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O bem-estar das gerações presentes e futuras está profundamente ligado ao uso racional da água e preservação dos recursos hídricos e pode ser colocado em risco se houver omissões.

A água em seu estado líquido começou a se acumular na superfície, originando os oceanos primitivos com altas concentrações de sais. Com a chuva houve o escorrimento, erosão das rochas, transporte de partículas e acúmulo nas depressões. “A infiltração através da superfície formou as águas de subsolo. Com a emersão dos continentes formaram-se as lagoas, rios, pântanos e os primeiros organismos vivos”, ressalta Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News (www.revistaecotour.news).

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil é o país detentor da maior disponibilidade hídrica do planeta, com cerca de 12% do deflúvio médio mundial, mas passa por um dos mais longos períodos de estiagem de sua história. Como agravante, no Brasil, apenas 0,01% é potável, e as taxas de desperdício são muito altas.

Cerca de 97,5% de toda água na Terra é salgada. Apenas 2,5% é doce, sendo que desta parcela, 1,72% está congelada nos polos Sul e Norte e geleiras no alto de montanhas, outros 0,75% são águas subterrâneas. Faz parte da constituição das plantas e animais, 0,02%, restando apenas 0,01% de toda água do planeta disponível em rios, lagos e represas.

“Estudos recentes da Associação Educacional do Mar de Woods Hole (EUA) e dados divulgados no Fórum Econômico Mundial de Davos estimam que 8 milhões de toneladas de lixo plástico acabam no mar todos os anos, sendo 80% provenientes do continente, o que pode resultar em um cenário em que o oceano tenha mais lixo do que peixes até 2050”, pontua Vininha F. Carvalho.

O Brasil é responsável por despejar de 70 a 190 mil toneladas de resíduos plásticos nos oceanos todos os anos e, apesar de ter instituído a Política Nacional de Resíduos Sólidos em 2010, quase nenhum dos objetivos de reciclagem foi atingido dentro das metas estipuladas.

Os oceanos cobrem cerca de 71% do nosso planeta, conecta populações, mercados e representa uma parte importante da nossa herança natural e cultural. Fornece mais da metade do oxigênio que respiramos, exerce um papel vital no ciclo da água e no equilíbrio climático, abriga grande biodiversidade, além de ser fonte importante de serviços ambientais para o planeta. Eles enfrentam problemas que podem influenciar negativamente na segurança alimentar dos seres humanos.

As algas marinhas são responsáveis pela produção de 54% do oxigênio do mundo e os mares atuam como reguladores do clima no planeta. Os dados são do Instituto Brasileiro de Florestas. Sem os serviços prestados pelo oceano, a temperatura poderia ultrapassar 100ºC e inviabilizar a vida na Terra. Além disso, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) indica ainda que peixes e frutos do mar são a principal fonte de proteína para uma em cada quatro pessoas no mundo.

O plástico descartável ou de uso único, como as garrafas de água, as sacolas de plástico e os canudos, está gerando atualmente uma crise global que afeta, sobretudo os ecossistemas marinhos. Quase 700 espécies de animais marinhos, incluindo muitos em perigo de extinção, comem, emaranham-se ou se asfixiam com o plástico.

“Cientistas encontraram microplásticos em centenas de espécies aquáticas, o qual afeta também a cadeia trófica: mais da metade deles acaba em na alimentação humana. Se não forem tomadas medidas imediatas, todas as espécies de aves marinhas do planeta estarão comendo plástico”, salienta Vininha F. Carvalho.

Para Alexander Turra, Cátedra UNESCO para Sustentabilidade dos Oceanos, é preciso relacionar mais a vida do oceano com a vida da sociedade. “Os cientistas precisam ser cada vez mais protagonistas da informação. Não adianta ficar apenas dentro dos laboratórios e não interagir com a sociedade. É preciso comunicar de forma simples e objetiva aquilo que nós defendemos”, afirmou o membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza.

“O engajamento da sociedade, especialmente com a oportunidade gerada pela Década do Oceano (que vai de 2021 a 2030) gerou uma consciência ecológica, que visa interromper e reverter o declínio da saúde e produtividade dos oceanos e seus ecossistemas”, finaliza Vininha F. Carvalho.