Encontro acontece no dia 7 de agosto no Museu do Futebol
O termo ESG vem ganhando cada vez mais espaço no mundo corporativo. Tanto é verdade que a busca pela sigla, que representa as palavras environmental, social and governance (ambiental, social e governança), aumentou 2.600% em quatro anos, segundo um estudo do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU).
Diante deste cenário, com o aumento das Sociedades Anônimas de Futebol (SAFs) e a transformação de clubes em empresas, o conceito ESG, naturalmente, também tem sido aplicado com uma maior frequência no esporte.
Mas como introduzir práticas típicas desta tendência no dia a dia do futebol? Essa e outras perguntas serão respondidas no 1° Fórum Brasileiro ESG no Futebol, que acontecerá no dia 7 de agosto, no Museu do Futebol, zona oeste de São Paulo. O evento será restrito a convidados e jornalistas.
Idealizado por Jacqueline Meirelles, Cleila Teodoro, Marcelo Linguitte e Lina Nakata, e, referências no mundo corporativo e no conceito ESG, o evento vai receber grandes nomes do empreendedorismo e esporte nacionais, tais como Cafu – ex-jogador e campeão mundial em 1994 e 2002, Paula Freitas, Head de Sustentabilidade da FIFA, Marcelo Carvalho, fundador do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, Heloísa Rios, da Universidade do Futebol, e Renata Motta, responsável pelo Museu do Futebol; entre outros.
“O futebol é um espetáculo gigantesco no Brasil. No nosso país, corresponde a 0,72% do PIB nacional, ou seja, gira mais de R$ 52 bilhões por ano, segundo levantamento da EY. Porém, mesmo com todo esse potencial de arrecadação, vemos muitos clubes endividados. Por isso, é tão importante falar sobre ESG no esporte”, avaliou Lina Nakata, mestre e doutora em Administração, além de uma das responsáveis pelo Fórum.
Para a empresária Jacqueline Meirelles, os clubes, inclusive aqueles que não são SAFs, precisam introduzir o conceito ESG em suas gestões.
“Foi através do meu trabalho assistencial no São Paulo FC, que pude vivenciar necessidades sociais e ambientais, necessárias no mundo do futebol. Novas práticas estão sendo adotadas em nível global e o futebol não poderia ficar para trás. A Arena ESG é meu ideal, meu propósito, e nasceu com o exercício da minha experiência, consolidando a vontade de fazer a diferença no aspecto social e ambiental do futebol. Um ideal aliado a grandes profissionais que vestem a mesma camisa e que estão no mesmo time”, contou.
A consultora Cleila Teodoro, especialista em governança, finanças e comunicação, acrescentou que o futebol ainda registra casos de homofobia e racismo, sendo que, em muitos casos, os clubes e as entidades são permissivos em relação a tais crimes.
“Vimos estarrecidos o que aconteceu com o Vini Jr, na Espanha. E o que de efetivo foi feito? Infelizmente, as pessoas se sentem à vontade para expor o que há de pior nas arquibancadas. Se os gestores do futebol, no Brasil e no mundo, não fizerem nada, os investidores vão se afastar do esporte. Ninguém quer ter sua marca atrelada a um ambiente tolerante com atitudes criminosas”, pontuou.
O executivo Marcelo Linguitte, com 30 anos de atuação em sustentabilidade, afirmou que o futebol foi, é e sempre será um propagador de ideais.
“Sabemos que quanto mais clubes tiverem boas práticas, maior será a aceitação do conceito ESG em toda a sociedade, pois o esporte possui um alcance enorme e dita tendências. As equipes são verdadeiras influenciadoras, porque falam com os corações das pessoas. O nosso objetivo é melhorar a gestão futebolística e, com isso, ir além. Queremos plantar algo de positivo na sociedade como um todo”, concluiu.
O 1° Fórum Brasileiro ESG no Futebol conta com o apoio institucional da Unesco e do Pacto Global e está na programação de comemoração dos 15 anos do Museu do Futebol.
Confira alguns dos temas que estarão no 1ª Fórum Brasileiro ESG no Futebol:
- Como os clubes do Brasil estão se desenvolvendo em ESG
- Transparência e Governança Corporativa aplicadas aos clubes de futebol
- Desafios do futebol no combate ao racismo
- Desafios do futebol: assédio aos atletas de base, futebol feminino e a violência contra a mulher
- ESG: uma estratégia de atração de investimentos para SAFs e para um mundo mais sustentável