ESPORTESNET

Com a eclosão da pandemia de Covid-19 no Brasil, ganhou destaque uma modalidade de saúde que, até então, ainda não havia emplacado no país: a telemedicina. Segundo dados da Saúde Digital Brasil, entidade que representa os prestadores de serviço de telessaúde, mais de 7,5 milhões de atendimentos remotos foram realizados no país entre 2020 e 2021, envolvendo mais de 52,2 mil médicos.

De acordo com a entidade, 87% dos atendimentos remotos foram referentes às primeiras consultas de pacientes, o que contribuiu para a redução da circulação e aglomeração de pacientes durante a fase mais crítica da pandemia.

Atento a este fator, o Governo Federal sancionou a Lei 13.989 em abril de 2020 autorizando a prática no decorrer da crise sanitária. Em novembro, foi aprovada uma complementação que permite que, passado o período pandêmico, a modalidade seja regulamentada pelo CFM (Conselho Federal de Medicina).

Ainda em novembro, São Paulo foi a primeira cidade brasileira a regulamentar a telemedicina pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Aprovada pela Câmara Municipal, a Lei nº 17.718 tem entre os seus objetivos principais agilizar o atendimento na rede pública e evitar deslocamentos. A legislação permite a realização de consultas virtuais e facilita o acompanhamento e monitoramento de pacientes.

Na análise de Rafael Marutaka, CEO do Grupo Lamadre, há diversos pontos por trás da alta da telemedicina ao longo da pandemia. “Entre os principais fatores, podemos destacar o fato de que a modalidade foi facilitada e o seu atendimento, agilizado, razão pela qual o modelo é algo que deve permanecer em voga no futuro pós-pandemia”, afirma.

Na visão do empresário, a telemedicina se mostrou uma opção segura, escalável e confiável durante a crise sanitária, porque a gestão do ambiente hospitalar se tornou fragilizada em cenários de alta contaminação. “Agora, passado o ‘primeiro grande contato coletivo’ com os serviços de telessaúde no Brasil, esperamos que a confiança e os investimentos no modelo prossigam em uma crescente no país”.

Telemedicina veio para ficar

“Em um cenário de pós-pandemia, a telemedicina também se mostra uma alternativa para o tratamento de doenças infectocontagiosas, podendo se tornar obrigatória para uma triagem inicial”, afirma Marutaka. “Isso porque os hospitais e demais ambientes de atendimento médico possuem uma ampla gama de pacientes, inclusive pessoas com condições de saúde fragilizadas – como câncer, idade avançada, recém-nascidos, entre outros – que, se expostas a um simples resfriado, podem acabar vindo a óbito”.

Para o CEO, a telemedicina é o caminho natural para democratizar e criar uma saúde realmente igualitária e universalizada. O modelo pode ser inserido em planos e seguros de saúde e vida, tornando-se uma tendência que deve ganhar força daqui para frente.

De fato, sete a cada dez pacientes que já passaram por uma consulta on-line (73%) afirma que poderia adotar a modalidade habitualmente, conforme pesquisa da plataforma de telemedicina Conexa Saúde, em parceria com o Datafolha. Segundo o balanço, 71% dos pacientes gostaram da experiência.

Além disso, prossegue Marutaka, a telemedicina é extremamente lucrativa do ponto de vista operacional e protege os profissionais de saúde, já que o médico não se expõe a possíveis contaminações. “As consultas remotas dispensam deslocamento e despesas como custo fixo de um local físico, entre outros benefícios”, pontua.

Por fim, o CEO do Grupo Lamadre destaca que a telemedicina oferece benefícios de médio e longo prazo. Com as consultas médicas em dia, o trabalho preventivo impacta de forma direta na redução de internações, cirurgias e outros tipos de tratamentos intensivos, sendo interessante para o paciente e também para as operadoras de seguros e saúde. Por isso, a modalidade é uma tendência natural e que deve se expandir exponencialmente nos próximos anos”.

Para mais informações, basta acessar: https://www.grupolamadre.com/