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No último domingo (28) a F1 teve a abertura oficial da temporada de 2021 com o GP do Bahrein, em Sakhir. A corrida, vencida por Lewis Hamilton após luta agônica contra Max Verstappen, segundo por míseros 0,7 segundos, trouxe prospectos de uma temporada que poderá ser espetacular em vários aspectos:

TÍTULO EM ABERTO: O AGUARDADO DUELO HAMILTON x VERSTAPPEN

Hamilton é o melhor piloto de sua geração e um dos melhores em todos os tempos. Verstappen é a principal força do futuro da categoria. Logo, os embates na pista entre os dois são ansiosamente aguardados pelos fãs da categoria. Se, anteriormente exemplos esporádicos valendo vitórias aconteceram (Hungria-2019, Brasil-2019, por exemplo), agora a situação parece valer o troféu de campeão no final do ano – isso porque a Red Bull parece ter acertado a mão no RB16B, o que coloca Verstappen em condições iguais de luta contra Hamilton, cenário que o britânico não enfrenta desde o ano de 2018 na categoria. Em Sakhir, a Red Bull chegou melhor, dominou os treinos e quem correu atrás foi a Mercedes. Contudo, na corrida, um primeiro stint espetacular de Hamilton e a estratégia, com 2 paradas para pneus duros, deram ao britânico a ponta, até então de Verstappen. Com equipamento mais equilibrado, o holandês caçou volta a volta o rival e ficou a detalhe da vitória – a manobra pela liderança, a quatro voltas do final, foi realizada fora da pista, o que é proibido pelo regulamento. De qualquer forma, a agônica perseguição até a última curva levantou do sofá os fãs da categoria e deixou o gosto de que ainda haverão muitas outras entre os dois até o final do ano – bem como as entre Pérez e Bottas pelo 3° posto. Tanto entre construtores como entre os pilotos, a luta parece estar aberta. É Mercedes x Red Bull, Hamilton x Verstappen pra valer!

Em Sakhir, duelo espetacular até o fim teve vitória apertada de Lewis Hamilton

3° FORÇA: MCLAREN x FERRARI x ALPHATAURI

Assim como sua matriz, Red Bull, a AlphaTauri teve um início de ano sólido. O salto de desempenho foi tamanho que pode-se projetar uma luta direta do time de Faenza pelo terceiro lugar nos construtores – sobretudo pelo já experimentado Gasly junto do promissor Tsunoda, de excelente estreia, nos volantes. Suas rivais serão ninguém menos do que as esquadras mais vitoriosas na história da categoria: Ferrari e Mclaren. Mais equilibrado que no ano passado, o time de Maranello parece ter dado a Sainz e Leclerc um carro de desempenho confiável o suficiente para manter constantemente os Cavallinos Rampantes no top-10, sobretudo com os problemas de motor que assombraram a Rossa em 2020 solucionados. Já a McLaren, que venceu a batalha pelo 3° no ano passado, fez final de semana de altos e baixos em Sakhir. A impressão de que poderia ameaçar até mesmo Red Bull e Mercedes na sexta virou enorme decepção pelo sábado discretíssimo. No domingo, porém, ritmo interessante, sobretudo de Lando Norris trouxe o time de Woking novamente a um posto de destaque. A briga do trio promete ser acirrada até o final.

Maiores vencedoras da história da F1, McLaren e Ferrari terão a companhia da AlphaTauri na luta pelo 3º lugar do campeonato

ASTON MARTIN, ALFA ROMEO E ALPINE: ENTRE SONHOS E DECEPÇÕES, A PARTE “B” DO MEIO DO GRID

O nome, a grife e a “tutela” da Mercedes carregadas pela Aston Martin (antiga Racing Point) ou mesmo o investimento e aporte bilionário da Alpine (ex-Renault), sem contar as chamativas pinturas atraíram interesse e atenção geral sobre o papel que os times farão no ano. Neste sentido, Sakhir acabou em grande decepção para a dupla – que sonhavam com a dianteira na luta pelo 3° posto e hoje parecem sequer estar dentro desta disputa. O time verde sofre com as mudanças de regulamento: o rake, prancha embaixo do carro e que regula a angulação entre o meio e a traseira foi alterado para 2021, o que afetou diretamente os carros que tinham esse ângulo mais baixo (notoriamente Mercedes e Aston Martin). O resultado foi um carro instável em todo o final de semana. Além disso, a estreia do tetracampeão Sebastian Vettel acumulou, a par de uma batalha espetacular contra Fernando Alonso e Carlos Sainz, um Q1 atrapalhado por bandeiras amarelas, um toque com Ocon e 5 pontos na carteira em punições. Stroll, por sua vez, manteve a boa fase e salvou um ponto na estreia. Já a Alpine, ainda que sofrendo com o fraco desempenho de Ocon, veio bem com Alonso sempre no top-10 até a embalagem de um sanduíche (sim, você leu corretamente) se prender nos dutos de refrigeração dos freios traseiros do espanhol, forçando o abandono. Com isso, a parte “B” do meio do grid parece ganhar um terceiro integrante: com desempenho semelhante de seus pilotos em todas as sessões, a Alfa Romeo deu grande salto de qualidade em relação ao final do último ano, que gerou expectativa de um Q3 ou mesmo de pontos. Ainda que estes objetivos não tenham vindo no Bahrein, o time ítalo-suíço não parece mais ligado ao fundão do grid, o que representa uma excelente notícia para a já apertada briga por pontos nas corridas.

Problemática, a estreia de Sebastian Vettel na Aston Martin terminou com o tetracampeão atropelando Esteban Ocon (Alpine) e tomando punição

WILLIAMS X HAAS: INVERSÃO DE PAPÉIS E PAPELÃO RUSSO

Sem a presença da Alfa, a briga contra a lanterna do grid em 2021 deve ser entre Williams e Haas. Se nos últimos anos a “dianteira” dessa disputa sempre foi da Williams, em 2021 a coisa muda de figura e a favorita é a Haas. Desde o projeto malconcebido e já “abandonado” do VF-21 (em ordem de focar o orçamento no projeto de 2022, diga-se) até a estreia constrangedora do pouco comprometido e polêmico Nikita Mazepin, e do talentoso mas inexperiente Mick Schumacher, tudo indica uma campanha desastrosa pro time estadunidense. Nem mesmo as cifras do pai de Mazepin injetadas no time deverão fazer algum efeito. A Williams, por sua vez, embora ainda não tenha ritmo pra brigar de igual pra igual com o meio do grid parece se aproximar mais um pouco desta condição. Porém, pesa ainda o enorme desnível de habilidade entre seus pilotos, Russell e Latifi. Os pontos parecem mais próximos do que em 2020, mas não virão facilmente.

Fica agora para o espectador o gostinho de quero mais. A abertura do campeonato acabou sendo ainda melhor do que a encomenda e, se o resto do ano seguir o mesmo padrão, teremos o melhor campeonato da Era Híbrida da F1. Resta saber como controlar a ansiedade até 18 de Abril, quando está marcado o próximo compromisso: o GP da Emília-Romagna, em Ímola. O maior espetáculo automobilístico da Terra está de volta!

Controverso por seu comportamento, Mazepin teve estreia desastrosa: rodadas em profusão e uma corrida que durou três curvas em Sakhir

Fica agora para o espectador o gostinho de quero mais. A abertura do campeonato acabou sendo ainda melhor do que a encomenda e, se o resto do ano seguir o mesmo padrão, teremos o melhor campeonato da Era Híbrida da F1. Resta saber como controlar a ansiedade até 18 de Abril, quando está marcado o próximo compromisso: o GP da Emília-Romagna, em Ímola. O maior espetáculo automobilístico da Terra está de volta!

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