna o primeiro a alcançar o feito

    Na tarde da última quinta-feira (22), o skatista Gui Khury fez história novamente e se tornou o primeiro skatista da história a acertar o Kickflip Body Varial 900. O feito foi alcançado durante os seus treinamentos na pista vertical da Greenbox, um complexo de treinamento construído na casa de sua avó, em Curitiba.

    Essa manobra, nunca antes realizada na história do skate, consiste em duas voltas e meia no ar junto com o skate, fazendo um flip e, durante o giro, o skatista realiza a troca de base e aterrissa no chão. Uma manobra com grau de dificuldade elevadíssimo e que leva muito tempo de prática para conseguir executá-la.

    “Eu demorei muito tempo para conseguir acertar o Kickflip Body Varial 900. Não sei dizer quantas repetições e quantas vezes cai tentando fazer essa manobra. Ainda não estou conseguindo acreditar que coloquei essa para baixo. Estou muito feliz e realizado de concluir mais uma das minhas metas”, conta o curitibano.

    Não é a primeira vez que Gui é o pioneiro e faz história no skate. O skatista possui um recorde no Guinness por ser o primeiro atleta a completar, em um campeonato, o 1080º – três giros completos no ar – em uma pista vertical. Além deste, possui também outros dois feitos no livro dos recordes: o skatista mais jovem a vencer uma medalha de ouro nos X-Games e o atleta mais jovem a competir nos X-Games.

    O próximo campeonato do Curitibano será o World Skate Games em Roma, na Itália, em setembro, onde Gui irá competir na modalidade vertical e no Park. Será que ele tentará a manobra novamente e se tornará o primeiro skatista a realizar o Kickflip Body Varial 900 em um campeonato?

    SOBRE GUI KHURY

    Gui Khury nasceu para ser um fenômeno no esporte e, desde cedo, a vida o levou para as pistas de skate. Com apenas 5 anos de idade, ele já impressionava mostrando habilidade e coragem para encarar manobras de “gente grande”, fazendo altos aéreos e giros em mega pistas. Hoje, com 15 anos, o menino prodígio coleciona feitos inéditos, recordes mundiais certificados pelo Guinness World e é um dos grandes nomes do skate masculino.

    Em julho de 2021, Gui fez história ao ser o primeiro skatista a completar, em um campeonato, o 1080° – três giros completos no ar – em uma pista vertical, e o mais jovem atleta a ganhar medalha de ouro no X-Games, a maior e mais conceituada competição de esportes radicais. O feito também superou o recorde do americano Tony Hawk, conhecido como a lenda do skate, e entrou para o livro dos recordes de 2022. Ao todo, Gui coleciona três recordes no Guinness World Records: um por ser o atleta mais jovem do X-Games, outro por ser o primeiro skatista a realizar a manobra 1080, no vertical, e o mais recente, por ser o medalhista de ouro mais jovem dos X-Games (masculino). Em 2022, Gui Khury também foi convocado pela primeira vez para integrar a Seleção Brasileira Júnior de Skate e representar o país na temporada e se tornou o campeão brasileiro de vertical mais jovem da história.

    Confira a manobra

  • Atletas brasileiros começam a chegar à Vila Paralímpica

    Atletas brasileiros começam a chegar à Vila Paralímpica

    Jogos começam no dia 28 de agosto

    Os primeiros atletas brasileiros chegaram nesta quarta-feira (21) à Vila Paralímpica, em Paris, quando falta uma semana para o início dos Jogos Paralímpicos, que serão disputados entre os dias 28 de agosto e 8 de setembro.

    A primeira leva de esportistas do Brasil na Vila Paralímpica, no total de 75, são do remo, do tênis de mesa, do vôlei sentado, do tiro com arco, do halterofilismo e da bocha. A próxima modalidade a chegar ao espaço é o goalball, com doze atletas das seleções masculina e feminina no total. A previsão é que eles se acomodem no complexo na próxima quinta-feira (22). A entrada da delegação brasileira na Vila será feita de forma escalonada até o dia 30 de agosto, quando os esgrimistas se juntarão aos outros esportistas em Paris.

    Na Vila Paralímpica os atletas brasileiros ficarão acomodados em dois prédios: o D10, com 64 apartamentos para hospedar 226 atletas, e o D11, com 44 apartamentos que comportarão 28 atletas.

    “Cada vez que participo dos Jogos, vivo experiências diferentes. Essa é minha terceira participação e, quando entrei aqui, senti uma energia super-positiva. Acabei de chegar e já estou apaixonada. Estou sem palavras para descrever o cantinho do Brasil. Está tudo muito lindo. Será algo perfeito para nós”, declarou Mariana D’Andrea, campeã paralímpica no halterofilismo nos Jogos de Tóquio.

    Já o diretor de esportes de alto rendimento do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Jonas Freire, elogiou a estrutura preparada para os atletas paralímpicos às margens do Rio Sena: “O Comitê Organizador Local [LOC, na sigla inglês] e o Comitê Paralímpico Internacional [IPC] mostraram uma atenção especial à questão da acessibilidade desde o começo da estruturação do espaço. A Vila Paralímpica é totalmente acessível e dá total autonomia para as pessoas com deficiência”.